terça-feira, 2 de junho de 2020

SOCIEDADE PETALÓGICA

https://www.revistamuseu.com.br/site/br/noticias/nacionais/4898-15-06-2018-em-livro-professor-da-fafich-investiga-sociedade-do-seculo-19-que-mentia-aos-mentirosos.html

MINAS GERAIS, Belo Horizonte - Na segunda metade do século 19, o tipógrafo Francisco de Paula Brito era dono de uma livraria no bairro do Catete, no Rio de Janeiro.

Foto: divulgação/ Editora UFMG

O local foi o berço da polêmica Sociedade Petalógica que, sob o mote de ‘contrariar os mentirosos, mentindo-lhes’, semeou um debate público cético e jocoso de inédita liberdade.

Nas reuniões da Petalógica, personalidades que constituíam a elite intelectual e política da época – do Barão do Rio Branco ao jovem Machado de Assis –encontravam-se com uma massa de anônimos.

Esse contexto é retratado no livro Corpo sem cabeça: o tipográfo-editor e a Petalógica, do professor Bruno Guimarães Martins, do Departamento de Comunicação da Fafich. Na obra, publicada pela Editora UFMG, ele faz uma análise dos primórdios da inauguração do espaço letrado no Brasil Império, com base na trajetória do editor pioneiro Francisco de Paula Brito, que viveu de 1809 a 1861.

Corpo sem cabeça será lançado neste sábado, 16, às 11h, na Quixote Livraria e Café, que fica na Rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi. O livro tem apresentação de Karl Erik Shøllhammer, prefácio de Emílio Maciel e posfácio de Ana Utsch.

Editor da voz
Na obra, Paula Brito é apresentado como 'editor da voz', ao observar a curiosa sociedade que praticava uma espécie de performance ficcional. Para trazer ao leitor contemporâneo esse ambiente cômico e literário da Petalógica, o livro apresenta transcrições das reuniões e rico acervo iconográfico de impressos e imagens da época.

A partir de uma perspectiva de história material da mídia, Corpo sem cabeça também analisa a intersecção entre o sistema oral fortemente consolidado e as possibilidades de uma nova dinâmica gráfica que, alavancada pelo avanço da tipografia, demarcou o lugar e a particularidade da dimensão literária no desenvolvimento da imprensa no Brasil.

Bruno Guimarães Martins é doutor em Literatura pela PUC-Rio e professor do Departamento de Comunicação Social da UFMG. É autor de Tipografia popular: potências do ilegível na experiência do cotidiano (2007) e pesquisador em história dos meios de comunicação no Brasil, historiografia, memória, cultura gráfica, estética e processos criativos.

Livro: Corpo sem cabeça: o tipógrafo-editor e a Petalógica
Autor: Bruno Guimarães Martins
Área: História
Coleção: Origem
Preço: R$54

Fonte: UFMG e Editora UFMG

segunda-feira, 4 de maio de 2020

A VOLTA DO EDITOR LIVREIRO

https://mobile.publishnews.com.br/materias/2019/09/12/a-volta-do-editor-livreiro

Em artigo, o sociólogo Sergio Silva analisa a história do mercado editorial brasileiro para discorrer sobre o jeito de ser livreiro no Brasil

Interior da Livraria Garnier da Rua do Ouvidor, no centro do Rio de Janeiro | Reprodução
Interior da Livraria Garnier da Rua do Ouvidor, no centro do Rio de Janeiro | Reprodução
Na gênese do mercado de livros no Brasil, os impressores-editores-livreiros nasceram juntos, mais ou menos como primos próximos. Naquele momento, quando a impressão deixa de ser proibida no início do século XIX, eles detinham a totalidade do processo de fabricação e venda de um livro, desde a escolha do original, as soluções técnicas e estéticas, até as decisões comerciais da época. Geralmente, estava tudo concentrado nas mãos de um único imigrante, são exemplos: Baptiste Louis Garnier, o irmão mais novo da tradicional família de livreiros e editores franceses, ou ainda os irmãos portugueses Francisco e Evaristo da Veiga. Apenas mais adiante, em meados do século XIX, vimos surgir pessoas como Paula Brito, um dos primeiros editores brasileiros, por sua vez, um negro de família recém alforriada, autodidata que rompe com as barreiras sociais de seu tempo e chega a ser um dos principais impressores dos documentos do império.

O processo de especialização técnica, principalmente o avanço da qualidade dos prelos, transformou os impressores mais dedicados em industriais. O caso da Cia Melhoramentos é exemplar, pois a empresa sustentou por muito tempo o slogan “do pinheiro ao livro”, mas, na prática, para além dos livros, ela se tornou uma das maiores indústrias do ramo de papéis para diversas finalidades. Em paralelo ao desenvolvimento tecnológico, a ascensão da grande mídia jornaleira e seu modelo de distribuição em bancas, movimento bem aproveitado por Monteiro Lobato, permitiu que a união das três figuras perdesse seu primeiro laço já no início do século XX. Ou seja, os impressores foram deixando para os editores-livreiros o contato com a rede de autores e comercialização dos livros. Foi assim que os impressores se assumiram verdadeiramente como uma “fábrica”, trazendo para seu cotidiano as dinâmicas da indústria e deixando de lado a dinâmica dos escritores e intelectuais.

Paula Brito, o primeiro editor brasileiro | Reprodução
Paula Brito, o primeiro editor brasileiro | Reprodução
O fato é que, entre meados do século XIX até a metade do XX, emergiu com vigor a figura do editor-livreiro, um tipo de comerciante que fornecia dentro de sua loja uma espécie de palco para os epicentros de difusão cultural. Vale lembrar que Machado de Assis foi um dos vendedores e participante da famosa Sociedade Petalógica na livraria de Paula Brito, mas que, ao mesmo tempo, teve boa parte de sua obra publicada pelo francês Garnier. O ponto é que ficou nas mãos do editor-livreiro a capacidade de unir e articular a rede de (autores-editores-livreiros-leitores), marcando a ordem da sequência produtiva que seguimos desde então. Inclusive, parece haver um consenso entre os profissionais do livro de que o maior ídolo do mercado foi o José Olympio, exatamente por ter constituído uma consagrada “casa” que foi um templo de cultura e sociabilidade do mundo das letras.

