domingo, 7 de junho de 2020

AUTORES RESPONDEM A PERGUNTA: "POR QUE VOCÊ ESCREVE?"

“Por que escrevo?” – 19 depoimentos que você precisa conhecer

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– Por que você escreve?

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No livro Por que escrevo?, organizado por José Domingos de Brito como parte da série “Mistérios da Criação Literária”, a pergunta parece ser feita a todos os mais variados cânones da literatura, da poesia, e do jornalismo – pessoas que, enfim, constroem e desconstroem com palavras. De A a Z, as respostas vão sendo traçadas uma a uma, em um espírito íntimo em meio ao qual o leitor tem, certas vezes, a impressão de ouvir da boca de seu grande ídolo as razões que o levaram a tal árdua profissão . Enquanto Allen Ginsberg diz que escreve porque gosta de cantar quando está só, Gabo diz que escreve para que seus amigos o amem mais. E assim o livro nos mostra, em uma coletânea despretensiosa e sem ornamentos — e com uma rica bibliografia sobre o ofício da escrita —, das respostas mais simples e definitivas às mais reflexivas, abrangentes e complexas possíveis.

Aqui vão algumas delas.

Allen Ginsberg
“(…) Eu escrevo poesia porque gosto de cantar quando estou só (…) Eu escrevo poesia porque minha cabeça contém uma multidão de pensamentos, 10 mil para ser preciso (…) Eu escrevo poesia porque não há razão, não há porquê. Eu escrevo poesia porque é a melhor forma de dizer tudo que me vem à cabeça no intervalo de um quarto de hora ou de toda uma vida.”


Augusto dos Anjos

“A princípio escrevia simplesmente

Para entreter o espírito… Escrevia
Mais por impulso de idiossincrasia
Do que por uma propulsão consciente.

Entendi, depois disso, que devia,
Como Vulcano, sobre a forja ardente
Da ilha de Lemnos, trabalhar contente,
Durante as 24 horas do dia!

Riam de mim, os monstros zombeteiros.
Trabalharei assim dias inteiros,
Sem ter uma alma só que me idolatre…

Tenha a sorte de Cícero proscrito
Ou morra embora, trágico e maldito,
Como Camões morrendo sobre um catre!”

Carlos Drummond de Andrade

Posso dizer sem exagero, sem fazer fita, que não sou propriamente um escritor. Sou uma pessoa que gosta de escrever, que conseguiu talvez exprimir algumas de suas inquietações, seus problemas íntimos, que os projetou no papel, fazendo uma espécie de psicanálise dos pobres, sem divã, sem nada. Mesmo porque não havia analista no meu tempo, em Minas.”

Clarice Lispector
“Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por que foi essa que segui. Talvez porque para as outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós. É que não sei estudar. E, para escrever, o único estudo é mesmo escrever. Adestrei-me desde os sete anos de idade para que um dia eu tivesse a língua em meu poder. E, no entanto, cada vez que vou escrever, é como se fosse a primeira vez. Cada livro meu é uma estréia penosa e feliz. Essa capacidade de me renovar toda à medida que o tempo passa é o que eu chamo de viver e escrever.”

Fernando Pessoa
“Eu escrevo para salvar a alma.”

Fernando Sabino
“Tenho a impressão de que se eu soubesse responder a essa pergunta deixaria de ser escritor. Não haveria condição. Não saberia dizer, não. Está além da minha compreensão. Esta pergunta é tão grave como se perguntassem: ‘Por que vive? Por que ama? Por que morre? ’. Talvez eu escreva para atender a essas três presenças que são as únicas que existem na vida de um homem. No verso de Eliot: ‘Birth, copulation and death’; eu diria ‘nascimento, amor e morte’. Não sei por que escrevo. Eu nasci, virei homem e vou morrer.”

Gabriel García Márquez
“Para que meus amigos me amem mais.”

