segunda-feira, 22 de novembro de 2021

ESCRITORES CATARINENSES GANHAM ESPAÇO COM AUMENTO DA LEITURA NO DISTANCIAMENTO

 Uma das boas interferências da pandemia na rotina está no aumento da procura por livros, em diferentes formatos, estimulando a produção de quem acredita que é possível e procura sobreviver da arte.

A pandemia de Covid-19 interferiu na rotina de todo mundo, mas há quem garanta que a leitura aumentou significativamente nesses dez meses de distanciamento social. Se livrarias fecharam as portas e editoras foram à falência, mais livros chegaram pelos Correios e foram buscados no formato e-book. Assim, é possível especular sobre a situação dos catarinenses que escrevem, como vêm sobrevivendo, editando e distribuindo sua produção.

Há gente que não se rendeu e continua criando, e também os que se recriaram como artistas e buscaram formas alternativas de chegar ao público. “Embora não pareça, a produção literária aqui é intensa, principalmente de jovens autores”, afirma Alcides Buss, poeta e sócio, com a mulher, Denise, da editora Caminho de Dentro, em Florianópolis.

Uma análise da literatura feita em Santa Catarina passa pelo que produzem os nomes da chamada velha geração, consagrados – e presos aos sistemas convencionais de publicação, que envolvem editoras comerciais, e os novíssimos talentos que estão emergindo.

O contista Flávio José Cardozo acabou de ver relançado o livro “Singradura” (EdUFSC), em edição comemorativa aos 50 anos da primeira impressão. O mesmo não se pode dizer de Silveira de Souza, Miro Morais, Rodrigo de Haro, Péricles Prade e Fábio Brüggemann, cujas obras estão na gaveta, esperando por novas oportunidades.

“Eles fazem muita falta, mas que eu saiba continuam produzindo, porque escritor de verdade não para de criar”, diz Alcides Buss. Entre as exceções estão Cristóvão Tezza e Carlos Henrique Schroeder, com caminhos já consolidados.

No outro extremo estão novatos – e aí a lista é diversificada, vasta e espalhada pelo Estado inteiro. Ela é feita de gente que mora na Capital, mas também em Joinville, Blumenau, Jaraguá do Sul, Chapecó, Curitibanos, Lages, Concórdia, Laguna, Garuva, Santa Cecília e Guabiruba, para citar algumas das cidades onde escritores da nova geração produzem e fazem chegar, cada um à sua maneira, romances, contos e poesias a leitores sempre dispostos a desfrutá-los.

E há bons autores de diferentes idades que produzem “em” Santa Catarina, como os forasteiros Josely Vianna Baptista, Rodrigo Garcia Lopes e Sérgio Medeiros. “A literatura feita em Santa Catarina é muito ampla e diversa e não está restrita à Capital”, reforça Marco Vasques, ele também poeta, editor e crítico de teatro.

Para a jornalista Néri Pedroso, a descentralização é uma boa notícia, porque confronta a “postura colonizadora” de Florianópolis em relação ao chamado mosaico cultural catarinense, que contém “injustas invisibilidades”.

Entre os mais novos, observa-se várias mulheres que “surpreendem pelo domínio de linguagem e pela ousadia criativa”, nas palavras de Alcides Buss. Há pouco, para coroar o fim de 2020, o escritor Oldemar Olsen, de vasta produção e morador de Rio Negrinho, venceu pela segunda vez o Concurso Literário Cidade de Manaus “Prêmio Péricles Moraes”, no gênero crônica.

Autor respeitado e observador atento do cenário artístico catarinense, o blumenauense Dennis Radünz destaca nomes cujas premiações conferem ressonância a trabalhos de qualidade, seja de veteranos, seja de novatos. “A literatura em Santa Catarina teve na última década uma renovação intensa na prosa, de Carlos Henrique Schroeder e seu livro de contos ‘As certezas e as palavras’ (Editora da Casa), prêmio da Biblioteca Nacional em 2010, até Marcelo Labes e o romance ‘Paraízo-Paraguay’ (editora Caiaponte), Prêmio São Paulo de Literatura, em 2020, na categoria autor estreante”, informa. “Esta foi a década da prosa, inclusive com o extinto Festival Nacional do Conto sendo realizado em Florianópolis”, completa.

“Há uma literatura que se situa no embate, na resistência, em ressignificações históricas, no embaralho de temporalidades, na fluidez entre ficção e realidade.”

Néri Pedroso, jornalista e crítica de arte

Para onde quer que se olhe, existem autores produzindo. Néri, profissional de exitosa carreira no jornalismo cultural e crítica de arte, também cita o romance “Paraízo-Paraguay”, de Marcelo Labes, e ressalta que a moderna literatura catarinense se debate com questões de gênero e de justiça social, porque o Estado pede reflexões sobre o patriarcado, o machismo, a feminilidade e a própria inclusão do público LGBTQ+ na cena literária.

No campo institucional, a Academia Catarinense de Letras, já centenária, edita uma revista periódica e premia anualmente os melhores livros de contos, crônicas, poesias, romance e ensaio, incentivando autores de diferentes faixas etárias a escrever e publicar suas obras.

A vez das editoras caseiras e livros digitais

Se as editoras se fecham para novos autores, cabe a cada um descobrir e adotar estratégias para chegar ao leitor. “Surgem revistas e editoras on-line quase todos os dias”, constata o escritor Marco Vasques. A internet é um desaguadouro importante, mas carece do filtro regulador que prime pela qualidade.

Para Vasques, a educação é o caminho para apresentar aos jovens não só a literatura, mas o teatro e a dança, tornando-os, mais adiante, adultos preparados para conviver com a arte. Num país onde falta o básico para milhões de pessoas, tirar da arte e da cultura a condição de luxo, de supérfluo, é um desafio permanente.

“É importante mencionar o surgimento de novas editoras, muitas caseiras, meio artesanais, o que de certa forma fortalece a cena literária, mas não elimina as enormes dificuldades enfrentadas pelos autores”, afirma Néri Pedroso. Num Estado dominado pela ética ferrenha do trabalho, artistas de todas as áreas enfrentam a negação generalizada de que criar é um trabalho digno, passível de remuneração e aplauso.