Ao longo do tempo aconteceu um processo que levou a uma passagem de um modelo de livraria que atendia ao propósito de vender, e, ao mesmo tempo, o desejo de ser um espaço de sociabilidade, para um novo modelo que descrevo a seguir. No início o mercado girava em torno e para uma pequena fração da elite, e é apenas na segunda metade do século XX que se dedica ao entretenimento de massa. Tal mudança reconfigurou novamente a morfologia do mercado, mudando também as posições de poder das figuras da cadeia. Por exemplo, um acervo de livros organizado à maneira de José Olympio, reconhecidamente um bibliófilo e comerciante à moda dos intelectuais dos anos 1920–30, é certamente diferente de um acervo organizado por Oswaldo Siciliano 40 anos mais tarde, um dos livreiros mais conectados com o crescimento do mercado para além das elites, o que viria ser o futuro das grandes livrarias.

Resumindo de maneira mais simples, podemos dizer que o impressor-editor esteve centrado na oficina até meados do século XIX, enquanto o livreiro-editor centrou-se na loja. A partir dos anos 1920-30, o editor “autônomo”, começa escolher o escritório para o exercício de suas funções deixando gradualmente a loja. Logo, se houve um tempo em que emergiu o “editor, simplesmente” e seu modo de edição, essa separação também condicionou um “livreiro, simplesmente” com seu modo de comercialização.[1]

A partir de um longo processo de especialização que foi separando as funções de imprimir, editar e vender entre os agentes da cadeia, o trabalho de edição se emancipou do comércio da livraria com o qual antes se confundia, pelo menos do ponto de vista simbólico. Na segunda metade do século XX, os editores foram se desligando da figura do “editor que tinha uma livraria”, ao passo que os livreiros, já relativamente autônomos dos editores foram expandindo-se em redes de lojas, e se profissionalizando sob uma lógica bastante diferente da configuração anterior. É nesse momento da história que começa uma “nova era”, a era dos livreiros de um lado e dos editores do outro. Ora, lembremos que a Livraria Saraiva, que foi uma editora-livreira até pouco tempo, vendeu o braço editorial para o grupo Somos Educação somente depois de mais de 100 anos de vida, e embora, na prática, a livraria e a editora já tivessem dinâmicas internas separadas, seu declínio é um exemplo icônico dos efeitos da separação do par editor.

Voltando atenção aos editores, caminhando com o processo mais geral de massificação dos produtos brasileiros na segunda metade do século XX, as livrarias foram condicionando as editoras a criarem distinções entre si. Um dos exemplos que levanto para reflexão é que as livrarias passaram classificar as editoras de acordo com o tempo que o livro dela demorava para vender. Deste modo, fortaleceu-se um tipo de comércio de giro rápido das mercadorias, e para que isso fosse possível, também foi necessário que uma parcela das editoras também estivesse interessada em produzir para tal modelo. Este processo reconfigurou todo o ecossistema, aumentando a venda em exemplares de livros únicos, mas tirando a força da bibliodiversidade, basicamente afastando os livros que demoravam mais para vender.

O fato é que, quando alguns editores declararam sua “independência” dos livreiros, e as grandes redes decidiram caminhar para a sua “profissionalização” ligando-se ao modelo de gerenciamento dos grandes grupos financeiros, fazendo a crítica sistemática do modelo anterior, chamando o passado de “pouco profissional” e passando a seguir os novos manuais de marketing e administração, quase sempre avessos ao tempo de produção necessário para criação de uma obra artística ou acadêmica, é perceptível que aconteceu não apenas uma cisão econômica ou empresarial dos negócios, mas também uma de caráter simbólico. Parece que o conjunto dos afetos, das afinidades, e o caráter quase mágico da representação de pequena livraria e editora, como foi a “casa” de José Olympio, também mudam no século XXI.

A história mostrou que a parte da cadeia que se ajustou mais rapidamente aos grandes conglomerados, foi aquela que se manteve dentro das lojas seguindo os novos padrões comerciais. Jean-Yves Mollier tem razão ao afirmar que “os gestores, os financistas, os analistas formados nas escolas de marketing substituíram os caçadores de talentos, os leitores vorazes de pequenas revistas” por uma nova figura hegemônica na rede, “como escreveu André Schiffrin: a edição escapa cada vez mais dos editores”[2]. O que os autores franceses nos mostram é que ao escapar dos editores ela ficou bastante dependente dos grandes livreiros. É claro que não foram todos, e falaremos mais das exceções a seguir, mas a maior parte das editoras acabaram “presas” na oferta ajustada ao entretenimento e ao giro rápido. Foi assim que assistimos o século XXI reger uma certa predominância dos grandes livreiros sobre os editores. Como exemplo, podemos citar que até os anos 1980, vários profissionais relatam que o desconto médio dos editores para os livreiros girava em torno de 30% sobre o preço de capa, e sabemos que atualmente apenas alguns nichos do mercado, como os didáticos, conseguem manter margem semelhante.

Já no século XXI, com a era digital e a continuação da fragmentação do processo produtivo, ou seja, com a separação processual das figuras ao longo dos séculos, o livreiro, agora um “grande comerciante”, está cada vez mais desligado dos autores e dos intelectuais, ou seja, mais interessado na circulação e na distribuição da mercadoria. Enquanto isso, o editor aparece solitariamente conectado entre autores e intelectuais, embebecidos de um modo de produção que se apresenta em muitos casos como livre expressão artística, mas esbarram num circuito de (re)produção organizado pelo capital financeiro, em outras palavras, são muitos autores e editores fazendo mais do mesmo para entrar nas regras das livrarias.

