terça-feira, 10 de novembro de 2020

ENTREVISTA COM LAURA FLORES

 

LAURA FLORES

 

1.         Quantos livros vocês publicou? Em que anos eles foram publicados? Quais os títulos destes livros?

Laura: Eu já publiquei dois livros. O primeiro deles foi o livro Dança das Flores - a bailarina que perdeu o equilíbrio, no ano de 2013. E o segundo: Dança das Flores – Inspirando Vidas, em 2018.

 

2.         A publicação foi você quem pagou ou foi com alguma editora?

Laura: A edição, impressão do livro eu tive apoio, porque o primeiro livro eu fiz pelo projeto de crownfounding – Catarse, consegui arrecadar um bom valor, só que não supriu todos os gastos, muita coisa eu tive que bancar. E o segundo livro eu consegui um apoio de várias empresas que me apoiaram no lançamento, como com salgadinhos, a parte de impressão foi paga por alguém, cabelo para o lançamento, tudo isso eu tive apoio e acabou dando tudo certo.

 

3.         Seus livros vendem bem?

Laura: Sim. A primeira obra minha vendeu muito bem; na época eu ainda tinha a escola de dança em Florianópolis e por todo o movimento do lançamento acabou tendo uma repercussão muito grande. Vendeu a edição completa – foram quinhentos livros. Nem todos foram vendidos, muitos foram doados para pessoas que participaram da edição, mas vendeu bastante. Já o segundo foi uma edição de mil livros e não vendeu tão bem assim; vendeu... sei lá, nunca fiz contagem de quanto vendeu, mas deve ter vendido uns quatrocentos, talvez.

 

4.         Onde seus livros podem ser encontrados?

Laura: Os meus livros podem ser encontrados diretamente comigo, tanto pelo Instagram, quanto Facebook: Laura Flores Inspirando Vidas, por mensagem, ou então, pelas minhas redes sociais Laura Flores Inspirando Vidas, que é o caminho mais fácil; eu envio diretamente para as pessoas.

 

5.         Conte-nos um pouco sobre seus livros, o que eles abordam?

Laura: O primeiro livro é A Bailarina que Perdeu o Equilíbrio, é toda a história inicial, com as perdas que eu tive, foi muito focado nas perdas, na biografia mesmo, de contar a minha história registrada, que esse era o meu objetivo, quando eu escrevi o livro. E graças à Deus eu consegui. Já, o segundo livro, que foi o Inspirando Vidas, eu consegui fazer com outra abordagem. Eu estava em outro momento, de renascimento, de adaptação a essa nova vida, aonde eu conquistei várias coisas e é isso que ele aborda. Claro que todos os livros tem depoimentos de pessoas que participaram da minha história e que só vem a enriquecer a nossa obra.

6.         Qual a pior parte: escrever, publicar ou vender?

Laura: Deixa eu pensar.... mais dificultosa, eu acho que é escrever. Tem toda a construção, estruturação, tem que ser tudo elaborado pra sair uma boa obra. Hoje eu me enxergo uma escritora completamente diferente, hoje eu me enxergo uma escritora mais profissional. Na minha primeira obra eu era uma escritora completamente amadora. Eu fiz tudo com a ajuda de pessoas, muitos auxílios vieram até mim e eu consegui. Aí eu era como um polvo, como eu costumo dizer, tinha vários braços e eu ia pegando várias ajudas. Mas escrever é uma parte bem dificultosa. Eu acredito que a publicação a gente se vira! Hoje tem muito recurso, tem muita opção de gráfica, tem opção da publicação e-book, tem muitas opções. E vender, talvez seja a pior parte, porque a concorrência é muito grande. A gente tem que aprender a “se virar nos trinta”, fazer bananeira para chamar a atenção e conseguir chamar a atenção do leitor.

 

7.         Quem são as primeiras pessoas a ler seus escritos, antes de enviá-los para a publicação?

Laura: As primeiras pessoas a lerem os meus livros, são sempre da família. Quando eu morava com meus pais, eram os meus pais que sempre me apoiavam e liam. A minha mãe, que é muito mais da parte literária, me apoiava bastante e, hoje, mais o meu marido e novamente a minha mãe – eu peço muito para ela, ainda. São as pessoas mais próximas a mim. Tem uma pessoa que eu sempre tenho pedido para me apoiar nos meus projetos, que é a Juliana Germann. Ela até participou aqui das entrevistas também e ela é uma pessoa muito humana, muito carinhosa e muito atenciosa e me ajuda bastante também.