George Orwell
“Meu ponto de partida é sempre um sentimento de proselitismo, uma sensação de injustiça. Quando sento para escrever um livro, não digo a mim mesmo: ‘Vou produzir uma obra de arte’. Escrevo porque existe uma mentira que pretendo expor, um fato para o qual pretendo chamar a atenção, e minha preocupação inicial é atingir um público. Mas não conseguiria escrever um livro, nem um longo artigo para uma revista, se não fosse também uma experiência estética. Quem se dispuser a examinar meu trabalho perceberá que, mesmo quando é uma clara propaganda, contém muito do que um político de tempo integral consideraria irrelevante. Não sou capaz de abandonar por completo a visão de mundo que adquiri na infância, nem quero. Enquanto viver e estiver com saúde, continuarei a ter um forte apego ao estilo da prosa, a amar a superfície da Terra, a sentir prazer com objetos sólidos e fragmentos de informações inúteis. De nada adianta tentar reprimir esse meu lado. O trabalho é conciliar os gostos e os desgostos arraigados com as atividades essencialmente públicas, não individuais, que esta época impõe a todos nós.”

Jean-Paul Sartre
“Porque a criação só pode encontrar seu acabamento na leitura; porque o artista deve confiar a outro a tarefa de concluir o que ele começou; porque somente através da consciência é que ele pode se ter como essencial a sua obra e toda obra literária é um apelo. Escrever é apelar ao leitor para que ele faça passar à existência objetiva o descobrimento que empreendi por meio da linguagem.”

João Cabral de Melo Neto
Por que escrevo é um negócio complicado… Eu tenho a impressão de que a gente escreve por dois motivos. Ou por excesso de ser — é o tipo do escritor transbordante, como a maioria dos escritores brasileiros; é uma atitude completamente romântica — ou por falta de ser. Eu sinto que me falta alguma coisa. Então, escrever é uma maneira que eu tenho de me completar. Sou como aquele sujeito que não tem perna e usa uma perna de pau, uma muleta. A poesia preenche um vazio existencial. Às vezes, eu escrevo porque quero dizer determinada coisa que eu acho que não foi dita; às vezes, porque me interessa que conheçam meu ponto de vista. Às vezes, escrevo também por prazer.”

José Saramago

“Antes eu dizia: ‘Escrevo porque não quero morrer. ’ Mas agora eu mudei. Escrevo para compreender. O que é um ser humano?”


Julio Cortázar
“(…) O fascínio que uma palavra produzia em mim. Eu gostava de algumas palavras, não gostava de outras, algumas tinham certo desenho, uma certa cor. Uma de minhas lembranças de quando estava doente (fui um menino muito doente, passava longas temporadas de cama com asma e pleurisia, coisas desse tipo) é a de me ver escrevendo palavras com o dedo, contra uma parede. Eu esticava o dedo e escrevia palavras, e via as palavras se formando no ar. Palavras que eram, muitas vezes, fetiches, palavras mágicas. Isso é algo que depois me perseguiu ao longo da vida. Havia certos nomes próprios — e sei lá por quê — que para mim tinham uma carga mágica. Naquela época havia uma atriz espanhola que se chamava Lola Membrives, muito famosa na Argentina. Bom, eu me vejo doente — aos sete anos provavelmente — escrevendo com o dedo no ar Lo-la-Mem-bri-ves, Lo-la-Mem-bri-ves. A palavra ficava desenhada no ar e eu me sentia profundamente identificado com ela. De Lola Membrives, a pessoa, eu não sabia muita coisa, nunca a tinha visto e nunca a vi. Na realidade, eram meus pais que iam ver as peças onde ela trabalhava. E foi nesse mesmo momento que comecei a brincar com as palavras, a desvinculá-las cada vez mais de sua utilidade pragmática e comecei a descobrir os palíndromos, que depois apareceram nos meus livros… Desde muito pequeno, minha relação com as palavras, com a escrita, não se diferencia da minha relação com o mundo em geral. Eu não acho que nasci para aceitar as coisas tal como estão, tal como me são oferecidas.”

Manuel Bandeira
“Na verdade, faço versos porque não sei fazer música… Jamais senti que meu destino fosse a Poesia, sobretudo assim com esse P maiúsculo que pressinto na sua garganta. Creio que se fui poeta em alguns momentos, só o fui por incidente patológico ou passional.”

Moacyr Scliar
“Quando criança, eu era adicto à literatura, não podia ficar sem ler. A minha conexão com a vida acontecia via literatura. Eu lia para aprender a viver, para saber o que fazer. É claro que isso provoca muitas desilusões, muitos choques, porque a vida não é a literatura. Assim, quando comecei a escrever, foi porque lia. Outra razão é que meus pais foram grandes contadores de história. Numa noite quente como essa, as pessoas do meu bairro se reuniam para contar histórias, o que, desde muito cedo se incorporou em mim, passou a ser uma coisa que eu também queria fazer, só que à minha maneira, escrevendo.”