Não podemos esquecer que a vanguarda sempre existiu, foram e ainda são aqueles que se colocam contra o modelo hegemônico do momento, e se antes havia uma certa predominância dos grandes editores-livreiros sobre os pequenos, hoje, aconteceu uma mudança nas negociações comerciais que tem a ver com uma mudança no perfil do mecenato.

O investimento que alavancava os livreiros e editores do passado tinha um perfil parecido com o mecenato de outras obras de artes, por exemplo, o mercado da pintura e do teatro. Enquanto muitas livrarias do passado foram financiadas pela oligarquia tradicional brasileira, o jeito de fazer livros ainda tinha fortes ligações com o perfil da sociabilidade das diversas elites nacionais. Ao passo que as grandes redes passaram a receber financiamento de grupos financeiros transnacionais, o perfil do empreendimento também mudou assemelhando-se ao jeito de ser e fazer daqueles que colocavam o dinheiro.

Ora, até mesmo os livreiros e editores que hoje levantam a bandeira de independentes também necessitam de financiamento para começar, então o novo mecenato disposto a contrapor os conglomerados financeiros têm se posicionado no espaço de disputa, logrando para si o todo capital cultural acumulado na história dos editores-livreiros, de certa forma, chamando de volta a energia social que a rede produzia quando esteve mais integrada, ou seja, retomando como marca de distinção a sociabilidade e a bibliodiversidade negligenciada pelos grandes conglomerados. Um exemplo interessante é a nova Livraria Leonardo da Vinci, que tem retomado uma parte fundamental da sua história ao reconectar autores e editores independentes no seu entorno.

Ainda refletindo sobre a vanguarda, é nos anos 1990 que acontece outra mudança significativa na lógica do mercado, numa outra ponta do espaço livreiro foram surgindo as feiras universitárias que operavam sob novas premissas comerciais em pelo menos dois sentidos: primeiro ao reconectar os editores e os leitores, principalmente os editores que não tinham os best-sellers. Segundo, por vender os livros pela metade do preço da livraria, funcionando de modo parecido ao editor-livreiro do passado, transferindo a margem de lucro do intermediário em desconto direto para o cliente final, o leitor. Assim, se observarmos as feiras com atenção, percebemos um evidente desconforto de alguns polos dominantes, por exemplo, a pressão dos grandes editores em relação à Festa da USP, que ao longo de seus 20 anos escancarou ao leitor como funciona o atual jogo do mercado das letras, apontando suas distorções que colocaram algumas editoras dentro do ecossistema das grandes livrarias, lançando pequenas empresas para fora da história do livro.

Concordo com os estudos do sociólogo José Muniz, ao entender que atualmente os independentes se chamam assim por se colocar na lógica das contraposições, na qual um tipo de livreiro e editor vai se distinguindo do outro, marcando-se pelo emprego de métodos artesanais de produção, liberdade para experimentos estéticos, e de modo geral, acabam emergindo como portadores de um discurso contra-hegemônico.

Até mesmo a Bienal vem mostrando que com a crise das grandes redes estamos diante de uma espécie de volta do editor-livreiro, embora ela venha mudando de perfil ano a ano, e aparentemente se desligando da velha rede do livro por conta de seu alto custo para os pequenos e médios editores, a feira tem se resumido como um dia em que o editor vira livreiro, exatamente como no início do século XX, pois ele pode montar o estande a sua semelhança e não a semelhança da grande rede. É o dia em que todo o mercado, inclusive aqueles autores, editores e livreiros que não tem estandes, desfilam pelos corredores com o objetivo de se encontrar.

Resumidamente, é claro que falo aqui de modos hegemônicos em cada período, ou seja, sempre existiram os impressores, editores e livreiros separados, mas os tipos ideais, aqueles que lembramos duzentos anos depois, parecem ter migrado de um “jeito de fazer livro” integrado em uma pessoa, seja na prática ou simbolicamente, para três sub-comportamentos distintos: os impressores, mais próximos do jeito dos industriais; os editores do jeito dos intelectuais; e o livreiro do jeito dos administradores do mercado financeiro.

Seja lá em qual modelo comercial e de edição o futuro desemboque, já está claro que, com a crise das grandes livrarias, estamos assistindo à volta exponencial do editor-livreiro, do editor que volta a ter livraria, da livraria que volta a editar e reconectar a rede, do booktuber que ocupa o velho papel da indicação de livros, ainda que todo o esforço seja apenas online ou dependente de feiras, clubes de leitura e outros modelos que hão de surgir.

[1] Esta perspectiva é baseada nos estudos do francês Roger Chartier e do pesquisador brasileiro Aníbal Bragança, ambos propõem uma sistematização da história do livro “modos de edição”. Para eles é como se cada “modo de edição” fosse aos poucos exercendo uma certa hegemonia em seu tempo.

[2] Mollier, Jean-Yves. O dinheiro e as letras, um comercio delicado. Revista Escritos, ano 5, n.5. 2011. p29


  • * Sergio Eduardo Sampaio Silva é sociólogo da cultura e pesquisador da história social do livro e da leitura no Brasil. Bacharel pela Universidade de São Paulo e Mestre pela Universidade Federal de São Paulo. Atuante no mercado de livros desde 2007, com experiencias em vários setores do mercado, passando pela Livraria Cultura, Livraria Saraiva e Siciliano, Thomson Reuters e atualmente na Editora Zahar.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

FRASES DE LIVROS DE AVENTUREIROS E VIAJANTES....