 

8.         Elogie a sua escrita, ou seja, o que você mais gosta nela?

Laura: Eu gosto na minha escrita, a espontaneidade dela, a forma visceral que ela nasce e que ela depois é lapidada. Tudo dessa forma, geralmente comigo é assim. Eu não consigo ser diferente, infelizmente não dá para ser completamente técnica. Se eu não estou inspirada, se eu não tenho sentimento eu não consigo escrever. Tem que ser..., tem que ter muita inspiração para começar uma obra ou texto ou qualquer coisa que seja, na parte da literatura.

 

9.          A técnica é tudo, nada ou meio caminho andado? Aliás, com quem e onde você aprendeu?

Laura: Eu acho que a técnica é um grande apoio para nós escrevermos. Hoje eu descobri que tem muitas técnicas para escrever e estou, inclusive, fazendo um curso de escrita on line, e está sendo de um conhecimento absurdo. E além, disso, na própria internet tem muita coisa de forma gratuita e isso nos apoia muito. Claro que se eu tivesse feito um curso de jornalismo ou um curso de letras, eu teria uma base muito maior. Mas a técnica ajuda muito, mas eu não tive esta base, então eu tive que me virar como eu podia e hoje eu venho buscando novos apoios para a minha escrita.

 

10.    Você passou e ainda passa, por um problema grave, com a doença que é a Síndrome de Susac, que limitou seus movimentos e atrapalhou a sua carreira de dançarina. Conte-nos um pouco dessa doença e a sua história, a partir do momento em que os sintomas começaram a surgir...

Laura: Com certeza eu ainda passo por problemas relacionados à Síndrome de Susac, a doença de Susac, que eu tive no ano de 2005 e ainda traz muitas sequelas para mim. Tanto na parte motora, que meu equilíbrio é completamente alterado – eu só consigo dançar segurando na parede, por exemplo, ou usando um andador, o que eu acho maravilhoso ter essa opção; ou deitada no chão ou me apoiando em outra pessoa. Tem outra opção, mas não é da mesma forma que eu dançava. Esse é o enfoque que eu tenho nessa minha nova obra, de fazer diferente, de fazer o mesmo mas de uma outra forma. Me adaptando e transformando no melhor do que podemos ser. Além dessa questão física, eu tenho questões cerebrais bem presentes, que eu tento fugir e eu sofro muito ainda, por não conseguir ser da mesma forma que eu era. Eu tenho um apoio terapêutico, que eu não largo há quase quinze anos, ou mais de quinze anos. Pois assim que eu tive a doença, eu comecei a me tratar com ela e eu não largo porque ela ajeita a minha cabeça de tal forma que eu consigo seguir. Na semana passada me deu um desespero, uma tristeza... eu não lembro exatamente o que eu não consegui fazer. Aí eu pego, mando uma mensagem par ela, desabafo e depois, na nossa sessão a gente conversa. Se não for assim, eu não consigo, eu preciso desse apoio. Além da questão cerebral, vou resumir, para poder pontuar: a questão da memória ainda “pega bastante”, a questão da organização ainda “pega bastante”, deixa eu ver o que mais.... se eu faço muita coisa, eu começo a ficar cansada, não é que eu queira, eu começo a ficar cansada. E aí eu tenho que parar, tenho que relaxar, tomar café, tomar uma água e seguir. É óbvio que eu não sou da mesma forma que eu era, até porque hoje eu tenho quarenta e dois anos e quando eu tive a doença de Susac eu tinha vinte e sete anos; eu estava na “flor da idade”. As coisas vão mudando, a gente tem que se adaptar a nova realidade da nossa vida.