Paulo Francis
“Escrevo romances para me perpetuar, para ter fama, glória, dinheiro, amor, essas coisas comezinhas da vida.”

Rachel de Queiroz
“Acho que para cada escritor há uma razão diferente. No meu caso, num certo sentido, é o desejo interior de dar um testemunho do meu tempo, da minha gente e principalmente de mim mesma: eu existi, eu sou, eu pensei, eu senti, e eu queria que você soubesse. No fundo, é esse o grito do escritor, de todo artista. Creio que o impulso de todo artista é esse. É se fazer ver. Eu existo, olha pra mim, escuta o que eu quero dizer: tenho uma coisa pra te contar. Creio que é por isso que a gente escreve.”

Sérgio Milliet
“Quer saber de uma coisa? Não acredito na predestinação literária. São circunstâncias acidentais que fazem o escritor e é o acaso de um primeiro êxito que o leva a perseverar. Um homem de inteligência média faz qualquer coisa; basta que a vida o exija. Qualquer camarada de algumas letras escreveu versos na mocidade; se não continuou, foi porque outra coisa lhe interessou.”

Truman Capote

“Sou um escritor essencialmente horizontal. Não posso pensar mais do que quando estou encostado, com um cigarro nos lábios e uma xícara de café ao alcance da mão. A xícara de café pode ser trocada por um copo de vodka, não há por que ser maníaco. Não uso máquina de escrever, redijo à mão, com lápis. Trabalho quatro horas por dia durante quatro meses por ano. Sou um estilista: me preocupa mais onde colocar uma vírgula que ganhar o prêmio Nobel.”

William Faulkner
“Para ganhar a vida.”


E você, por que escreve?

*Todos os depoimentos a seguir transcritos pertencem à coletânea “Por que escrevo?”, organizada por José Domingos de Brito (editora Novera), com suas respectivas fontes individuais. 


FONTE: https://homoliteratus.com/por-que-escrevo-19-depoimentos-que-voce-precisa-conhecer/?fbclid=IwAR0aTa7SYqWFECxI2fKCoWiVzQyBkW-XsmZYJgOi5HCdTj4mAkVtoAPlx_U

DICAS PARA ESCREVER - WILLIAM FAULKNER

William Faulkner, que colaborou no aprendizado de muitos jovens escritores na Universidade de Virgínia.




Eu acredito que o escritor, como já disse antes, é completamente imoral. Ele se apropria do que precisar, de onde precisar e o faz de forma aberta e honesta, porque ele espera fazer algo bom o suficiente para que outras pessoas depois dele se apropriem de sua obra e ele permite isso de bom grado, assim como acredita que os seus antecessores permitiram que ele se apropriasse da obra deles também.

Não tenha medo de se inspirar e se espelhar em outros autores. O seu caminho é único e não pode ser percorrido por mais ninguém. Aprender com os grandes apenas ajudará você a consolidar todo o potencial que já existe no interior.


FONTE: https://bibliomundi.com/blog/dicas-de-grandes-autores-para-iniciantes/

DICAS PARA ESCREVER - ERNEST HEMINGWAY

Em diversos textos diferentes com dicas para escritores, encontramos as palavras de Hemingway. O premiado escritor e jornalista americano tinha muito o que dizer não só através de suas obras, mas também sobre elas e sua ética de trabalho.




Hemingway era capaz de organizar a escrita com disciplina e empenho, características de um bom profissional. Seus conselhos mais valiosos não procuram ditar qual tipo de autor você deve ser, nem o estilo de seu trabalho, mas o caminho para você produzir de forma criativa e eficiente.

O melhor caminho é sempre parar quando você está indo bem e sabe o que acontecerá em seguida. Se você fizer isso todos os dias enquanto escrever um romance, você nunca vai enfrentar um bloqueio.