A falta de políticas públicas para a área da cultura fecha um quadro de desconsideração que, hoje, chega a olhar com desconfiança quem escreve, atua, dança, pinta, canta ou toca um instrumento.

Neste cenário, o livro digital veio para ficar. “No futuro, talvez só ele sobreviva”, conforma-se o poeta Alcides Buss. Ele cita o escritor Milton Maciel, da Academia Joinvilense de Letras, que edita a revista “Escrever”, dedicada à formação de novos autores, e que é um entusiasta dessa opção de disseminação da leitura. Orgulhoso da iniciativa, Maciel destaque que ela é a primeira e única iniciativa do gênero no Brasil, a circular nas versões impressa e digital.

Diz Buss: “Eu próprio me beneficiei dela. Meus dois últimos livros de poesia, ‘Janela para o mar’ e ‘Viver não é tudo’, tiveram novas edições em formato e-book. Posso dizer que ganharam vida nova. Quando bem feitas, as edições permitem uma leitura fluente e agradável, até mesmo no smartphone, de menor custo para o editor e mais acessíveis para o leitor”.

Menos otimista que os colegas, o escritor e editor Fábio Brüggemann vê o fechamento de livrarias e editoras como um reflexo que vai além da pandemia.

A falta de políticas públicas para a área da cultura fecha um quadro de desconsideração que, hoje, chega a olhar com desconfiança quem escreve, atua, dança, pinta, canta ou toca um instrumento.

Neste cenário, o livro digital veio para ficar. “No futuro, talvez só ele sobreviva”, conforma-se o poeta Alcides Buss. Ele cita o escritor Milton Maciel, da Academia Joinvilense de Letras, que edita a revista “Escrever”, dedicada à formação de novos autores, e que é um entusiasta dessa opção de disseminação da leitura. Orgulhoso da iniciativa, Maciel destaque que ela é a primeira e única iniciativa do gênero no Brasil, a circular nas versões impressa e digital.

Diz Buss: “Eu próprio me beneficiei dela. Meus dois últimos livros de poesia, ‘Janela para o mar’ e ‘Viver não é tudo’, tiveram novas edições em formato e-book. Posso dizer que ganharam vida nova. Quando bem feitas, as edições permitem uma leitura fluente e agradável, até mesmo no smartphone, de menor custo para o editor e mais acessíveis para o leitor”.

Menos otimista que os colegas, o escritor e editor Fábio Brüggemann vê o fechamento de livrarias e editoras como um reflexo que vai além da pandemia.

“É o desprezo que as novas gerações têm pelo livro, apesar de que leem o tempo todo nas redes sociais, uma leitura tola, na maior parte.”

Fábio Brüggemann, escritor e editor

Ele desafia dizendo que gostaria de saber “quem encararia um novo Proust hoje em dia, dessa galera do Instagram ou do Facebook”. Para muitos jovens, ficar “parado” lendo um livro é perda de tempo, porque vai muito além dos 140 caracteres das mensagens do Twitter. “Eu mesmo lia muito mais livros há 15 anos, e sinto que perco um tempo enorme lendo m… nessas redes”, constata.

Nomes que romperam fronteiras

“Prosadores e poetas catarinenses jovens começaram a circular nacionalmente com mais frequência, o que antes estava reservado a nomes como Salim Miguel”, diz Dennis Radünz, citando nomes como Carlos Henrique Schroeder, Marcelo Labes e Cristiano Moreira. No ambiente doméstico, se perdeu o belo projeto de biblioteca comunitária Barca dos Livros, mas Florianópolis ganhou com as revistas (impressas ou eletrônicas) Gulliver e Texturas, entre outras.

“A ousadia e a qualidade estão nessas iniciativas de renovação e é fato que a área de literatura da Universidade Federal de Santa Catarina, a partir do PET Letras ou de professoras como Eleonora Frenkel e Telma Scherer, tem acolhido experimentos literários e trabalhos de graduação em escrita Ccriativa”, afirma Radünz.

Durante a pandemia, o fim dos eventos de literatura e a queda brusca de vendas nas livrarias locais foram os impactos mais sentidos. Em contrapartida, destaca Radünz, “a oferta de cursos literários breves em meio digital parece ter se firmado no imaginário, porque pessoas de todas as regiões e de outros países compartilham a mesma sala virtual com uma escritora ou escritor notório e antes inacessível”.

“A pandemia talvez tenha nos feito reencontrar o tempo interior, o tempo de ler textos densos, como um ‘Torto arado’, romance de Itamar Vieira Júnior que retrata o multiverso que é o Brasil.”

Dennis Radünz, escritor


https://ndmais.com.br/cultura/escritores-catarinenses-ganham-espaco-com-aumento-da-leitura-no-distanciamento/ 


quarta-feira, 10 de novembro de 2021

ENTREVISTA COM SAULO ADAMI

 






São mais de 100 livros publicados numa carreira que começou cedo, em passos trilhados e fortalecidos com o próprio jornalista, mas que começaram aos 9 anos de idade. Precisamente 123 livros publicados como autor em diversas áreas de literatura: poesia, conto, crônica, novela, romance, além de biografia, ensaio e história. Saulo Adami ainda dirige a própria editora, Estrada de Papel, criada ano passado para publicar ou reeditar livros de sua autoria e outros escritos em parceria.
Aos 55 anos, o brusquense que vive em Curitiba desde 2011 conta que não lembra de ter “vivido um período sem entusiasmo pela escrita ou sem inspiração”. E a quarentena que todos vivemos, não foi tão atípica pro veterano da literatura. Dedicou os dias de confinamento a finalizar alguns livros que estavam em andamento, como o “Cancionata: a revolta dos colonos e o martírio de Leopoldo Adami em Nova Trento”, que conta a história do seu trisavô que veio da Itália em 1875. Livro que, a propósito, o garante “reescrever a história de Nova Trento”.
Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, pisciano por completo e uma pessoa com tanto conteúdo que essa entrevista poderia render diversos desdobramentos, mas escolhemos seguir por seus lançamentos do semestre: os mais recentes livros “Cancionata” e “Boiteuxburgo: a cidade que um país esqueceu”.