 

11.    Sua memória e lembranças foram afetadas?

Laura: Sem dúvida alguma que foram afetadas! A minha terapeuta, geralmente fala assim: “Laura, tu tens tudo, só que tudo em velocidade menor”! Isso é uma coisa lógica; é só me ver caminhando, que a pessoa consegue entender. Vou dar um exemplo prático: ontem eu estava vendo um filme, o Karatê Kid, com meu marido, - foi um filme que eu vi, um filme forte na minha juventude, eu era apaixonada por aquele menino do filme... Com certeza eu lembrava de tudo; quando nós vimos ontem, eu não me lembrava de nada, nada, nada! Só do rapaz, do sr. Miagui, por exemplo, mas detalhes, como ele lembrava e falava: “Agora vai começar a acontecer tal coisa...” Eu falava: “Meu Deus, como é que tu lembra disso? Eu não me lembro”! E ele viu, da mesma forma que eu. A minha memória ficou afetada sim, com certeza absoluta. Só que, eu tenho que seguir, tenho que me adaptar e conseguir outras formas de fazer. Hoje se eu não tenho as coisas anotadas, eu fico ferrada, pois eu não tenho como fazer sem anotar. Aliás, quando eu era muito nova, eu anotava tudo também. Eu pego meus cadernos, minhas coisas do passado e está tudo anotado. Agora eu vou querer não anotar? Daí não dá, né! Tem que anotar (RISOS). Tem que se apoiar nas estratégias que a gente tem.

 

12.    De que forma a escrita ajuda você a enfrentar e a superar os desafios e obstáculos que surgem no teu dia a dia, que são gerados pela doença?

LAURA: A leitura foi um pouco prejudicada. A escrita me ajuda quando eu consigo me concentrar e finalizar uma página, duas páginas; é tudo devagar. Mas a escrita me auxiliou e muito, eu tenho que ter muita inspiração, tem que vir aquela mensagem interna para eu começar a escrever alguma coisa e eu escrevo. Ou quando eu tenho objetivo pré-definido, algum planejamento pré-determinado, daí eu consigo fazer. Então, me auxiliou e muito, de verdade. Quando dá aquela tristeza, aquela depressão que ainda não se instalou, mas está para vir. A gente escreve e fica tudo muito melhor.

 

13.    Lendo uma reportagem feita contigo, há uma fala sua de que após o diagnóstico da sua doença você “começou a dançar com as palavras e que renasceu em flores”. Fale mais sobre este fato, por favor...

LAURA: Eu comecei a dançar com as palavras e de fato isso aconteceu. Eu danço hoje com as palavras, é um baile legal, porque a gente começa a dançar e tudo fica mais tranquilo. E eu consigo renascer suavemente, por isso que eu uso as flores numa metáfora bem cabível, no momento. Eu consegui renascer tranquilamente. E claro que, fujo de qualquer outro problema ou qualquer outra doença pré-existente que esteja por parecer, a gente tenta driblar e através da escrita, através da leitura de pequenos textos, que é o meu ritmo, não por escolha, mas por opção da vida, eu consigo fazer os meus bailes.

 

 

14.    São palavras de Machado de Assis no poema Livros e flores:

Teus olhos são meus livros.

Que livro há aí melhor,

Em que melhor se leia

A página do amor?

 

Flores me são teus lábios.

Onde há mais bela flor,

Em que melhor se beba

O bálsamo do amor?

 “Flôres é um dos seus sobrenomes... Qual a flor que você mais gosta de receber ou a flor que você acredita que tenha mais a ver com a tua pessoa? Justifique....

LAURA: Flores lindas, flores perfumadas, flores que nos acalmem, como as tulipas, por exemplo, adoro também as violetas, adoro as orquídeas, adoro as rosas, adoro todas as flores. Não tenho muita preferência, mas as tulipas me encantam bastante.

15.    Cora Coralina escreveu: “Fiz a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores”. A sua vida tem sido assim: removendo pedras e plantando flores. Quais as pedras mais difíceis de remover em teu caminho e quais as flores mais belas que você tem plantado?

LAURA: Foram muitas pedras, com certeza. Mas hoje com meu pensamento que já está mais claro e linear, nesse sentido, eu diria que foi parar de dançar. Porém, dançar daquela forma que eu dançava, e isso me doeu e muito. E tem mais uma pedrinha, que na verdade é um “pedrão” que é ter que parar de dirigir, foi muito dolorido. E as flores mais bonitas que eu encontrei pelo caminho foram:A a sensação de poder andar de uber, de táxi, de carona, de ônibus, enfim, como for... E foi realmente quando eu me redescobri e também descobri que eu posso continuar dançando, de outra forma, mas continuo dançando.