4.  3.  2.  1.  De Itajaí a Machu Picchu
Fernando Arruda de Souza


... saborear cada quilômetro.

... no decorrer de uma viagem, a despedida faz parte da rotina de um mochileiro.

... a alma de mochileiro se sobrepõe em todos os momentos e nem o peso, nem o cansaço são obstáculos.


Expedição a Pico da Neblina
Eduardo Augusto

Foi muito difícil escolher a equipe perfeita para compor a expedição. No início procurei especialistas no assunto, pessoas de excelente preparo físico e saúde de ferro. Achava muito importante um currículo extenso, repleto de cursos de sobrevivência e operações especiais. Tudo bobagem. Foi preciso quebrar a cara para chegar a conclusão de que realmente importa é que a pessoa esteja disposta a assumir riscos e prazeres de uma aventura deste porte.

Sabíamos que não seria fácil e era exatamente por isso que estávamos ali. Tínhamos uma grande determinação.

Duvidavam que retornaríamos vivos, dizendo que isso era coisa de louco.



Dois Corações em Duas Rodas Pela América do Sul
Ricardo Rauen

... não devemos questionar ninguém sobre a razão das suas aventuras.

... digo que os desconfortos e dificuldades são, justamente, alguns dos combustíveis que movem sempre à frente todo o conjunto, homem e máquina. O outro ingrediente desta fórmula, talvez o principal, é a paixão por ir, simplesmente por sua própria vontade e devido à incontrolável vontade de ver o ainda desconhecido.

Há situações em que o melhor é viajar mais leve e deixar as dificuldades aparecerem para, aí então, buscar as soluções.

O medo é importante, pois com ele realizamos nossas tarefas com mais cuidado, prestamos mais atenção em todos os nossos movimentos e em tudo que nos cerca e como consequência atingimos os objetivos com mais segurança. Eu tenho medo de quem diz não ter medo.



Gestão de Sonhos
Amyr Klink

Sempre há uma margem para o imprevisto. E mesmo para este imprevisto, tem se que estar preparado.

Existe um tempo para melhorar, para se preparar e planejar; igualmente existe um tempo para partir para a ação, mesmo que não se esteja totalmente preparado.

Eu não afasto o medo, apenas o controlo.

Um receio que tenho é o de deixar o medo virar pânico.

A natureza não se desafia, se respeita. Eu desafio a minha competência, alguns limites que eu conheço.

Não adianta ter paciência e persistência sem ter um rumo definido.

Mesmo após um planejamento rigoroso, a capacidade de improvisar continua sendo uma qualidade importante.

Não existe atividade humana sem risco.

O risco maior é o de ficarmos sentados, confortáveis, quando há atividades interessantes que perdemos por falta de ação.

A humildade é o complemento da inteligência.

O planejamento minimiza os riscos, mas não garante o sucesso. O resto depende de um conjunto de variáveis que podem influenciar o resultado final.

Solidão para mim significa abandono.


Grãos de Areia: 8 anos de aventura no Rali Paris Dakar
André Azevedo e Klever Kolberg

Valores mudam quando se descobre que a vida é feita de tão pouco e que, para construir nossos castelos, temos que começar com alguns tijolos e pedras sempre pela base.

A pessoa que parte nunca será a mesma quando voltar.

Às vezes, vale a pena prestar atenção aos sonhos, porque talvez, eles não sejam apenas simples sonhos e sim, mensagens.




Viagem Mística no Tibet
José Vasconcelos Filho

Apesar deste forte desejo, uma certa timidez e medo de me expor, faziam com que o projeto fosse sempre adiado.

Confie sempre em uma mente feliz.

Acredito que ser humano tem um “Everest” para alcançar. Uns vão atrás dele. Outros desistem pelo caminho. Poucos o alcançam (Tomaz Brandolin).

Não há nenhum objetivo científico a ser alcançado; é simplesmente a satisfação do impulso da realização, o desejo indomável de ver o que jaz além, que sempre pulsa no coração do homem (George Mallory).

De repente, me vi refletindo sobre tudo o que havia me acontecido nos últimos tempos. A longa estrada que percorrera até chegar àquele lugar. O problema maior é a dúvida, é a decisão de partir, de realizar o grande ato.


Aventuras no Camel Trophy
Carlos Probst e Tito Rosenberg

Era inevitável seguir em frente. Era tudo ou nada!


Pé no Mundo
Tiago Gomes de Oliveira

Quem tem coragem não é aquele que não tem medo; ter coragem é ter consciência do que está por vir e mesmo assim enfrentar a realidade com a qual nos deparamos.

O que era uma ambição foi se tornando em uma “aventura planejada”, pois não era trouxa de me lançar sem um mínimo de segurança.


Finalmente, Antártica
Adelino Soares

Sempre haverá um motivo para que se busque, lá no fundo do coração, coragem e entusiasmo suficiente para se realizar um sonho.

Viajar é uma arte. É gostar de conhecer coisas novas e diferentes, descobrir tesouros, histórias e personagens, é fugir dos padrões estabelecidos e dos lugares comuns. É saber que os recantos encantados poucas pessoas conhecem pois estão escondidos em remotos locais do mundo, inacessíveis às pessoas não iniciadas neste saboroso ofício.


O Último Rio
Toad Balf

Toda manhã e me sentia tão dolorido e não tinha a certeza se conseguiria seguir em frente naquele dia. Depois de uma hora ou mais de caminhada, eu descobria que tinha forças para continuar um pouco mais. No dia seguinte, era a mesma coisa.

A alegria, a satisfação, o crescimento pessoal que experimentei e os lugares espetaculares que conheci valeram todos os riscos.

... era do tipo andarilho, uma pessoa que não se guiava pela fama.

... aquele lugar parecia envolver as pessoas em um estado de suave loucura.

... empreender qualquer aventura em troca de qualquer coisa que não fosse a realização pessoal.