A.G.: Já Boiteuxburgo: a cidade que um país esqueceu não é tão distante nem geograficamente. A história é de uma comunidade em Major Gercino que vem de encontro a uma série de conflitos, crises políticas, e falhas na gestão de dinheiro público. O que Boiteuxburgo tem de semelhança com a atual realidade do Brasil?
S.A.: O livro começou a ser escrito em 2003, quando visitei o antigo Núcleo Colonial Federal Senador Esteves Júnior, e para onde retornei em 2006 para entrevistar outros de seus moradores mais antigos, que tinham 80 anos de idade ou mais. O livro aguardou todo este tempo para ser publicado, e devo ao empresário e amigo Alcir Otto, que nasceu e cresceu em Boiteuxburgo, a oportunidade desta edição. Boiteuxburgo viveu o auge de seu desenvolvimento até final da década de 1950, quando entrou em declínio depois que representantes do governo Jânio Quadros fizeram uma visita à cidade do futuro, como era chamado o Núcleo, e constataram desvio de verbas, erros administrativos e outras irregularidades cometidas por servidores públicos federais. Desde então, o repasse de verbas governamentais deixou de ser efetuado à comunidade que teve mais de 4 mil habitantes na década de 1920. Estas e outras histórias são narradas pelos entrevistados e serão mostradas em um documentário que escrevi para a Prime Filmes. Como se pode constatar, a antiga história de Boiteuxburgo tem muitas semelhanças com a atual realidade do Brasil, país onde a corrupção e o abuso de poder têm se tornado cada vez mais presentes no trato da verba pública. Para nossa vergonha e infelicidade.

André Groh: Como funciona o processo criativo de escritor?
Saulo Adami: Acredito que cada autor tem seu modus operandi. O meu é simples: não tenho rituais, simplesmente escrevo. Costumo dizer que nasci escritor, por isso escrevo sobre qualquer assunto, com ou sem inspiração, em função da experiência com as escritas literária e jornalística. Comecei a escrever crônicas e contos aos nove anos de idade e peças teatrais aos 10, e sempre que a professora da escola primária perguntava o que eu queria ser quando crescesse, eu respondia que queria ser escritor. Aos 17 anos, lancei meu primeiro livro (“Cicatrizes”, 1982), com poesia, conto e crônica. Aprimorei minha escrita na prática diária do jornalismo: fui repórter e editor de jornais e revistas por mais de 20 anos, incluindo assessoria de comunicação social. Estas experiências me deram velocidade para escrever, e com o grande interesse que sempre tive pela pesquisa, ao deixar a redação de jornais passei a me dedicar a escrever livros sob encomenda – sobre personalidades, municípios, empresas e famílias. Ao mesmo tempo, me dediquei aos projetos pessoais ligados à literatura, ensaio e história. Hoje, tenho 123 livros publicados como autor nas áreas de literatura (poesia, conto, crônica, novela e romance), biografia, ensaio e história, e dirijo minha editora Estrada de Papel, criada em 2019 para publicar ou reeditar livros de minha autoria e outros escritos em parceria. Desde então, já foram lançados três livros com este selo editorial, e outros estão em preparo para publicação. Não lembro de ter vivido um período sem entusiasmo pela escrita ou sem inspiração. Nem mesmo quando escapei ileso de um assalto, em 2011, quando dois homens armados invadiram minha casa em Porto Belo, me amordaçaram e amarraram, levando meu carro, notebook – com quatro livros em fase de conclusão –, câmeras fotográfica e de vídeo. Desde então, passei a reeleger prioridades na minha vida.

A.G.: Na quarentena, dedicou-se a que?
S.A.: Ao que sempre fiz: escrever. Finalizei alguns livros que estavam em andamento, incluindo “Cancionata: a revolta dos colonos e o martírio de Leopoldo Adami em Nova Trento”, que conta a história do meu trisavô que veio da Itália para o Brasil em 1875. Poli textos antigos, escrevi artigos para revistas de história publicadas em Santa Catarina e no Paraná. Vivo profissionalmente da escrita, por isso trabalho simultaneamente em três ou quatro projetos, incluindo livros e roteiros para filmes documentários, uma atividade que também me realiza como autor. A quarentena, ao mesmo tempo que me privou de dar continuidade a projetos importantes, como documentários sobre a história de Santa Catarina e me fez parar de exibir o média metragem “O dirigível” (Griô Filmes, 2019), sobre as passagens do Graf Zeppelin e do Hindenburg pelo Sul do Brasil, na década de 1930, permitiu que me dedicasse mais intensamente a projetos pessoais de literatura que estavam adormecidos. A pandemia me deu oportunidade de me voltar um pouco mais para dentro de mim, reavaliando participação em alguns projetos nacionais e internacionais. E fazendo uma revisão da carreira, pois alguns ciclos na vida devem ser encerrados quando já não nos satisfazem. Tomei várias providências nesse sentido. E não tem problema a gente olhar para trás, de vez em quando, e mudar o rumo ou a direção. Isso faz um grande bem, é libertador!

A.G.: Você também é jornalista. O que mudou no jornalismo desde que deixou de atuar?
S.A.: Mudou muito desde que deixei a redação do jornalismo diário, e lá se vão 18 anos. Gostava de trabalhar como repórter e editor, e sinto saudades de alguns companheiros de ofício e de algumas das campanhas que fizemos e até mesmo das encrencas que enfrentamos no exercício da profissão. Mas, a roda do tempo girou, eu busquei outros caminhos na vida e na profissão, e perdi o entusiasmo que poderia ter me mantido ou me levado de volta às redações. Acompanho com tristeza o desaparecimento de vários jornais impressos ou de suas migrações para outras plataformas. O jornalismo contemporâneo já não me atrai. Não tem mais a magia que tinha quando comecei carreira, no início da década de 1980: a cidade era outra, tudo mudou de lá para cá. O que me deixa triste é ver que, apesar de todos os avanços tecnológicos e as facilidades do século 21, poucos veículos de comunicação conseguiram manter a qualidade na produção textual ou a profundidade na apuração da notícia. Então, acho que me afastei na hora certa. Sem arrependimentos.

