quarta-feira, 10 de novembro de 2021

ENTREVISTA COM SAULO ADAMI

 






São mais de 100 livros publicados numa carreira que começou cedo, em passos trilhados e fortalecidos com o próprio jornalista, mas que começaram aos 9 anos de idade. Precisamente 123 livros publicados como autor em diversas áreas de literatura: poesia, conto, crônica, novela, romance, além de biografia, ensaio e história. Saulo Adami ainda dirige a própria editora, Estrada de Papel, criada ano passado para publicar ou reeditar livros de sua autoria e outros escritos em parceria.
Aos 55 anos, o brusquense que vive em Curitiba desde 2011 conta que não lembra de ter “vivido um período sem entusiasmo pela escrita ou sem inspiração”. E a quarentena que todos vivemos, não foi tão atípica pro veterano da literatura. Dedicou os dias de confinamento a finalizar alguns livros que estavam em andamento, como o “Cancionata: a revolta dos colonos e o martírio de Leopoldo Adami em Nova Trento”, que conta a história do seu trisavô que veio da Itália em 1875. Livro que, a propósito, o garante “reescrever a história de Nova Trento”.
Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, pisciano por completo e uma pessoa com tanto conteúdo que essa entrevista poderia render diversos desdobramentos, mas escolhemos seguir por seus lançamentos do semestre: os mais recentes livros “Cancionata” e “Boiteuxburgo: a cidade que um país esqueceu”.

A.G.: Já Boiteuxburgo: a cidade que um país esqueceu não é tão distante nem geograficamente. A história é de uma comunidade em Major Gercino que vem de encontro a uma série de conflitos, crises políticas, e falhas na gestão de dinheiro público. O que Boiteuxburgo tem de semelhança com a atual realidade do Brasil?
S.A.: O livro começou a ser escrito em 2003, quando visitei o antigo Núcleo Colonial Federal Senador Esteves Júnior, e para onde retornei em 2006 para entrevistar outros de seus moradores mais antigos, que tinham 80 anos de idade ou mais. O livro aguardou todo este tempo para ser publicado, e devo ao empresário e amigo Alcir Otto, que nasceu e cresceu em Boiteuxburgo, a oportunidade desta edição. Boiteuxburgo viveu o auge de seu desenvolvimento até final da década de 1950, quando entrou em declínio depois que representantes do governo Jânio Quadros fizeram uma visita à cidade do futuro, como era chamado o Núcleo, e constataram desvio de verbas, erros administrativos e outras irregularidades cometidas por servidores públicos federais. Desde então, o repasse de verbas governamentais deixou de ser efetuado à comunidade que teve mais de 4 mil habitantes na década de 1920. Estas e outras histórias são narradas pelos entrevistados e serão mostradas em um documentário que escrevi para a Prime Filmes. Como se pode constatar, a antiga história de Boiteuxburgo tem muitas semelhanças com a atual realidade do Brasil, país onde a corrupção e o abuso de poder têm se tornado cada vez mais presentes no trato da verba pública. Para nossa vergonha e infelicidade.

