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CASA DA LITERATURA CATARINENSE
Inaugurada, em Florianópolis, a Casa
da Literatura Catarinense
Espaço localizado nas imediações da
Praça 15 homenageia o poeta Cruz e Sousa e será destinado a escritores
catarinenses e leitores.
POR: NÍCOLAS HORÁCIO, FLORIANÓPOLIS
30/09/2022
Um espaço para os autores catarinenses
lançarem seus livros e para o público conhecer e ler obras novas e antigas dos
catarinenses. Essas são duas finalidades principais da Casa da Literatura
Catarinense, que foi inaugurada na última sexta-feira (30) e faz, também, uma homenagem
ao poeta Cruz e Sousa.
A abertura da casa, inclusive, foi
marcada por lançamento de livro e sessão de autógrafos da editora Cruz e Sousa
no espaço criado e administrado pela FCC (Fundação Catarinense de Cultura),
após um investimento de cerca de R$ 200 mil.
O local, no Centro de Florianópolis,
às margens da Praça 15, expõe parte da obra literária de Cruz e Sousa e
detalhes da sua história.
“Faltava isso aqui na Capital. Muita
gente ouviu falar em Cruz e Sousa, temos a homenagem do Palácio, mas ali não
tem praticamente nada da sua obra exposta. A FCC tinha essa casa aqui fechada,
nós restauramos para abrigar esse espaço, fazer essa homenagem ao poeta Cruz e
Sousa e, ao mesmo tempo, abrindo um espaço para os escritores catarinenses”,
declarou o presidente da FCC, Edinho Lemos.
Conforme o presidente, a Casa da
Literatura Catarinense será um espaço para os escritores, mas também para o
público. Os interessados podem visitar o local de segunda à sexta-feira, das
13h às 18h, e mergulhar nas obras dos autores catarinenses na sala de leitura.
“É um espaço dedicado à literatura do
nosso Estado, que é tão rica, tão diversificada e que, às vezes, não é vista pelo
público”, enfatizou Edinho.
Ele lembrou, ainda, que o intuito não
é o empréstimo de livros “para isso temos a Biblioteca Pública”, mas para que
qualquer autor deixe suas obras para o público conhecer e ler. Além disso, os
visitantes podem conhecer melhor a história de Cruz e Sousa e os escritores
podem organizar saraus.
Conforme Edinho, a casa estava em boas
condições e foram necessárias somente pequenas reformas, especialmente a
pintura e ambientação do local. A casa tem dois andares. O térreo é para
visitação do público e o segundo piso para o setor administrativo, com uma sala
de reunião para utilização sob demanda dos escritores.
Ao todo, quatro servidores da FCC
atenderão no local. Entre eles, a jovem manezinha Ana Carolina Oliveira, 27
anos, na administração pública desde os 14.
“A nossa intenção é que seja um espaço
de interação entre a literatura e a sociedade e, principalmente, para enfatizar
os autores negros através do poeta Cruz de Sousa”, ressaltou a servidora da
FCC.
No dia a dia, Ana Carolina vai
trabalhar com os agendamentos no “coworking” dos escritores. A intenção da FCC
é disponibilizar o formulário para agendamentos no site a partir da semana que
vem.
A abertura da casa, nesta sexta, foi
marcada pela apresentação à sociedade de duas obras da editora Cruz e Sousa,
que tem como editor o historiador Fábio Garcia. Os livros lançados foram: “Nós,
Vovó e os Livros”, de Maria Aparecida Rita Moreira e “Triolé, Triolé”, de
Eliane Debus.
“É uma obra com 20 composições do
próprio Cruz e Sousa, com poesias brincantes, da primeira fase do poeta. A
gente conhece um Cruz e Sousa muito dentro dos princípios do simbolismo, mas
ele é um autor muito vasto e tem outras vertentes literárias, como o triolé,
que é uma forma de escrita poética”, explicou Garcia.
A editora Cruz e Sousa tem quatro anos
e já tem um livro indicado no Prêmio Jabuti, “Ildefonso Juvenal da Silva – Um
memorialista negro no Sul do Brasil”.
Além de homenagear o Cisne Negro, a
editora tem por missão valorizar os escritores negros do pós-abolição e os
escritores negros e não negros, contemporâneos, que escrevam sobre a temática
afro-brasileira. A visão da empresa é ser a maior editora negra do Sul do
Brasil nos próximos dez anos.