A.G.: O que representam pra você o filme “O Planeta dos Macacos” (1968) e o livro “Homem não entende nada! Arquivos secretos do Planeta dos Macacos” (2015)?
S.A.: O filme de 1968, dirigido por Franklin J. Schaffner, é meu projeto de arqueologia cinematográfica vitalício. Só assisti ao filme uma única vez como fã, milhares de outras vezes o assisti como pesquisador. Este filme e seus derivados – quatro sequências (1970-1973), duas séries de TV (1974-1975), histórias em quadrinhos, roteiros romanceados e os novos filmes (2001, 2014-2017) são minha vida de escritor e pesquisador. O meu foco de interesse foi e continua sendo o fazer cinematográfico, as histórias de bastidores (making of) e os roteiros inéditos, o que me levou a escrever oito livros sobre o assunto (1996-2020). Para publicar o primeiro (“O único humano bom é aquele que está morto!”, 1996), vendi um terreno que recebi de herança dos meus pais, publiquei a obra em São Paulo, lancei em Brusque e fiz com que chegasse às mãos de fãs e estudiosos destas séries em 23 países, assim como às caixas de correspondências de atores, atrizes e técnicos que participaram destas produções. Entre estes profissionais, estão três ganhadores do Oscar: o ator Charlton Heston (Taylor), a atriz Kim Hunter (Dra. Zira) e o desenhista da maquiagem, John Chambers. Na trilha desta obra, vieram as outras sete, incluindo “Homem não entende nada! Arquivos secretos do Planeta dos Macacos” (2015), o mais completo sobre o tema até aqui, que reuniu os conteúdos dos livros anteriores. O mais recente, “Planeta dos Macacos: humanos devem morrer!” (2020) conta a história da série de TV de 1974. Mas, este assunto ainda vai render novos livros, e é um tema que tem me dado muitas alegrias. A maior delas foi vencer o primeiro Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica, de Porto Alegre, com o conto “A Invasão dos Macacos”, escrito em 1997 e publicado no livro homônimo que lancei em 2018 quando foram comemorados 50 anos do lançamento do primeiro filme. Meus estudos também me levaram a fazer viagens de pesquisas aos Estados Unidos (1998-1999), a criar um fã clube postal (1984), editar um fãzine (1985-2000) e produzir documentários curta-metragem sobre o assunto. É, eu tenho gostado de fazer todas essas “humanices”, e meu trabalho ainda não está completo.

A.G.: Cancionata é uma provocação que reescreve a história de Nova Trento. Como surgiu essa pesquisa?
S.A.: Para mim, pesquisar é responder perguntas. Este livro nasceu de uma inquietação, em fevereiro de 2019. Professor de libras, Adriano Gripa me fez relembrar a história de meu trisavô, o imigrante tirolês de Calliano de Trento, Leopoldo Giuseppe Adami, e de sua morte (1884) no Distrito Colonial Nova Trento. Uma pergunta surgiu: “Leopoldo Adami foi assassinado?” Foi o que me levou a pesquisar um tema que me atraía desde 1978, quando fiz as primeiras anotações para um futuro livro. Compromissos profissionais e pessoais me fizeram deixar para mais tarde a conclusão das pesquisas, até que publiquei um artigo na revista “Blumenau em Cadernos”, em maio de 2019, ainda pleno de dúvidas. Até concluir a pesquisa, em fevereiro do ano passado, contei com apoios importantes, como o professor Juliano Martins Mazzola, historiador amigo de Nova Trento que inclusive traduziu alguns documentos originais. O companheiro de viagem mais frequente foi meu pai, Luís Avaní Adami: bisneto de Leopoldo Giuseppe Adami, neto de Domenico Leopoldo Adami e filho de Luís Domingos Adami. Consultamos acervos públicos e privados em Itajaí, Brusque, Nova Trento e São Leopoldo (RS). Durante nossas breves expedições, conversamos e conhecemos um pouco mais a nós mesmos e às pessoas que nos foram apresentadas pelas evidências, fizemos reuniões familiares para falar sobre um passado comum a todos. Escrever este livro foi, também uma oportunidade de publicar histórias inéditas de Nova Trento, como a revolta dos colonos (1878) e o processo que Leopoldo Adami moveu contra o agrimensor norte-americano Edward Gross, que o torturou quando foi reclamar seus direitos na sede da administração do Distrito Colonial Nova Trento, subordinado a Brusque. O processo (1878-1880) foi localizado no Arquivo Histórico de Itajaí e esperou mais de 140 anos para ser revelado. As pesquisas me levaram, também, a fazer uma revisão completa das origens de Nova Trento desde antes da grande imigração (1875) que estimulou meus antepassados a partir de sua Itália natal para vir morar na floresta brasileira. O livro foi lançado com apoio da Associação Beneficente Besenello e da Estoparia Catarinense, e em Nova Trento parte de sua venda é revertida em benefício da Rede Feminina de Combate ao Câncer. 

ENTREVISTA COM O ESCRITOR SAULO ADAMI


Como escreve Saulo Adami

Saulo Adami é escritor e editor, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

1) Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
S.A.) Desde criança, acordo cedo, entre 5 e 6 horas da manhã. Comecei a escrever aos 9 anos de idade, e escrevo todos os dias. Lancei meu primeiro livro (“Cicatrizes”, 1982 – poesia, conto e crônica) aos 17 anos, hoje são mais de 100 livros publicados nas áreas de literatura, biografia e história. Antes do café da manhã, o computador já está ligado para responder e-mails, cumprimentar aniversariantes e ler apenas boas-novas, até começar a trabalhar nos textos do dia. Este “modus operandi” muda quando há maior urgência para entrega de livros para revisores ou editores.

2) Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
S.A.) Por 20 anos, trabalhei como jornalista, aprendi a escrever a qualquer hora do dia, devido à urgência da entrega das matérias e reportagens e devido às exigências dos editores. Não tenho rituais para escrever: ativo meus sentidos e começo.

3) Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
S.A.) Escrevo livros e roteiros para filmes. Então escrevo muito, todos os dias, por várias horas. Sem auxiliares ou assistentes, gerencio agenda de compromissos, participo de eventos no Instituto Histórico e Geográfico do Paraná – do qual faço parte desde 2017 e coordeno alguns de seus programas –, abasteço com informações as redes sociais e faço contato com amigos que atuam nos mais diversos segmentos profissionais. Tenho a sorte de ter amigos colaboradores e coautores. A meta diária é escrever e cumprir os prazos estabelecidos em contratos. Além disso, tenho prazos que estabeleço para meus próprios projetos, que nem por isso são menos cobrados.

4) Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
S.A.) A partir das primeiras anotações – no caso de literatura – ou a partir da primeira entrevista – no caso dos livros biográficos ou de História –, começo a escrever. Algumas obras são mais exigentes e desafiadoras – biografias são as minhas favoritas! – mas o importante é avançar no trabalho, todos os dias, é atender ao chamado da escrita. O que me irrita é trabalhar com colaboradores que não têm ritmo, pessoas lentas, preguiçosas e improdutivas. No mais, sigo meu trabalho em paz.

5) Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
S.A.) As travas estão em quem escreve. É preciso conhecer o assunto antes de começar a trabalhar porque pesquisar é responder perguntas. Só escrevo sobre o que acredito. Por isso, se o processo de escrita se torna lento demais, o problema está em mim. E a solução, também. O que mais me estimula a prosseguir com o trabalho, tanto em literatura quanto em outros temas, é ver o trabalho em constante evolução. Descarto expressões, parágrafos ou páginas inteiras sem hesitação, para o bem do andamento do processo de criação. Nunca escrevo um livro de cada vez, aprendi a escrever com ou sem inspiração na redação dos jornais. Não tenho medo de não corresponder às expectativas porque me entrego de corpo e alma ao que faço. Às vezes, projetos se alongam devido às suas complexidades.

6) Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
S.A.) Tantas quantas a complexidade do texto exigir. Sim, mostro meus trabalhos para outras pessoas, principalmente para minha mulher, a psicóloga Jeanine Wandratsch Adami que, além de coautora de algumas de minhas obras, acompanha meu dia a dia. Tenho estúdio em casa, mantenho a porta sempre aberta. Sou receptivo às avaliações e sugestões, teimoso quando necessário para o bem do livro em produção.

7) Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
S.A.) Deixei de lado a máquina de escrever 20 anos depois de começar a produzir literatura. Aderi ao computador em 1996. Sem dúvida, a tecnologia facilita em muito o meu trabalho, que requer organização, precisão e velocidade. Hoje, raramente escrevo à mão. Exceção para quando esboço as primeiras linhas ou páginas de poesia, conto, crônica, novela ou romance.

8) De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
S.A.) Fui criado entre contadores de histórias, personagens curiosos e divertidos que frequentavam o comércio de meus pais e que aguçaram minha imaginação. Dentre estes personagens estavam avós e primos, colegas da escola e um cachorro chamado Pió, parceiro de aventuras do avô materno, Serafim Conte. Na Escola Municipal Luiz Silvério Vieira, quando a professora perguntava sobre profissões, respondia com a confiança de que um dia o futuro seria o presente mais esperado: “Eu quero ser escritor!” Minha avó Ema Fornari Conte era benzedeira. Foi ela quem disse para minha mãe, assim que nasci, que eu seria escritor. Aos três anos de idade, escrevia com água, carvão e giz nas paredes da casa-venda de meus pais. Na escola, eu só queria aprender a ler e a escrever bem. Fugia dos cálculos e das ciências físicas e biológicas. Prioridades em minha vida sempre foram escrever e publicar. Passei a maior parte da adolescência estudando e escrevendo. Fui um guri normal, pleno de dúvidas mas ao mesmo tempo certo de que queria ser escritor. Eu mentalizava minhas experiências futuras: escrevendo, autografando, vendendo livros. Meus pais sempre fizeram tudo para me ajudar na realização dos meus sonhos. Mesmo aqueles que não condiziam com o futuro que almejassem para mim. Procurava ajudá-los no comércio e nas terras em que meu pai plantava. Eu fazia o que gostava: assistia “Vila Sésamo”, “Shazan-Xerife & Cia.” e “O Planeta dos Macacos” na TV. Tive sarampo, caxumba, catapora, joelhos ralados, espinho nos pés, calos e hematomas. Mas, sobrevivi, para contar estas e outras histórias. Quanto aos hábitos para manter a criatividade, procuro ler livros ou pelo menos trechos sobre os mais variados assuntos, assisto filmes e, principalmente, converso com outras pessoas – desde meus entrevistados aos amigos, que são infindáveis fontes de inspiração.

9) O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos?
S.A.) Continuo produzindo textos diferentes simultaneamente, mas hoje escrevo mais livros sob encomenda do que literatura. Estou mais ágil e muito mais seguro do que estou fazendo e consciente do ponto no qual quero chegar. Ao escrever uma história vinda da inspiração, em geral sei como será seu começo, seu meio e seu final, e trabalho entusiasticamente para preencher as lacunas entre uma fase e outra da história. Se o processo se torna lento, tento retomá-lo mais tarde. Mas, se ao tentar a retomada nada muda no avanço da criação, encerro as tentativas.

10) Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
S.A.) Até o momento, os projetos que gostaria de fazer já estão iniciados. Há muitos livros que gostaria de ler e que ainda não existem, principalmente sobre os temas que gosto, a exemplo da biografia de Arthur P. Jacobs (1922-1973), produtor da série cinematográfica “O Planeta dos Macacos” (1968-1973). Um dia, quem sabe…



sexta-feira, 5 de novembro de 2021

"O ISOLAMENTO TEM ME ENSINADO LIÇÕES" - IGNÁCIO LOYOLA BRANDÃO

 

Aos 84 anos, o membro da Academia Brasileira de Letras diz durante a Fliss que aprendeu a organizar a casa e está começando um novo romance



Aos 84 anos, o jornalista e romancista Ignácio de Loyola Brandão vive uma fase singular. Um período de descobertas. O isolamento decorrente da pandemia do coronavírus  tem ensinado lições importantes a esse mestre da literatura, membro da Academia Brasileira de Letras, especialmente do ponto de vista pessoal. “Agora sei onde ficam os lençóis, as fronhas, os pratos, as travessas, os temperos e os copos. Antes, eu era um estranho dentro da minha casa. Não sabia onde tinha um vaso para colocar flor. Agora eu sei”, confidenciou o escritor durante a Fliss, a Festa Literária Internacional de São Sebastião, que acontece até domingo de forma 100% online.