André Groh: Como funciona o processo criativo de escritor?
Saulo Adami: Acredito que cada autor tem seu modus operandi. O meu é simples: não tenho rituais, simplesmente escrevo. Costumo dizer que nasci escritor, por isso escrevo sobre qualquer assunto, com ou sem inspiração, em função da experiência com as escritas literária e jornalística. Comecei a escrever crônicas e contos aos nove anos de idade e peças teatrais aos 10, e sempre que a professora da escola primária perguntava o que eu queria ser quando crescesse, eu respondia que queria ser escritor. Aos 17 anos, lancei meu primeiro livro (“Cicatrizes”, 1982), com poesia, conto e crônica. Aprimorei minha escrita na prática diária do jornalismo: fui repórter e editor de jornais e revistas por mais de 20 anos, incluindo assessoria de comunicação social. Estas experiências me deram velocidade para escrever, e com o grande interesse que sempre tive pela pesquisa, ao deixar a redação de jornais passei a me dedicar a escrever livros sob encomenda – sobre personalidades, municípios, empresas e famílias. Ao mesmo tempo, me dediquei aos projetos pessoais ligados à literatura, ensaio e história. Hoje, tenho 123 livros publicados como autor nas áreas de literatura (poesia, conto, crônica, novela e romance), biografia, ensaio e história, e dirijo minha editora Estrada de Papel, criada em 2019 para publicar ou reeditar livros de minha autoria e outros escritos em parceria. Desde então, já foram lançados três livros com este selo editorial, e outros estão em preparo para publicação. Não lembro de ter vivido um período sem entusiasmo pela escrita ou sem inspiração. Nem mesmo quando escapei ileso de um assalto, em 2011, quando dois homens armados invadiram minha casa em Porto Belo, me amordaçaram e amarraram, levando meu carro, notebook – com quatro livros em fase de conclusão –, câmeras fotográfica e de vídeo. Desde então, passei a reeleger prioridades na minha vida.

A.G.: Na quarentena, dedicou-se a que?
S.A.: Ao que sempre fiz: escrever. Finalizei alguns livros que estavam em andamento, incluindo “Cancionata: a revolta dos colonos e o martírio de Leopoldo Adami em Nova Trento”, que conta a história do meu trisavô que veio da Itália para o Brasil em 1875. Poli textos antigos, escrevi artigos para revistas de história publicadas em Santa Catarina e no Paraná. Vivo profissionalmente da escrita, por isso trabalho simultaneamente em três ou quatro projetos, incluindo livros e roteiros para filmes documentários, uma atividade que também me realiza como autor. A quarentena, ao mesmo tempo que me privou de dar continuidade a projetos importantes, como documentários sobre a história de Santa Catarina e me fez parar de exibir o média metragem “O dirigível” (Griô Filmes, 2019), sobre as passagens do Graf Zeppelin e do Hindenburg pelo Sul do Brasil, na década de 1930, permitiu que me dedicasse mais intensamente a projetos pessoais de literatura que estavam adormecidos. A pandemia me deu oportunidade de me voltar um pouco mais para dentro de mim, reavaliando participação em alguns projetos nacionais e internacionais. E fazendo uma revisão da carreira, pois alguns ciclos na vida devem ser encerrados quando já não nos satisfazem. Tomei várias providências nesse sentido. E não tem problema a gente olhar para trás, de vez em quando, e mudar o rumo ou a direção. Isso faz um grande bem, é libertador!

A.G.: Você também é jornalista. O que mudou no jornalismo desde que deixou de atuar?
S.A.: Mudou muito desde que deixei a redação do jornalismo diário, e lá se vão 18 anos. Gostava de trabalhar como repórter e editor, e sinto saudades de alguns companheiros de ofício e de algumas das campanhas que fizemos e até mesmo das encrencas que enfrentamos no exercício da profissão. Mas, a roda do tempo girou, eu busquei outros caminhos na vida e na profissão, e perdi o entusiasmo que poderia ter me mantido ou me levado de volta às redações. Acompanho com tristeza o desaparecimento de vários jornais impressos ou de suas migrações para outras plataformas. O jornalismo contemporâneo já não me atrai. Não tem mais a magia que tinha quando comecei carreira, no início da década de 1980: a cidade era outra, tudo mudou de lá para cá. O que me deixa triste é ver que, apesar de todos os avanços tecnológicos e as facilidades do século 21, poucos veículos de comunicação conseguiram manter a qualidade na produção textual ou a profundidade na apuração da notícia. Então, acho que me afastei na hora certa. Sem arrependimentos.