 

16.    No meio da noite lhe vem uma ideia; você deixa para pensar no dia seguinte ou levanta para anotar?

LAURA: De forma alguma eu deixo para anotar no dia seguinte. Eu acordo e anoto nas notas do meu celular. Até às vezes, meu marido acha que eu sou meio doida, quando ele ainda está acordado e eu estou quase dormindo e eu: “Tenho que escrever uma coisa”. Eu vou lá e escrevo.

 

17.    Inspirando Vidas é o título de um livro seu e, com certeza, sua história, garra, energia e luta inspiram muitas vidas; mas, o que é que inspira a vida de Maria Laura de Carvalho Flores?

LAURA: Com certeza e não é que eu sigo à risca tudo o que ela faz..., mas é a minha mãe. Ela me inspira dia após dia, me inspira nos erros dela, nos acertos dela, no aprendizado dela, no ensinamento dela, na história dela, em tudo!

 

18.    Neste livro, constam as seguintes palavras: “Laura é uma pessoas cujas ideias não cabem na cabeça”. Isso foi escrito por Giovanna Aritigiani. Quais as ideias que você tem e que não cabem na sua cabeça?

LAURA: Nunca vi uma frase tão correta para mim. Frase da minha querida terapeuta ocupacional, a Giovanna e tem muito a ver comigo. Eu penso milhões de coisas e eu tenho que, hoje em dia, conseguir segurar, organizar e dosar esse meu pensamento para não entrar em curto circuito novamente. E tenho que me segurar! E ela me ajuda muito nisso, ainda hoje, graças à Deus!

 

19.    No seu livro você menciona sobre o “ponto de virada”, quando você começou a aceitar a doença e a se adaptar a nova realidade, procurando novas formas de dançar. Como isso aconteceu e o que mudou na sua vida com esta “aceitação” da nova realidade?

LAURA: A minha aceitação da realidade foi quando da minha aceitação e começar a viver novamente, de uma outra forma, mas consegui viver. Não é fácil, os desafios são gigantescos, a tristeza vem, bate e me assombra, mas eu dou um jeito de fugir dela. A comparação com a Laura antiga está presente, quase diariamente. A comparação com outras pessoas também é muito presente, mas eu consegui me redescobri de verdade e foi no ponto da virada que tudo mudou, quando eu compreendi que podia ser boa, da forma que eu sou. Fazer o bem, da forma que eu sou, que é possível. Eu não posso ir até um lar fazer boa ação para as pessoas, mas eu consigo ir em eventos pontuais, fazer boa ação. É um exemplo que eu dei, mas são vários exemplos que eu consigo fazer essas adaptações na minha vida.

 

20.    Eu retirei do seu livro as seguintes palavras que foram escritas sobre a tua pessoa: “sua superação é um exemplo para todas as mulheres desse Brasil. Laura é forte, guerreira, batalhadora. E o que mais admiro nela: nunca desiste dos seus sonhos, independente de qualquer obstáculo que apareça em seu caminho.” Essa declaração foi feita pela sua sobrinha Gisele Flôres. Como é a sua relação familiar e qual o maior ensinamento que sua família lhe deu ou lhe dá?

LAURA: Foi muito forte ler aquele capítulo sobre mim. Quando ela me entregou de presente, eu não sabia o teor daquele capítulo. Quando eu tive oportunidade de ler eu chorei, chorei, chorei e quando eu vi que ela me considerava – (eu não posso chorar agora quando eu falo.... calma!) – que ela me considerava uma pessoa forte, que não desistia dos sonhos e, independente de qualquer obstáculo... porque realmente sou eu. A Gisele e eu temos uma conexão muito forte, até achavam que eu era a mãe dela, lá no começo... Eu fui tia da Gisele com dezessete anos, bem novinha, então tem uma história muito marcante na nossa trajetória e é muito lindo ela poder falar isso sobre mim e eu me orgulho de poder permitir que ela sinta isso de mim. E eu tenho certeza, daquela frase que falam para a gente: “será que a Lura criança se orgulharia da Laura de hoje? Eu tenho certeza que sim, ela se orgulharia sim. Assim como a minha sobrinha se orgulha, graças à Deus”!

