terça-feira, 20 de outubro de 2020

ENTREVISTA COM O ESCRITOR GILMAR MILEZZI

1.        Fale um pouco sobre os livros que você publicou...

Gilmar: Eu comecei publicando na Amazon, em formato e-book. Tenho quatro livros lá e mais três aguardando conclusão e revisão. Em 2014 publiquei Zaphir, um romance de aventura e fantasia. Foi meu primeiro livro impresso e bancado por mim mesmo, com ajuda de um amigo. Em 2016 publiquei Crônicas da Cidade dos Mortos, uma novela de estética gótica, que misturou horror e fantasia. Ambos estão entre os e-books mencionados. Além desses, ainda tem: Lillith – Noite Adentro, uma história de vampiros e Noites Sombrias, uma coletânea de contos de horror e fantasia.

 

2.        Seus livros vendem bem?

Gilmar: Gostaria de dizer que meus livros vendem bem, mas isso ainda não acontece. Pelo menos não num volume que me permita viver disso. Os livros impressos podem ser pedidos através de minha página no Facebook ou no meu site oficial www.culturaindie.com.br, que também dá acesso aos e-books na Amazon.

 

3.        Qual a pior parte: escrever, publicar ou vender?

Gilmar: Sem dúvida, a pior parte é vender. Acho que nenhum escritor gosta do aspecto mercadológico de suas publicações. Por mim, ficava escondido em algum canto escuro, só escrevendo.

 

4.        Joaninha Banguela é o título de uma das peças que você escreveu; de certa forma, ele desperta a curiosidade das pessoas. Como é o processo de escolha dos títulos dos seus livros? Primeiro vem o título do livro ou ele é escolhido no final do processo de criação?

Gilmar: O título me ocorre junto com a ideia do enredo. Eu não saberia dizer o que ocorre primeiro, mas geralmente aproveito a primeira ideia que me ocorre, a menos que já tenha outra obra com o mesmo nome. Aí tento mudar, mas não muito. Afinal, títulos duplicados aparecem até entre clássicos.

 

5.        Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou?

Gilmar: Eu tenho muitas ideias. Mais do que consigo escrever, mas uma em especial está na fila e devo começá-la no anos que vem. É uma novela gótica que mistura espionagem e horror.

 

6.        Música de fundo na hora de escrever, ajuda ou atrapalha?

Gilmar: A música de fundo não atrapalha. Costumo ouvir música clássica, jazz, bossa nova e até Rock pauleira (os clássicos dos anos 60 e 70). Também escuto uns boleros, de vez em quando.

 

7.        Como você se mantém inspirado?

Gilmar: Eu crio enredos com muita facilidade. Tenho ideias a todo momento e isso é um dom e uma maldição, ao mesmo tempo. Acho que nunca vou conseguir escrever tudo o que imagino e, provavelmente, serei uma alma penada procurando algum médium para continuar a escrever.

 

8.        Em qual aspecto você pode melhorar a sua maneira de escrever?

Gilmar: Eu sou um escritor intuitivo. Nunca estudei teoria literária ou algo assim, mas este ano eu fiz um curso de escrita criativa e, através dele, percebi onde devo melhorar minha técnica narrativa. Também fiz um curso de revisão e preparação de originais, que me deu as ferramentas teóricas para melhorar a revisão e a edição de minhas obras. Tudo isso, como preparação para me tornar um editor no próximo ano.

 

9.        Você escreve para provocar o leitor ou a leitora, ou seja, você gosta de cutucar a onça com vara curta?

Gilmar: Eu não escrevo para provocar ninguém. Minha literatura é de entretenimento, para aqueles que apreciam os gêneros por onde transito como escritor. Quando muito, me esforço por oferecer um patamar de leitura um pouco acima daquilo que eu considero ser o leitor médio. Uma leitora, certa vez, me mandou um e-mail para reclamar que eu escrevo muito complicado. Eu me diverti com isso e respondi que, se um livro não incomoda o leitor de alguma forma, não vale a pena ser lido. Não sei se ela continuou lendo meus escritos.

 

10.   Você sofre com bloqueios de escritor?

Gilmar: Não sofro nenhum tipo de bloqueio, só que algumas vezes não fico feliz com o resultado e reescrevo até ficar satisfeito.

 

11.   Qual o assunto e o seu gênero literário preferido pra escrever?

Gilmar: Eu gosto de qualquer gênero, exceto dramas e autoajuda. Os meus preferidos são de aventura & fantasia e horror, mas embarco tranquilamente num romance tipo água com açúcar, erótico ou ficção cientifica. O principal, para mim, é contar uma boa história.

 

12.   Você chega a consultar dicionários, gramática, ou algum banco de dados para escrever?

Gilmar: Consulto dicionários e obras de referências muitas vezes, principalmente agora, que a memória já não é tão precisa e pode me trair. Na maioria das vezes, a consulta é para confirmar algo que já sei.

 

13.   Carlos Drummond de Andrade afirmou: “Não tive um projeto de vida literária. As coisas foram acontecendo ao sabor da inspiração e do acaso”. Você tem um projeto literário ou tudo acontece ao sabor da inspiração e do acaso?

Gilmar: Concordo com o Drummond. Sou ainda um escritor essencialmente intuitivo e não costumo fazer projetos. Apenas pesco uma das ideias que tenho e a desenvolvo um pouco, para ver se gosto. Dependendo disso, posso continuar ou não.

 

14.   Sua apresentação no Facebook está assim: “Sou escritor. Em alguns momentos sou poeta, em outros apenas um sonhador”. Na maior parte dos dias você é um poeta ou apenas um sonhador? Justifique....

Gilmar: Sou basicamente um sonhador. Disso deriva todas as minhas tentativas literárias e minha visão de mundo.

 

15.   Quais os seus sonhos literários que você gostaria de realizar?

Gilmar: Tenho muitos sonhos literários. Eu gostaria de escrever um dia uma grande obra, que pudesse ser meu legado. Nesse momento, tenho alguns projetos em andamento, mas é prematuro falar deles. Há muito para pesquisar e planejar, antes desses projetos florescerem devidamente.


GILMAR CARLOS MILEZZI

Nasceu em Tubarão, em 1957. Desde pequeno pensava em ser escritor. Leu livros de Emílio Salgari, Julio Verne, Jack London e Mark Twain, entre outros.

Criou algumas peças infantis: O Espírito da Floresta, Joaninha Banguela, A Revolta dos Sinais de Trânsito e A Última Chance. Para o público adulto, escreveu as comédias A Costela de Adão, À Flor do Delírio e O Julgamento de Sócrates.

Em 2014 publicou de forma independente o romance Zaphir, no gênero de aventura e fantasia. Publicou também Requiescat in Pace – Crônicas da cidade dos Mortos, uma novela de horror e fantasia. Escreveu também outro romance: Lilith – Noite adentro e Noites Sombrias, que reúnes contos de horror, fantasia e ficção científica. Essas publicações significam a confirmação do velho sonho de menino, cuja jornada está longe de acabar.


                                                    

                                                    GILMAR MILEZZI

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