A.G.: O que representam pra você o filme “O Planeta dos Macacos” (1968) e o livro “Homem não entende nada! Arquivos secretos do Planeta dos Macacos” (2015)?
S.A.: O filme de 1968, dirigido por Franklin J. Schaffner, é meu projeto de arqueologia cinematográfica vitalício. Só assisti ao filme uma única vez como fã, milhares de outras vezes o assisti como pesquisador. Este filme e seus derivados – quatro sequências (1970-1973), duas séries de TV (1974-1975), histórias em quadrinhos, roteiros romanceados e os novos filmes (2001, 2014-2017) são minha vida de escritor e pesquisador. O meu foco de interesse foi e continua sendo o fazer cinematográfico, as histórias de bastidores (making of) e os roteiros inéditos, o que me levou a escrever oito livros sobre o assunto (1996-2020). Para publicar o primeiro (“O único humano bom é aquele que está morto!”, 1996), vendi um terreno que recebi de herança dos meus pais, publiquei a obra em São Paulo, lancei em Brusque e fiz com que chegasse às mãos de fãs e estudiosos destas séries em 23 países, assim como às caixas de correspondências de atores, atrizes e técnicos que participaram destas produções. Entre estes profissionais, estão três ganhadores do Oscar: o ator Charlton Heston (Taylor), a atriz Kim Hunter (Dra. Zira) e o desenhista da maquiagem, John Chambers. Na trilha desta obra, vieram as outras sete, incluindo “Homem não entende nada! Arquivos secretos do Planeta dos Macacos” (2015), o mais completo sobre o tema até aqui, que reuniu os conteúdos dos livros anteriores. O mais recente, “Planeta dos Macacos: humanos devem morrer!” (2020) conta a história da série de TV de 1974. Mas, este assunto ainda vai render novos livros, e é um tema que tem me dado muitas alegrias. A maior delas foi vencer o primeiro Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica, de Porto Alegre, com o conto “A Invasão dos Macacos”, escrito em 1997 e publicado no livro homônimo que lancei em 2018 quando foram comemorados 50 anos do lançamento do primeiro filme. Meus estudos também me levaram a fazer viagens de pesquisas aos Estados Unidos (1998-1999), a criar um fã clube postal (1984), editar um fãzine (1985-2000) e produzir documentários curta-metragem sobre o assunto. É, eu tenho gostado de fazer todas essas “humanices”, e meu trabalho ainda não está completo.

A.G.: Cancionata é uma provocação que reescreve a história de Nova Trento. Como surgiu essa pesquisa?
S.A.: Para mim, pesquisar é responder perguntas. Este livro nasceu de uma inquietação, em fevereiro de 2019. Professor de libras, Adriano Gripa me fez relembrar a história de meu trisavô, o imigrante tirolês de Calliano de Trento, Leopoldo Giuseppe Adami, e de sua morte (1884) no Distrito Colonial Nova Trento. Uma pergunta surgiu: “Leopoldo Adami foi assassinado?” Foi o que me levou a pesquisar um tema que me atraía desde 1978, quando fiz as primeiras anotações para um futuro livro. Compromissos profissionais e pessoais me fizeram deixar para mais tarde a conclusão das pesquisas, até que publiquei um artigo na revista “Blumenau em Cadernos”, em maio de 2019, ainda pleno de dúvidas. Até concluir a pesquisa, em fevereiro do ano passado, contei com apoios importantes, como o professor Juliano Martins Mazzola, historiador amigo de Nova Trento que inclusive traduziu alguns documentos originais. O companheiro de viagem mais frequente foi meu pai, Luís Avaní Adami: bisneto de Leopoldo Giuseppe Adami, neto de Domenico Leopoldo Adami e filho de Luís Domingos Adami. Consultamos acervos públicos e privados em Itajaí, Brusque, Nova Trento e São Leopoldo (RS). Durante nossas breves expedições, conversamos e conhecemos um pouco mais a nós mesmos e às pessoas que nos foram apresentadas pelas evidências, fizemos reuniões familiares para falar sobre um passado comum a todos. Escrever este livro foi, também uma oportunidade de publicar histórias inéditas de Nova Trento, como a revolta dos colonos (1878) e o processo que Leopoldo Adami moveu contra o agrimensor norte-americano Edward Gross, que o torturou quando foi reclamar seus direitos na sede da administração do Distrito Colonial Nova Trento, subordinado a Brusque. O processo (1878-1880) foi localizado no Arquivo Histórico de Itajaí e esperou mais de 140 anos para ser revelado. As pesquisas me levaram, também, a fazer uma revisão completa das origens de Nova Trento desde antes da grande imigração (1875) que estimulou meus antepassados a partir de sua Itália natal para vir morar na floresta brasileira. O livro foi lançado com apoio da Associação Beneficente Besenello e da Estoparia Catarinense, e em Nova Trento parte de sua venda é revertida em benefício da Rede Feminina de Combate ao Câncer. 