... havia uma imensa atração intelectual por algo, aparentemente irracional.

... o sentimento que os dominara era difícil de ser compreendido.

... tratava-se de uma expedição sintonizada com o momento – espontânea, romântica e um pouco idiota.

Quando chegou a hora de parar, eu parei. Não tinha obrigação de seguir em frente por causa de compromissos com um patrocinador.

... cauteloso, sim, mas não assustado!

... estavam envolvidos e inspirados pelo desafio. De que outro modo realizar os grandes feitos?

... sobrecarregada, a mente humana pode agir de um modo estranho.

A personalidade de uma pessoa deve ser medida no decorrer do tempo e não em uma fração de segundo.


O Projeto Contorno
Flavia Renault, Leca Peixoto, Mariana Mendonça

O nosso medo sempre foi o de não partirmos.







Estrada para os Sonhos
Marcelo Leite

Os audazes sonham!

Tenho certeza de que o leitor conhece gente assim:
- frustrados por nunca realizarem nada que sonham;
- infelizes com os rumos de suas carreiras e de suas vidas;
- certos de que o novo ou o desconhecido é sempre perigoso ou impossível;
- os que não vão adiante por puro medo;
- gente que não tem nenhum sonho, nenhuma ambição.

Não se esconda dos seus sonhos, dos mais simples aos mais complexos, tenha a ambição de realiza-los.

Era uma meta muito grande, mas não era maior do que a vontade em realiza-la.

Por que tantas pessoas olham para seus sonhos como se fossem impossíveis?

“Aventureiros” improvisam e se arriscam sem nenhum comprometimento com os resultados. Transformar sonho em realidade exige compromisso e muito planejamento, entre outras coisas.

Quando algo nunca foi realizado por alguém, os destruidores de sonhos de plantão garantem porque é impossível.

É quase como um pavor de sair da própria toca, como se estivessem colocando em risco a própria sobrevivência.

Não é preciso deixar de ter medo para seguir em frente, rumo ao desconhecido. É possível construir a coragem necessária para superar esse tipo de medo.

Para realizar um grande sonho é preciso ter clareza de que não se trata de um delírio. A possibilidade de construir um caminho viável tem de ser real, mesmo que inédita, mesmo que se tenha de avançar em um mundo desconhecido. Também é preciso dedicar-se à preparação.

Durante a expedição tínhamos o nosso plano, mas não éramos escravos dele.

É inevitável que todo projeto tenha certa dose de incerteza.

É claro que tivemos medo, mas isso não impediu de seguirmos em frente.

A única certeza é que eu teria pela frente um monte de novidades.

Estávamos construindo memórias que ficarão para sempre.

Não podemos ficar planejando ser feliz um dia. Precisamos cuidar para que cada dia seja feliz.

Até mesmo nos piores momentos de dor e de falta de perspectivas, foi o sonho que nos ajudou a resistir até tudo ser resolvido.


Em busca da alma de meu pai
Jamling Tenzing Norgay e Broughton Coburn

Chegar ao topo é optativo; descer é obrigatório.

O medo provoca erros. Mas é também o medo que gera respeito pela aventura.

Começos sinistros nem sempre levam a resultados desfavoráveis.


Diário de Bordo – Motocicleta


Uma viagem longa é igual a soma de várias viagens curtas.

Tá esperando o quê? Defina o destino, escolha a data, convide os amigos, faça o planejamento, pegue a estrada, e vá ser feliz com um sorriso no rosto.


O meu Everest
Luciano Pires

... decidi experimentar algo novo: um desafio físico e mental completamente fora dos padrões a que estou acostumado.

A mudança de paisagem era um choque.

Para chegar ao destino, a gente tem subir, descer, subir de novo, descer outra vez.


Temporada de Resgates
Bob Drurey

“Sorte de urubu”: não matei nada e não morre nada!

O medo é bom. Toda a coragem é controlada pelo medo. Se você perde totalmente o medo de algo, não consegue mais fazer bons julgamentos.


Sozinho no Polo Norte
Thomaz Brandolin

Eu sentia um misto de fascínio e deslumbramento pelo desconhecido, misturados a uma sensação de isolamento e aventura.

A aventura também significa aproveitar as oportunidades de provar nossas forças contra o desconhecido e descobrir nesse processo, nosso próprio potencial (John Amat).

Conhecer da maneira mais simples e pura: sozinho e a pé.

Enquanto eu estivesse sozinho, eu teria que conviver com meus medos, atropelar as vacilações, driblar o cansaço, espantar o mau humor e estar sempre me automotivando. Expor a mim mesmo e aceitar numa boa meus limites e fraquezas. Manter a serenidade, mas com coragem. Caminhar em silêncio, mas espantar o tédio. Teria que apurar minha sensibilidade, contornar as “preguiças”, dar um chega-prá-lá no desânimo e tomar todas as iniciativas. Era justamente o que me fascinava.

Se eu quisesse me aventurar sozinho, eu teria que prestar mais atenção aos meus atos.

Deixei qualquer resquício de insegurança para trás e comecei a me afastar.

Eu estava numa euforia contida, feliz por ter superado a preguiça, o descaso e o medo que a maioria das pessoas têm de levar seus projetos adiante, embora estivesse consciente que precisaria de muita força de vontade para superar as dificuldades.

A minha frente tudo era desconhecido, até mesmo minhas reações.

Se eu quisesse muita segurança teria ficado em casa.

Seria ingenuidade de minha parte achar que pudesse eliminar todos os riscos no planejamento. Não existe “risco zero”.

A emoção de me ver prosseguindo em direção ao desconhecido apesar do cansaço, do medo e do desconforto é que me dava forças.

Não havia nada humano ali. Era a natureza em estado puro, selvagem. Apesar do frio e do vento, a sensação de pertencer àquela paisagem me deixou fascinado.