Diferentemente de muitos casais que falam em separação, esse paulista de Araraquara conta que a quarentena tem feito bem para o seu convívio com a mulher Márcia, arquiteta com quem está casado há 37 anos. “Estamos mais próximos. A coisa ficou mais leve e cordial”, contou.

Atualmente, é ele quem prepara o café da manhã e lava a louça, tarefa que faz em paralelo às horas de escrita. E lá se foram 10 páginas, o embrião de um possível futuro romance. Em fase inicial, a obra já ganhou até título provisório. A paixão pela escrita, recorda, é atribuída às professoras da infância. Uma delas, inclusive, disse uma frase em sala de aula que o pequeno Ignácio jamais viria a esquecer. “A fantasia ajuda a suportar a vida”, repete.

E é essa fantasia que tem levado o escritor a sobreviver à quarentena e a se deparar diariamente com um material riquíssimo advindo da pandemia. Amplo, diverso, mas também complexo, trágico e dolorido. “Eu ainda preciso trabalhar isso dentro de mim. É muito cedo, estou muito dentro ainda, tenho medo de fazer coisas erradas. Se eu sobreviver… Na minha idade, eu sei que o meu tempo é curto”, revela.

A morte não é um tabu para esse autor de tantas histórias. Preocupado? Não, Brandão não se preocupa com o tema. “No meu tempo eu me vou. Em 1996, eu descobri que tinha um aneurisma na artéria cerebral direita. Fui para o médico e descobri esse chamado assassino silencioso, que não apresenta sintomas. Trata-se de um derrame que te leva embora. Por um acaso, consegui descobrir fazendo exame para outra coisa, fiz a cirurgia e estou aqui.”

Hoje, Brandão prefere falar da vida à morte. Para ele, viver permite sentir gostos, ouvir sons, ver cores, ter paladar. “Adoro a vida!”, celebra.

Ele discorre sobre seu público. “Relação entre leitor e autor é curiosa. Você não sabe para quem escreve. Alguns você sabe, mas fora disso não tenho ideia de quem são os leitores, do que fazem. O que um leitor deve fazer dentro do livro. Se encontrar, eu sou esse personagem, eu tenho os mesmos desejos, sonhos, pensamentos, imaginários, loucuras, rejeições. Tudo que ponho no livro é tudo que eu ponho dentro de mim. As mesmas angústias, ansiedades. Quando o leitor não encontra isso, ele abandona o livro. Todo mundo já abandonou um livro e isso me dá muita culpa.”

Brandão segue o raciocínio. “Mas Jorge Luis Borges disse que parava com certos autores, porque o autor fracassou com ele. Então eu também paro. Não dirijo, não sei dirigir. E adoro quando vejo alguém está lendo um livro meu. Eu me aproximo, sento ao lado, às vezes a pessoa está riscando uma frase e eu vejo se aquela frase é a que eu escrevi, se é uma puta frase, uma frase linda. Tem frase que eu acho banal, que foi um clichê. Essa relação é muito misteriosa, você nunca sabe o que o leitor quer, precisa. Mas a literatura, a escrita te ilumina, te faz ver as coisas.” E termina expressando o desejo de todo escritor: “ Você precisa conquistar todos os leitores possíveis.”

https://exame.com/casual/o-isolamento-tem-me-ensinado-licoes-diz-ignacio-de-loyola-brandao/?fbclid=IwAR1xgACOJSwisrmMl535zqOROsVzMO_qG3DNNKyqLSfxLi3N9DaGUMlJGKA

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

LIVROS QUE LI - CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA


Abaixo estão as capas de livros que li, com relatos e informações referentes ao Caminho de Santiago de Compostela. Abaixo de algumas capas eu faço um comentário da obra, que emitem a minha opinião. É somente a MINHA opinião e não uma verdade!



O Caminho De Santiago De Compostela - Itelberto Perez - Traça ...

1) O CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA: roteiro de um peregrino. Publicado em 1999. Com aproximadamente 150 páginas, este livro traz o relato da caminhada de Itelberto Perez, natural de Araraquara. Ele percorreu o caminho em 1998 e compartilha com os leitores a sua visão e experiência durante os mais de 30 dias de viagem. Eu RECOMENDO  a leitura.


La Vie Est Ailleurs: Resenha: Caminhando no Caminho de Santiago de ...   

2) CAMINHANDO NO CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA. José Luiz Pinto da Silva, autor deste livro, nasceu em Paranaguá percorreu o Caminho de Santiago de Compostela em 2001e descreve sua vivência durante os mais de trinta dias em que esteve peregrinando até a chegada na catedral de Compostela. Tenho dois exemplares do mesmo livro, porém, com capa diferentes. Eu RECOMENDO.



Em Terra, Pisando Estrelas / Vengas, Vengas... - Magda von Brixen ...

3) Acima e abaixo, são ilustrações de um mesmo livro, com duas histórias: VENGAS, VENGAS. ROMPENDO LIMITES: UMA VISÂO MASCULINA DO CAMINHO DE SANTIAGO, de Eduardo Villas. E EM TERRA - PISANDO ESTRELAS: ROMPENDO LIMITES; UMA VISÃO FEMININA DO CAMINHO DE SANTIAGO, de autoria de Magda von Brixen. Magda e Eduardo compartilham suas histórias em um mesmo livro, que possui duas capas, pois é preciso virar o livro de cabeça para baixo para ler o que há na segunda história. São dois bons relatos do Caminho. Magda cita uma passagem de um fato desagradável, que até então eu nunca encontrei em outra obra sobre o Caminho de Santiago de Compostela. Eduardo Villas menciona que levou três anos, esperando e tentando realizar esta peregrinação, mas sempre aparecia um contratempo que o fazia adiar a viagem. Quando finalmente ele conseguiu realizar este objetivo, uma das consequências foi, este belo livro. Eu RECOMENDO.

Vengas, Vengas... E Em Terra Pisando Estrelas - R$ 25,47 em ...




Lendas do caminho de Santiago - 9788573744743 - Livros na Amazon ...

4) LENDAS DO CAMINHO DE SANTIAGO: A ROTA ATRAVÉS DE RITOS E MITOS, de autoria de Juan G. Atienza. É um livro diferente da maioria dos que eu li, pois não aborda as lendas que existem pelo e sobre o Caminho de Santiago, de acordo com a visão do autor. Não foi um livro que me empolgou, mas quem sabe possa despertar a sua curiosidade e agradar á você. Leitura INTERESSANTE.