 

21 Conte-nos sobre os lançamentos do seu livro; primeiro, onde eles foram lançados e como tem sido a receptividade?

LAURA: O meu primeiro livro eu ainda tinha a minha escola de dança. EU estava fechando a minha segunda escola de dança, fechei para sempre para me dedicar a esses projetos e foi um lançamento que foi com um espetáculo, foi um lançamento que foi na Fundação Franklin Cascaes, no centro. Teve convidados, teve coquetel, foi um lançamento show, foi muito lindo. O meu segundo livro; esse meu primeiro livro tem edição esgotada – graças à Deus! O segundo livro foi feito na Fundação Badesc, no centro, veja que interessante: quando eu lancei o primeiro livro eu botei na cabeça: “Eu vou fazer o lançamento do próximo livro aqui”, e foi lá que aconteceu. Eu dancei, eu caí na hora que eu dancei; eu caí, me espatifei no chão, mas eu consegui fazer um lançamento maravilhoso. Foi muito bonito, muito forte. Graças à Deus a repercussão foi bem boa. Os livros da segunda edição ainda estão nas livrarias, tem comigo para venda ou direto no Instagram, por mensagem no Facebook, pelo próprio whats up, que é mais barato comigo – é dez reais mais barato ou então nas livrarias.

 

22. E os próximos lançamentos, onde e quando serão?

LAURA: Os próximos lançamentos eu não sei como serão, estamos em um momento muito indefinido na nossa história, na história da humanidade, como um todo e estamos ainda estudando, no planejamento, no projeto, da próxima obra minha. Com certeza já está na minha cabeça, tenho duas obras na minha cabeça, só que não sabemos se será em e-book apenas, se será em áudio livro, se será livro físico... De que forma será o próximo livro, não sabemos. E os lançamentos a gente vai desenrolando no andar da carruagem e a nova dança que virá ninguém sabe quando será, mas certamente será linda.

 

23.O show não pode parar! Você é um show de inspiração e simpatia, que merece nossos aplausos. Por falar em show, tem algum show ou espetáculo que você está preparando para 2020 e que pode nos adiantar alguma informação?

LAURA: Pois então, o próximo show... Eu estou doida para dançar, por enquanto eu estou dançando somente em casa. Os vídeos estão no aplicativo, pela internet e estou fazendo o que é possível por conta da pandemia. Eu optei por me manter segura e para manter seguro meus pais, que eu mantenho muito contato com eles, meu marido e nos mantemos seguros. Assim que a pandemia passar eu já tenho alguma coisa planejada na minha mente, de dança de salão. Já tenho o parceiro, mais ou menos, desenhado, escolhido. Vamos ver o que o universo manda para mim. Mas, vai ter! Estou começando a bolar...

 

24. Você já está preparando o próximo livro, ou ainda é cedo para pensar sobre isso?

LAURA: Ele já está no caminho. Tenho bastante material no computador, agora estou na fase de organização inicial do material, para depois partir para as próximas etapas. Mas ainda é cedo para falarmos sobre isso; é um momento muito instável da nossa história. Eu prefiro me manter no aguardo.

 

LAURA FLORES



 

Nasceu em 5 de dezembro de 1977, em Florianópolis.

Aos 17 anos profissionalizou-se em dança de salão, É formada em Educação Física pela UDESC.

Sua trajetória artística tem destaque na dança. Como bailarina profissional, participou de escolas de danças, academias, mostras, festivais, congressos e eventos em todo o território nacional.

Em 2005, foi diagnosticada com Síndrome de Susac, uma doença autoimune rara que afeta o sentidos como visão e audição.

“Foi neste período que comecei a dançar mais com as palavras”, relembra Laura, que é escritora desde 2012.  “O enredo de minha vida levou-me a vivenciar este período de luto e posteriormente, renasci em flores”, conta.

O diagnóstico foi feito pelo médico neurologista Fernando Freitas. Na época, ela era uma das 80 pessoas do mundo e a primeira em Santa Catarina portadoras da rara Síndrome de Susac.

A doença que tem maior prevalência em mulheres jovens afetou suas atividades diárias. Os olhos não enxergam mais a profundidade dos objetos, assim como o corpo, que se move apenas com o auxílio de um andador.

Mas Laura segue a vida, ensaiando seus passos, e tendo a certeza de que o show não pode parar!

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