Muitas vezes, as pessoas entram em contato com a natureza e reclamam do desconforto, do frio, dos mosquitos, das bolhas nos pés. Muitas pessoas vão para a natureza e querem o mesmo conforto da cidade. Não dá! A natureza tem que ser desconfortável às vezes. Na verdade ela é o oposto do mundo civilizado e é nela que o homem se energiza, alimenta seu espírito e renova sua alma.

Eu era um animal acuado, preso em minha própria liberdade.

É aquele eterno conflito: até que ponto posso ser exigente ou tolerante comigo mesmo? Até onde posso me violentar? Até onde posso forçar e seguir superando meus limites? Eu tinha decidido que não faria loucuras, mas só o fato de estar ali já era uma loucura.


441 Dias de Pedal: do Acre ao fim do mundo
Gilberto Farias

Sou também uma pessoa carregada de defeitos e movida pelos desejos.

O viajante nunca sabe o que há detrás do horizonte e o que vai encontrar lá.

Às vezes, um susto nos faz mais responsáveis.

Não somos perfeitos e estamos constantemente com o espírito balanceado pela ansiedade, frustação e o desejo de vingança.

Os obstáculos que encontramos pelo caminho fazem parte da aventura.

O homem deve treinar a coragem para que o medo não comande a sua vida.


Um desafio no Kilimanjaro
Marcelo Andrade


Bom humor e espírito esportivo são fundamentais para o sucesso de qualquer expedição.

Adorava o contraste dessa vida de aventuras com a vida social e profissional na cidade grande.

Tive mais forte do que nunca a certeza de que toda pessoa tem o direito e o dever de sonhar e deve perseguir esses sonhos.


Milagre nos Andes
Nando Parrado e Vince Rause

Olhe para a frente. Poupe suas forças para as coisas que pode modificar. Se ficar preso ao passado, você vai morrer.


Patagônia: uma viagem ao fim do mundo
Ana Maria Pereira Gonçalves.

Como é interessante se sonhar muito tempo com alguma coisa e de repente estar dentro do sonho, transformando-o em realidade.

Há certos momentos em que temos que desacelerar, ir num ritmo mais lento para poder admirar o lugar, a paisagem, o canto de um pássaro.




Trekking na Patagônia
Regina Helena Fontanelli


Para tudo existe o ônus e o bônus. Percorrer trilhas peça segunda vez é chato pois a paisagem se repete, este é o ônus. O bônus é caminhar sabendo relaxado, sabendo o que vem pela frente.


Sua majestade: o deserto.
Magda Raupp e Dione Pasquotto

Atrai-me a parte física, o sair para algum lugar de difícil acesso, os preparativos para a viagem, atingir o objetivo de chegar lá.

Há pessoas cujo o lema na vida é conforto acima de tudo; outras são medrosas e não se sentem atraídas pela aventura. Ambas estão certas: a gente faz o que gosta.


Machu Picchu: viagem à cidade sagrada dos Incas.
Leon Hernandes Dziekasiak

Voltavam com o corpo cansado e as energias renovadas.

Você vai precisar de espírito esportivo, boa resistência física, uma boa dose de paciência e capacidade de aceitar as dificuldades numa boa. Será recompensado por uma experiência humana enriquecedora.


Pelas veias da selva
Vito D’Alessio

Viajando, fraquezas e virtudes se confundem, se invertem, criando uma nova escola de valores, mais depurada, que faz os olhos brilharem nas piores dificuldades, talvez, por despertar o verdadeiro indivíduo que há em cada um de nós.

Foi viajando que entendi o abismo que existe entre o conhecimento – fundamental na vida urbana – e a grande aventura de descobri-la com as próprias mãos.

Sonhar com viagens é se perder em devaneios.

A partir de agora, vamos fortalecer o projeto com duas determinações: prudência e perseverança.




No ar rarefeito
Jon Krakauer

Descobri que os sonhos de infância custam a morrer.

Algumas pessoas tem grandes sonhos, outras tem sonhos pequenos. Seja qual for o seu sonho, o mais importante é nunca parar de sonhar.

A perspectiva do perigo serve para aguçar o controle e a atenção.



Cem dias entre o céu e o mar
Amyr Klink

Um tempo em que aprendi a transformar o medo em respeito, o respeito em confiança. Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer.


Machu Picchu
Sergio Motta

Não posso lhe dar conselhos, a sua vida é diferente da minha. Você é o único que pode achar as soluções. Não fique querendo ser orientado por alguém. Busque seu caminho.

... descobrir meus limites, minhas fraquezas e virtudes. E assim fazendo, aprender a aperfeiçoar minha relação com os outros e com o mundo.

Quem busca seus sonhos descobre que a vida vale a pena.


Alaska: além do círculo polar ártico
Clodoaldo Tubay Braga

Seria simples se não fosse por um detalhe: a inquietude nasce junto com o ser humano.

Como se a estrada fosse a libertação e o cotidiano fosse o ônus.

O importante em algumas situações não é estar certo, é estar inteiro.

Tranquilidade não quer dizer descuido.

É preciso que soframos para merecer usar o nome de “aventureiro”, palavra que é quase um título honorífico para aqueles que escolhem desafiar um pouco a rotina.

Nas pequenas cidades está a alma do país.


Nazaré
Sérgio Motta

Quem viaja tem a oportunidade de acordar e poder ver coisas novas, já quem nunca viaja acorda para ver sempre as mesmas coisas. E são as experiências diferentes de vivenciar o desconhecido que abrem os horizontes.

A gente descobre que ficou adulto quando os outros acham mais ridículo ser espontâneo.

Talvez o segredo de ser feliz esteja na simplicidade de viver a vida.

É tão bom despertar a criança que existe em mi, que ainda tem grandes visões, desejos, esperanças, disposição para fazer o que for preciso a fim de transformar o sonho em realidade.