Histórias De Uma Peregrina - Santiago De Compostela. - R$ 25,00 em ...

5) HISTÓRIAS DE UMA PEREGRINA: SANTIAGO DE COMPOSTELA E OUTROS CAMINHOS. A autora, Lúcia Amaral de Oliveira Ribeiro, narra a sua peregrinação e conta a sua experiência. Um livro que não possui muitas informações sobre as distâncias percorridas, entre outras que podem ser relevantes, mas que tem questionamentos pessoais. Um livro INTERESSANTE.



Via Láctea: Pelos Caminhos de Santiago de Compostela PDF

6) Publicado em 1999, o livro VIA LÁCTEA: PELOS CAMINHOS DE SANTIAGO DE COMPOSTELA, foi escrito por Guy Veloso, após percorrer o caminho em 1993. No livro ele narra de forma simples, a sua primeira experiência neste caminho, que, de acordo com o autor, mudou definitivamente a sua vida. Eu RECOMENDO.


Livro: Peregrina Meu Caminho no Caminho - Baby do Brasil | Estante ...

7) PEREGRINA: MEU CAMINHO NO CAMINHO. Cuja autora é Baby Consuelo, ou melhor, Baby do Brasil, a cantora que fez parte do grupo Novos Baianos.
Um bom livro, de leitura fácil e descontraída. Algumas passagens são bem interessantes e até mesmo, engraçadas. No prefácio do livro, Baby menciona que escolheu o Caminho de Santiago como laboratório para uma experiência de autoconhecimento por proporcionar um profundo mergulho no ser. Um livro agradável. Eu RECOMENDO.



Livro: O Caminho de Santiago - Sergio Reis | Estante Virtual

8) O CAMINHO DE SANTIAGO. O autor é Sérgio Reis.
O melhor livro que li sobre o Caminho de Santiago de Compostela. Embora o nome Sergio Reis remeta o nosso pensamento ao famoso cantor, o autor deste livro é um jornalista que descreve com muita sensibilidade, as situações que ele vivencia. Para mim, a mais marcante é quando ele encontra um menino cadeirante. Esta passagem eu li, reli e chorei algumas vezes... Eu RECOMENDO.



O guia do viajante do Caminho de Santiago: Uma vida em 30 dias ...

9) O GUIA DO VIAJANTE DO CAMINHO DE SANTIAGO: UMA VIDA EM TRINTA DIAS. Daniel Agrela é um viajante experiente e escolheu o Caminho de Santiago de Compostela, como tema para o seu primeiro livro. Segundo o autor, esta foi a mais marcante de todas as suas viagens. Eu RECOMENDO.



 Diário De Um Magnus - Magnus Casara - Traça Livraria e Sebo

10) DIÁRIO DE UM MAGNUS: SOBRE O CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA. O autor Magnus Casara, parece brincar com o seu nome e também com outro livro sobre este assunto (Diário de um Mago, de autoria de Paulo Coelho). É um relato verdadeiro e íntimo, de tudo o que o autor vivenciou e refletiu ao longo caminho. Eu RECOMENDO.


O Caminho - Uma Jornada do Espírito - 9788586796692 - Livros na ...

11) O CAMINHO: UMA JORNADA DE ESPÍRITO. Shirley Mac Laine. Shirley Mac Laine, a atriz renomada e reconhecida. Percorreu o caminho na mesma época que Baby do Brasil (Baby Consuelo), sendo, inclusive citada no livro de Baby. Com mais de sessenta anos de idade, Shirley Mac Laine caminhou por este lendário e místico caminho, tendo que fugir de repórteres que estavam tentando acompanhar e entrevistar a atriz. Ela era auxiliada por outros peregrino que davam informações erradas sobre o local exato, de onde Shirley Mac Laine estava. Eu RECOMENDO.



O Caminho de Santiago de Compostela.: Rota do Novo Milênio ...

12) O CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA: ROTA DO NOVO MILÊNIO - Autoria de Sergio José de Brito, Sérgio José de Brito Filho e Ana Maria de Brito Gouvêa. Uma jornada familiar, pai com sua filha e seu filho, com muitas descobertas que podem ajudar ao leitor a modificar a sua vida. Eu RECOMENDO.




Olhar Peregrino ACACSC Pages 1 - 50 - Text Version | PubHTML5

13) OLHAR PEREGRINO - ORGANIZAÇÃO: CATARINA MARIA RÜDIGER, LIGIA MARIA KNABBEN BECKER, MARIA ZILDA PEREIRA STAUB, INÁCIO STOFFEL. 
Neste livro, os autores abordam sob diferentes aspectos, o Caminho de Santiago de Compostela. São textos relativamente curtos, com visões distintas de um mesmo roteiro, de um mesmo caminho. Eu RECOMENDO.


27 Dias E Algumas Historias No Caminho De Santiago De Compostela ...

14) 27 DIAS E ALGUMAS HISTÓRIAS NO CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA é de autoria de Carlos Alberto Tenroller. O livro é dividido m duas partes e, de acordo com o autor, este livro não é um manual para quem pretende realizar esta caminhada, porém nele constam informações importantes. Eu RECOMENDO.


Santiago, Santiago - Hans Aebli - Traça Livraria e Sebo

15) SANTIAGO, SANTIAGO - Hans aebli
Sinceramente, este livro não é nenhum pouco apaixonante, nem mesmo bom de ler. Talvez seja apenas minha opinião, mas não curti este livro nem mesmo um pouquinho. Era como se eu estivesse caminhando morro acima, cansado, com uma mochila pesada e passando frio, sem que eu pudesse, ao menos, desfrutar do visual, como se uma forte neblina cercasse tudo a minha volta. Mas, mesmo sendo uma leitura chata eu fui até a última página - mas não curti! NÃO RECOMENDO!



