1. Fale um pouco sobre os livros que você publicou...
Gilmar: Eu comecei publicando na Amazon, em
formato e-book. Tenho quatro livros lá e mais três aguardando conclusão e
revisão. Em 2014 publiquei Zaphir, um romance de aventura e fantasia. Foi meu
primeiro livro impresso e bancado por mim mesmo, com ajuda de um amigo. Em 2016
publiquei Crônicas da Cidade dos Mortos, uma novela de estética gótica, que
misturou horror e fantasia. Ambos estão entre os e-books mencionados. Além
desses, ainda tem: Lillith – Noite Adentro, uma história de vampiros e Noites
Sombrias, uma coletânea de contos de horror e fantasia.
2.
Seus
livros vendem bem?
Gilmar: Gostaria de dizer que meus livros
vendem bem, mas isso ainda não acontece. Pelo menos não num volume que me
permita viver disso. Os livros impressos podem ser pedidos através de minha
página no Facebook ou no meu site oficial www.culturaindie.com.br, que também
dá acesso aos e-books na Amazon.
3.
Qual
a pior parte: escrever, publicar ou vender?
Gilmar: Sem dúvida, a pior parte é vender.
Acho que nenhum escritor gosta do aspecto mercadológico de suas publicações.
Por mim, ficava escondido em algum canto escuro, só escrevendo.
4.
Joaninha
Banguela é o título de uma das peças que você escreveu; de certa forma, ele
desperta a curiosidade das pessoas. Como é o processo de escolha dos títulos
dos seus livros? Primeiro vem o título do livro ou ele é escolhido no final do
processo de criação?
Gilmar: O título me ocorre junto com a ideia
do enredo. Eu não saberia dizer o que ocorre primeiro, mas geralmente aproveito
a primeira ideia que me ocorre, a menos que já tenha outra obra com o mesmo
nome. Aí tento mudar, mas não muito. Afinal, títulos duplicados aparecem até
entre clássicos.
5.
Que
projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou?
Gilmar: Eu tenho muitas ideias. Mais do que
consigo escrever, mas uma em especial está na fila e devo começá-la no anos que
vem. É uma novela gótica que mistura espionagem e horror.
6.
Música
de fundo na hora de escrever, ajuda ou atrapalha?
Gilmar: A música de fundo não atrapalha.
Costumo ouvir música clássica, jazz, bossa nova e até Rock pauleira (os
clássicos dos anos 60 e 70). Também escuto uns boleros, de vez em quando.
7.
Como
você se mantém inspirado?
Gilmar: Eu crio enredos com muita facilidade.
Tenho ideias a todo momento e isso é um dom e uma maldição, ao mesmo tempo.
Acho que nunca vou conseguir escrever tudo o que imagino e, provavelmente,
serei uma alma penada procurando algum médium para continuar a escrever.
8.
Em
qual aspecto você pode melhorar a sua maneira de escrever?
Gilmar: Eu sou um escritor intuitivo. Nunca
estudei teoria literária ou algo assim, mas este ano eu fiz um curso de escrita
criativa e, através dele, percebi onde devo melhorar minha técnica narrativa.
Também fiz um curso de revisão e preparação de originais, que me deu as
ferramentas teóricas para melhorar a revisão e a edição de minhas obras. Tudo
isso, como preparação para me tornar um editor no próximo ano.
9.
Você
escreve para provocar o leitor ou a leitora, ou seja, você gosta de cutucar a
onça com vara curta?
Gilmar: Eu não escrevo para provocar ninguém.
Minha literatura é de entretenimento, para aqueles que apreciam os gêneros por
onde transito como escritor. Quando muito, me esforço por oferecer um patamar
de leitura um pouco acima daquilo que eu considero ser o leitor médio. Uma
leitora, certa vez, me mandou um e-mail para reclamar que eu escrevo muito
complicado. Eu me diverti com isso e respondi que, se um livro não incomoda o
leitor de alguma forma, não vale a pena ser lido. Não sei se ela continuou
lendo meus escritos.
10.
Você
sofre com bloqueios de escritor?
Gilmar: Não sofro nenhum tipo de bloqueio, só
que algumas vezes não fico feliz com o resultado e reescrevo até ficar
satisfeito.
11.
Qual
o assunto e o seu gênero literário preferido pra escrever?
Gilmar: Eu gosto de qualquer gênero, exceto
dramas e autoajuda. Os meus preferidos são de aventura & fantasia e horror,
mas embarco tranquilamente num romance tipo água com açúcar, erótico ou ficção
cientifica. O principal, para mim, é contar uma boa história.
12.
Você
chega a consultar dicionários, gramática, ou algum banco de dados para
escrever?
Gilmar: Consulto dicionários e obras de
referências muitas vezes, principalmente agora, que a memória já não é tão
precisa e pode me trair. Na maioria das vezes, a consulta é para confirmar algo
que já sei.
13.
Carlos
Drummond de Andrade afirmou: “Não tive um projeto de vida literária. As coisas
foram acontecendo ao sabor da inspiração e do acaso”. Você tem um projeto
literário ou tudo acontece ao sabor da inspiração e do acaso?
Gilmar: Concordo com o Drummond. Sou ainda um
escritor essencialmente intuitivo e não costumo fazer projetos. Apenas pesco
uma das ideias que tenho e a desenvolvo um pouco, para ver se gosto. Dependendo
disso, posso continuar ou não.
14.
Sua
apresentação no Facebook está assim: “Sou escritor. Em alguns momentos sou
poeta, em outros apenas um sonhador”. Na maior parte dos dias você é um poeta
ou apenas um sonhador? Justifique....
Gilmar: Sou basicamente um sonhador. Disso
deriva todas as minhas tentativas literárias e minha visão de mundo.
15.
Quais
os seus sonhos literários que você gostaria de realizar?
Gilmar: Tenho muitos sonhos literários. Eu gostaria de escrever um dia uma grande obra, que pudesse ser meu legado. Nesse momento, tenho alguns projetos em andamento, mas é prematuro falar deles. Há muito para pesquisar e planejar, antes desses projetos florescerem devidamente.
GILMAR CARLOS MILEZZI
Nasceu em Tubarão, em 1957. Desde pequeno pensava em ser escritor. Leu livros de Emílio Salgari, Julio Verne, Jack London e Mark Twain, entre outros.
Criou algumas peças
infantis: O Espírito da Floresta, Joaninha Banguela, A Revolta dos Sinais de
Trânsito e A Última Chance. Para o público adulto, escreveu as comédias A
Costela de Adão, À Flor do Delírio e O Julgamento de Sócrates.
Em 2014 publicou de
forma independente o romance Zaphir, no gênero de aventura e fantasia. Publicou
também Requiescat in Pace – Crônicas da cidade dos Mortos, uma novela de horror
e fantasia. Escreveu também outro romance: Lilith – Noite adentro e Noites
Sombrias, que reúnes contos de horror, fantasia e ficção científica. Essas
publicações significam a confirmação do velho sonho de menino, cuja jornada
está longe de acabar.
GILMAR MILEZZI