O ser humano está em constante aprendizado, mas a qualquer momento pode ter de exercer o papel de educador e deve estar preparado para isso.

Não tinha medo do desconhecido e confiava na minha capacidade de elaborar soluções criativas diante das adversidades.

Quem permanece plantado na rotina fica cristalizado pensando de um jeito só, ano após ano.

Quando nos desgastamos demais com a rotina, não abrimos uma brecha para a vida entrar e fazer parte dela.

A possibilidade de realizar um sonho é o tempo de vida. Os sonhos talvez sejam tentativas de Deus se comunicar conosco. Nem todos são capazes de entende-los do mesmo modo.

É uma delícia aprender com a vida, o resto é consequência.

Ao realizar um sonho, abraço a verdadeira razão de viver.

O medo é parte natural e integrante da vida. É um amigo que temos de admitir e aceitar.

Procuro estímulo nas pequenas coisas da vida.

Gostar do que se faz é um requisito indispensável para uma vida saudável.

A mochila não é um mero apetrecho de viagem. Temporariamente ela é a minha casa que trago nas costas.

O homem só é verdadeiramente grande quando age movido por grandes paixões.

A vida nos apresenta uma série de caminhos. O maior mérito do ser humano é descobrir qual deles seguir. Todo indivíduo tem algum tipo de potencial.

Não fique preso aos objetivos da maioria. Eles são determinados por julgamentos, preconceito e toda a parafernália que a sociedade exige para aceita-lo como um de seus pares “normais” e “saudáveis”.

A grandeza não está em ser forte, mas no uso correto da força.

A liberdade autêntica é um sentimento vindo de dentro para fora. Enfim, ser livre é um estado de espírito. E alcançá-lo exige persistência e coragem.

Existem pessoas que tem água parada na cabeça e essas pessoas são difíceis de sair do lugar.

O melhor método para preservar a felicidade é usar o bem humor. Um bom senso de humor cura praticamente todos os males.

A felicidade é um instrumento mágico que dispomos, ou seja, é a adrenalina que necessitamos para viver.

Respeite o passado, comemore o presente e olhe para o futuro.

O caminho de todo mundo é longo. O que faz a diferença entre uns e outros é a disposição.

Fé não é crença sem provas, mas confiança sem reservas.


Contornando as Américas
Marcelo Ramos de Oliveira

Minha sensação era de que eu não havia feito nada.

A sociedade chega a ser engraçada: ao mesmo tempo em que não paga as nossas contas, destrói nossos sonhos com a maior naturalidade do mundo.

Nada melhor que um dia todo integrado à natureza para começar a relaxar e entender porque é importante viajar.

O mundo seria muito melhor se as pessoas das cidades grandes fossem amáveis como o pessoal do interior.

Mais do que chegar a um determinado lugar, o importante é ir e curtir todo o caminho; parar em uma curva para ver o detalhe de uma cidade, uma montanha ou um animal, dar tempo à vida e seguir seu ritmo.

Comecei a perceber que não há dinheiro no mundo que pague a experiência de viver.

Eu fazia o que deveria ter feito há muito tempo, mas nunca é tarde e eu estava muito orgulhoso, por ter me permitido viver.

Como é bom ter tempo para apreciar os pequenos detalhes da natureza.

Aprender a curtir minha companhia, a ser meu melhor amigo, a conhecer meus limites e estava desfrutando cada segundo. Por todo caminho me senti um privilegiado por estar realizando meu sonho.

Quem viaja não necessita de terapia.


TXAI
Gily Samoel Adam


Confesso que desde o primeiro dia a ideia de fazer essa viagem me fascinou, mesmo sabendo a loucura que seria deixar a tudo e a todos.

Para construir um castelo levam-se anos e anos, mas para destruí-lo um raio o faz em um milésimo de segundo.

Todos somos imperfeitos, mas não incapazes.


Caminhos da Grande Coridlheira
Clodoaldo Turbay Braga

Nada é mais embaraçoso que observar alguém fazendo alguma coisa que julgávamos não ser possível ser feita.

Devemos estar conscientes que aventura, emoções, descobrimento pessoal não são, habitualmente, vendidos nas agências de turismo.

Se os navegadores do passado tivessem pensado nos obstáculos que enfrentariam, ainda estaríamos amontoados na Europa, com medo do mar.

Não é só o tipo de equipamento que nos faz avançar nas muitas estradas da vida: vale também a vontade, o poder de se adaptar às situações, a capacidade de sonhar, a ausência de preconceitos e, mais do que tudo, a flexibilidade perante as diversas situações.

A lei do aventureiro é a de chegar inteiro, quaisquer que sejam os obstáculos.

Penso que alguma força interior seja responsável por mover o indivíduo em busca de ampliar suas fronteiras interiores, quase um grito de desespero frente à nossa mesmice cotidiana, uma forma de dizer ao mundo que as coisas podem ser diferentes, melhores, mais desprendidas da rotina.

O fundamental é estar em harmonia com a montanha. Se você consegue perceber os sinais da natureza, pode chegar onde quiser. Caso contrário, não vai a lugar nenhum.

Não há erro em se ter um bom carro. Há um equívoco em considera-lo a essência de personalidade.

Eternidade nenhuma devolverá o momento perdido.


Tudo pelo Everest
Waldemar Nieclevicz

A satisfação está no esforço e não apenas na realização final (Gandhi).

A felicidade consiste em dar sentido à própria existência.


10.000 km de Brasil
Élio j. Bacchi

O melhor investimento é viajar, pois as lembranças não acabam.


Me Leva Brasil
Maurício Kubrusly

Viver todos vivem. Mas saber viver, poucos sabem.


Perdido no Amazonas
Gérman Castro Caycedo

O único amor eterno é o amor impossível.