ENTREVISTA COM O ESCRITOR SAULO ADAMI


Como escreve Saulo Adami

Saulo Adami é escritor e editor, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

1) Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
S.A.) Desde criança, acordo cedo, entre 5 e 6 horas da manhã. Comecei a escrever aos 9 anos de idade, e escrevo todos os dias. Lancei meu primeiro livro (“Cicatrizes”, 1982 – poesia, conto e crônica) aos 17 anos, hoje são mais de 100 livros publicados nas áreas de literatura, biografia e história. Antes do café da manhã, o computador já está ligado para responder e-mails, cumprimentar aniversariantes e ler apenas boas-novas, até começar a trabalhar nos textos do dia. Este “modus operandi” muda quando há maior urgência para entrega de livros para revisores ou editores.

2) Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
S.A.) Por 20 anos, trabalhei como jornalista, aprendi a escrever a qualquer hora do dia, devido à urgência da entrega das matérias e reportagens e devido às exigências dos editores. Não tenho rituais para escrever: ativo meus sentidos e começo.

3) Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
S.A.) Escrevo livros e roteiros para filmes. Então escrevo muito, todos os dias, por várias horas. Sem auxiliares ou assistentes, gerencio agenda de compromissos, participo de eventos no Instituto Histórico e Geográfico do Paraná – do qual faço parte desde 2017 e coordeno alguns de seus programas –, abasteço com informações as redes sociais e faço contato com amigos que atuam nos mais diversos segmentos profissionais. Tenho a sorte de ter amigos colaboradores e coautores. A meta diária é escrever e cumprir os prazos estabelecidos em contratos. Além disso, tenho prazos que estabeleço para meus próprios projetos, que nem por isso são menos cobrados.

4) Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
S.A.) A partir das primeiras anotações – no caso de literatura – ou a partir da primeira entrevista – no caso dos livros biográficos ou de História –, começo a escrever. Algumas obras são mais exigentes e desafiadoras – biografias são as minhas favoritas! – mas o importante é avançar no trabalho, todos os dias, é atender ao chamado da escrita. O que me irrita é trabalhar com colaboradores que não têm ritmo, pessoas lentas, preguiçosas e improdutivas. No mais, sigo meu trabalho em paz.

5) Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
S.A.) As travas estão em quem escreve. É preciso conhecer o assunto antes de começar a trabalhar porque pesquisar é responder perguntas. Só escrevo sobre o que acredito. Por isso, se o processo de escrita se torna lento demais, o problema está em mim. E a solução, também. O que mais me estimula a prosseguir com o trabalho, tanto em literatura quanto em outros temas, é ver o trabalho em constante evolução. Descarto expressões, parágrafos ou páginas inteiras sem hesitação, para o bem do andamento do processo de criação. Nunca escrevo um livro de cada vez, aprendi a escrever com ou sem inspiração na redação dos jornais. Não tenho medo de não corresponder às expectativas porque me entrego de corpo e alma ao que faço. Às vezes, projetos se alongam devido às suas complexidades.

6) Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
S.A.) Tantas quantas a complexidade do texto exigir. Sim, mostro meus trabalhos para outras pessoas, principalmente para minha mulher, a psicóloga Jeanine Wandratsch Adami que, além de coautora de algumas de minhas obras, acompanha meu dia a dia. Tenho estúdio em casa, mantenho a porta sempre aberta. Sou receptivo às avaliações e sugestões, teimoso quando necessário para o bem do livro em produção.

7) Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
S.A.) Deixei de lado a máquina de escrever 20 anos depois de começar a produzir literatura. Aderi ao computador em 1996. Sem dúvida, a tecnologia facilita em muito o meu trabalho, que requer organização, precisão e velocidade. Hoje, raramente escrevo à mão. Exceção para quando esboço as primeiras linhas ou páginas de poesia, conto, crônica, novela ou romance.

8) De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
S.A.) Fui criado entre contadores de histórias, personagens curiosos e divertidos que frequentavam o comércio de meus pais e que aguçaram minha imaginação. Dentre estes personagens estavam avós e primos, colegas da escola e um cachorro chamado Pió, parceiro de aventuras do avô materno, Serafim Conte. Na Escola Municipal Luiz Silvério Vieira, quando a professora perguntava sobre profissões, respondia com a confiança de que um dia o futuro seria o presente mais esperado: “Eu quero ser escritor!” Minha avó Ema Fornari Conte era benzedeira. Foi ela quem disse para minha mãe, assim que nasci, que eu seria escritor. Aos três anos de idade, escrevia com água, carvão e giz nas paredes da casa-venda de meus pais. Na escola, eu só queria aprender a ler e a escrever bem. Fugia dos cálculos e das ciências físicas e biológicas. Prioridades em minha vida sempre foram escrever e publicar. Passei a maior parte da adolescência estudando e escrevendo. Fui um guri normal, pleno de dúvidas mas ao mesmo tempo certo de que queria ser escritor. Eu mentalizava minhas experiências futuras: escrevendo, autografando, vendendo livros. Meus pais sempre fizeram tudo para me ajudar na realização dos meus sonhos. Mesmo aqueles que não condiziam com o futuro que almejassem para mim. Procurava ajudá-los no comércio e nas terras em que meu pai plantava. Eu fazia o que gostava: assistia “Vila Sésamo”, “Shazan-Xerife & Cia.” e “O Planeta dos Macacos” na TV. Tive sarampo, caxumba, catapora, joelhos ralados, espinho nos pés, calos e hematomas. Mas, sobrevivi, para contar estas e outras histórias. Quanto aos hábitos para manter a criatividade, procuro ler livros ou pelo menos trechos sobre os mais variados assuntos, assisto filmes e, principalmente, converso com outras pessoas – desde meus entrevistados aos amigos, que são infindáveis fontes de inspiração.

9) O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos?
S.A.) Continuo produzindo textos diferentes simultaneamente, mas hoje escrevo mais livros sob encomenda do que literatura. Estou mais ágil e muito mais seguro do que estou fazendo e consciente do ponto no qual quero chegar. Ao escrever uma história vinda da inspiração, em geral sei como será seu começo, seu meio e seu final, e trabalho entusiasticamente para preencher as lacunas entre uma fase e outra da história. Se o processo se torna lento, tento retomá-lo mais tarde. Mas, se ao tentar a retomada nada muda no avanço da criação, encerro as tentativas.

10) Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
S.A.) Até o momento, os projetos que gostaria de fazer já estão iniciados. Há muitos livros que gostaria de ler e que ainda não existem, principalmente sobre os temas que gosto, a exemplo da biografia de Arthur P. Jacobs (1922-1973), produtor da série cinematográfica “O Planeta dos Macacos” (1968-1973). Um dia, quem sabe…



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