O DIÁRIO DE UM MAGO - PAULO COELHO

16) O DIÁRIO DE UM MAGO - Paulo Coelho
Este foi o primeiro livro sobre o Caminho de Santiago de Compostela que eu li. LI, gostei E me encantei. Porém, ao ler outros títulos, tendo a visão de outros autores e autoras, eu passei a ter este livro com uma visão meio "bruxólica", tal qual eu tenho como a imagem do escritor Paulo Coelho. A partir dos demais livros, com os relatos de autores, autoras, peregrinos e peregrinas, o livro de Paulo Coelho passou a ser um pouco frustrante e decepcionante. Mas é uma opinião minha. NÃO RECOMENDO.



Os Dez Mandamentos Do Caminho De Santiago De Compostela ...


17) OS DEZ MANDAMENTOS DO CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA - Renato Luiz Lucatelli Viana.
Este não é um relato de uma peregrinação, de uma caminhada, mas um livro com dicas, ou como o autor prefere mencionar, com mandamentos, para qualquer pessoas que pense em percorrer o Caminho de Santiago de Compostela. Um livro INTERESSANTE.



Pelas Trilhas de Compostela - o Relato de Uma Viagem Laica - Saraiva

18) PELAS TRILHAS DE COMPOSTELA: O RELATO DE UMA VIAGEM LAICA, foi escrito por Jean-Christophe Rufin. É um livro de fácil leitura e que o leitor que gosta deste assunto, sairá satisfeito depois de finalizá-lo. Eu RECOMENDO.


A caminho de Santiago - Francisco Carvalho Júnior - Traça Livraria ...

Os livros que estão acima e abaixo, são do mesmo autor e ambos tratam do Caminho de Santiago de Compostela. Porém, o livro abaixo é um relato do Caminho de Santiago em terras portuguesas, que é menos conhecido do que o Caminho em terras espanholas.
19) Francisco Carvalho Júnior, no livro acima, (A Caminho de Santiago), o autor apresenta seu relato em forma de diário, abordando aspectos históricos mesclados a curiosidades medievais, aventuras e reflexões, além de cultura, costumes, mistérios e lendas. Eu RECOMENDO.
20) No livro abaixo, (Um peregrino em Portugal: de volta à Compostela), o autor traz relato do caminho português, que não é o mais procurado pelos peregrinos, mas que também tem a sua importância e beleza. Eu RECOMENDO.

Livros de Francisco Carvalho Júnior | Estante Virtual




Caminho de Santiago, síntese de uma vida - Rui Morel Carneiro

21) CAMINHO DE SANTIAGO: SÍNTESE DE UMA VIDA, foi escrito por Rui Morel Carneiro. É o relato de uma aventura em busca do autoconhecimento. Com alguns desenhos, representando lugares por onde passam os peregrinos, este livro é de fácil leitura e agradável de ler. Eu RECOMENDO.



Nas Trilhas de Compostela - Livros na Amazon Brasil- 9788574740072

22) NAS TRILHAS DE COMPOSTELA - José Carlos Leal de Almeida.
Você encontrará detalhes e "viverá" as sensações de um peregrino e acompanhará os detalhes físicos desta peregrinação. Eu RECOMENDO.





23) campo de estrelas - Carlos Müller.
Comprei este livro, mas não consegui ler. Isso porque existem tantos erros que eu ficava incomodado. Erros de diagramação, erros de português... E este fato se repete a cada página, sendo que os erros com a língua portuguesa, ocorrem, muitas vezes, várias vezes,  praticamente a cada nova página. Eu já não prestava mais atenção na história, mas nos erros. Por fim, larguei de vez este livro.... Só não o joguei fora, porque decidi tê-lo como exemplo de como não se deve publicar um livro. NÃO RECOMENDO




24) HOJE, NO CAMINHO - Laura Bartelle.
A autora conta como foi percorrer o caminho, em busca de respostas e alívio para suas inquietações. Um livro que foi escrito em forma de diário e apresenta as dificuldades como a exaustão física e mental.
Eu RECOMENDO.



25) ÁGUAS PEREGRINAS - Inácio Stoffel. Um livro que o autor percorre em busca de respostas, como uma metáfora do seu próprio caminho interior. Eu RECOMENDO.



26) O CAMINHO DE SANTIAGO: UMA PEREGRINAÇÃO AO ALCANCE DE TODOS, é um livro que foi escrito por Maurício Nicolete. É um registro diário da realização de um sonho, que conta o dia a dia de um peregrino, com histórias, conselhos, depoimentos e dificuldades que o autor vivenciou durante sua jornada. Eu RECOMENDO.




27) GUIA DO PEREGRINO DO CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA, cujo autor é Máqui. Este livro é um guia com descrições e informações detalhadas, mapas, endereços de abrigos e outras indicações importantes. Eu RECOMENDO.




28) TODO CAMINHO É SAGRADO, de autoria de Beto Colombo. O autor escreve o livro após a sua oitava conclusão neste caminho. Durante todo o livro, o autor menciona um fato curioso, que até então, eu ainda não havia lido sobre o referido detalhe. Eu já li aproximadamente 30 livros e em nenhum dos títulos, li algo do que este autor menciona. Conheci três pessoas que percorreram o Caminho de Santiago e nenhuma delas mencionou este fato, que  autor Beto Colombo citou. Para mim, parece ser uma criação para tornar o livro mais místico, sei lá. Talvez eu esteja julgando de forma errada. Deixo aqui a minha dúvida. Quanto ao enredo do livro, posso afirmar que é muito bom. Eu RECOMENDO.



29) COMPOSTELA PASSO A PASSO, de Beto Colombo. É um livro de bolso, com dicas, mapas e outras informações pertinentes sobre o caminho. INTERESSANTE.



30) PEDALANDO PELO CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA - Paulo Sergio Valle
Publicado em 1996, este livro descreve a aventura de Paulo Sergio Valle, no caminho sagrado. Uma aventura diferente, em relação aos peregrinos que percorrem este caminho a pé. Eu RECOMENDO.






31) CAMINHOS DE SANTIAGO: QUATRO ROTAS PARA CONHECER A MAGIA DE SANTIAGO DE COMPOSTELA - Cadmo Soares Gomes
O autor  percorreu o caminho por rotas diferentes (Francês, Aragonês, do Norte e Português) e transformou suas impressões em um relato, narrado neste livro, que contem também, mapas de cada itinerário, para auxiliar futuros peregrinos. Eu RECOMENDO.







CASA DA LITERATURA CATARINENSE

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