Cruzando a última fronteira
Ayrton Ortiz

Todos os caminhos forma criados para a gente curtir a jornada, não necessariamente, levar a um destino.





Travessia da Amazônia
Ayrton Ortiz


Precisava ajustar-me ao fluir do tempo local, exorcizar a neurose provocada pela correria na cidade grande, onde as pessoas estavam sempre angustiadas.

Ser mochileiro é, acima de tudo, um estado de espírito.

A simplicidade é o estágio mais elevado da satisfação.


Nas Fronteiras do Islã
Sergio Tulio Caldas

O viajante necessariamente precisa desarmar o espírito e o coração para se aproximar dos habitantes locais. Esses são, em geral, os momentos mais enriquecedores das viagens.


O Caminho de Santiago
Mauricio Nicolete

Percebi neste dia que não adiantava se matar para andar tanto e não poder aproveitar as maravilhas do caminho.



Os 10 Mandamentos do Caminho de Santiago de Compostela
Renato Luiz Lucatelli Viana

A fé, acima de todos os dogmas, une as religiões.


Santiago Santiago: caminho dos cavaleiros, heróis e vilões
Hans Aebli

Minha reserva de otimismo beirava ao colapso.


A Magia do Caminho Real
Anna Sharp

Eu quero a minha realidade.

Quero sonhar metas que eu alcance.



Em terra, pisando estrelas: rompendo limites – uma visão feminina do Caminho de Santiago
Magda Von Brixen

Mudança não é, necessariamente, sofrimento.

Abracei com força minhas verdades.

A natureza sempre oferece soluções fáceis, as pessoas é que complicam.


Em terra, pisando estrelas: rompendo limites – uma visão feminina do Caminho de Santiago
Magda Von Brixen

Mudança não é, necessariamente, sofrimento.

Abracei com força minhas verdades.

A natureza sempre oferece soluções fáceis, as pessoas é que complicam.



Pelas Trilhas de Compostela: o relato de uma viagem laica
Jean-Christophe Rufin

Eu sofria o desconforto e pressentia os sofrimentos que teria que suportar, ao mesmo tempo em que experimentava a felicidade daquele momento.

Eu avaliava a loucura da aventura tanto quanto a sua necessidade.

As vias modernas são construídas para o motor e o pneu.


Via Láctea: pelos caminhos de Santiago de Compostela
Guy Veloso

Descobri que na realidade nunca estamos verdadeiramente prontos; que se esperasse pelo instante mais favorável nunca seguiria em frente. Ficaria sempre no mesmo lugar, com as pernas enrijecidas pela dúvida.

Desenvolvi a tolerância; vivi a liberdade.


Caminhando no Caminho de Santiago de Compostela
José Luiz Pinto da Silva

Quando coloquei o agasalho, o tênis e a mochila, eu já não era mais o mesmo.


O Diário de um Mago
Paulo Coelho

A gente não precisa subir uma montanha para saber se ela é alta.

Não existe nenhum pecado em ser feliz.

A busca da felicidade é pessoal e não um modelo que possamos dar aos outros.


Guia do Peregrino do Caminho de Santiago
Máqui

Algumas coisas tive que aprender do jeito mais difícil: errando.

Tome posse de você mesmo. Não deixe o sistema corromper a sua capacidade de sonhar.

Vivemos esquecendo que os sonhos são de graça e realizá-los não é, na essência, uma questão de dinheiro, mas de vontade.

A aventura pode ser louca, mas o aventureiro tem que ser responsável.

Assim como eu, ele estava vivendo um sério caso de amor com a solidão.

Contava apenas com uma fé de aço inoxidável.

Existem coisas concretas e abstratas que desenvolvem a fé: a oração, a hóstia, a vontade, a justiça e o merecimento. A humildade também é a fé na sua expressão mais sublime.

Ser medroso ou corajoso é uma questão de usar tudo na quantidade certa. O medo é um grande aliado. Na intensidade exata, muda de nome e é chamado de prudência. Além das medidas é conhecido como covardia. Coragem em excesso pode ter vários nomes: loucura, ignorância, irresponsabilidade.

A vivência perdeu a importância numa sociedade na qual a produtividade e a velocidade são consideradas os verdadeiros sinais de evolução e progresso.

Viver é uma eterna sucessão de mudanças e um longo aprendizado, mas a responsabilidade de cada uma destas transformações é absolutamente individual.

Ir e voltar mais feliz é a melhor resposta.






Caminho de Santiago: síntese de uma vida.
Rui Morel Carneiro

Tudo tem uma razão, mas nem tudo tem explicação.


Direto da Selva
Klester Cavalcanti

Não me acho louco nem herói.

Trabalhando com atenção, os riscos serão mínimos.


Mundo por Terra
Roy Rudnick e Michelle Weiss

Ao sair de casa para uma jornada, já estava iniciando o caminho de volta.

O que é uma aventura, se não uma eterna volta para casa?

O chamado não bate à porta de qualquer um.

É agora ou nunca. Agora!

Eu já passava dos 30 – hora de criar juízo.

Percebemos que havíamos nos metido em uma encrenca danada, uma aventura maluca e insana.

Das experiências mais difíceis de suportar é que surgem as melhores histórias.

Para não passar por uma pessoa totalmente desprevenida, eu trago a sorte junto comigo.

Se você não planeja tem que ter muita sorte.

As mudanças internas são muito difíceis de serem descritas.

Quando se está preparado psicologicamente, a gente ganha forças com isso.

Nossa cabeça é a nossa fortaleza, muito mais do que nossos músculos e ossos.

O verdadeiro sentido no âmago do espírito que vive no ser humano é a sua paixão pela aventura.

O dia de amanhã ninguém usou, ele pode ser seu (autor desconhecido).


CASA DA LITERATURA CATARINENSE

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