Quando eu escrevia, era necessário ler o que eu havia escrito. Se você pensar demais sobre isso, você perde aquilo que estava escrevendo antes de poder continuar no dia seguinte. É necessário se exercitar, cansar o corpo, e é muito bom fazer amor com quem você ama. É melhor do que qualquer coisa. Mas, depois, quando estiver vazio, é necessário ler para não pensar ou se preocupar com o trabalho até poder trabalhar de novo. Eu aprendi a nunca esvaziar a fonte da minha escrita, mas sempre parar quando ainda havia algo lá no fundo da fonte e deixá-la se preecher com a água das nascentes que a alimentavam durante a noite.

Em resumo, você deve preservar sua criatividade. Escreva todos os dias e pare quando souber o que acontecerá a seguir. Depois que parar, descanse e esqueça do trabalho. Quando voltar, lembre-se de onde parou, o que acontecerá a seguir e deixe a imaginação fluir.


FONTE: https://bibliomundi.com/blog/dicas-de-grandes-autores-para-iniciantes/

DICAS PARA ESCREVER - EDGAR ALLAN POE

O autor americano, conhecido pelos poemas e contos macabros, valorizava muito a “unidade” da obra.

Isto é, para ele, era importante que seus trabalhos pudessem ser lidos de uma só vez e que tivessem um tom e conceito consistentes. Para isso, ele considerava essencial saber o final da história antes de começar a escrever.

Segundo ele, “todo enredo digno deve ser elaborado até o desfecho antes de se tentar fazer qualquer coisa com a caneta”. Ninguém é obrigado a seguir essa dica, mas existem muitas vantagens nesse estilo de escrita.

O gênero em que Poe escrevia, mistério e terror, se beneficiam muito dessa perspectiva. Nas palavras de Poe, sempre levar o final em consideração contribui para que o enredo tenha um “ar indispensável de consequência”.

Desde às tragédias gregas, nas quais o herói tem um destino inevitável, até o desenvolvimento de um senso de responsabilidade do protagonista, sempre existiu algo que movia a história até o final. Um enredo bem trabalhado mostra esse caminho de maneira que faça sentido.

Uma estratégia muito associada a essa noção é o foreshadowing, em português, “prenúncio”. São indícios deixados ao longo da obra que indicam possíveis desfechos. A ideia não é estragar o final, mas permitir que leitores ávidos percebam determinados sinais que explicam mais sobre a obra do que o óbvio.

Muitas vezes os sinais do foreshadowing só são percebidos ao se reler a obra e podem render excelentes discussões entre leitores que ainda não concluíram o livro ou série.





FONTE: https://bibliomundi.com/blog/dicas-de-grandes-autores-para-iniciantes/

sábado, 6 de junho de 2020

DICAS PARA ESCREVER - STEPHEN KING

Nada melhor para aprender a escrever bem do que ouvir as dicas de grandes autores, não é mesmo? Então, prepare-se. Separamos algumas das melhores sugestões de Stephen King, renomado autor americano que já publicou mais de 50 livros e vendeu mais de 350 milhões de cópias.




1.     Desligue a TV e vá ler um livro

Se você costumava assistir MTV, já deve ter ouvido essa propaganda algumas vezes. Pois é, vale como um conselho para todos nós, mas é particularmente útil para um escritor. Segundo Stephen King, a televisão é como um veneno para a criatividade, e a cura para esse veneno é a leitura constante.

Carregue um livro com você para aonde quer que vá (ainda bem que existem os ebooks, não é mesmo?). Leia antes de dormir, no transporte, no intervalo do trabalho, até enquanto come. E com essa leitura, pense criticamente, inspire-se e escreva muito também.

2.     Desconecte-se de tudo quando for escrever

Além de desligar a TV, você também deve desligar o celular, desconectar-se das redes sociais e de basicamente qualquer distração que possa atrapalhar seu processo criativo. Até mesmo uma janela aberta pode atrapalhar.

Segundo Stephen King, você deve escrever com a porta fechada e reescrever com a porta aberta. A escrita é um trabalho que exige total privacidade. O ato de escrever o primeiro rascunho deve ser puro e íntimo, como se a própria história estivesse se despindo na sua frente. Ou seja… feche essa porta e não deixe ninguém entrar!

3.     Não tente agradar os outros, mas a si mesmo

Para ser um bom escritor, você deve ser verdadeiro consigo mesmo. De acordo com Stephen King, isso envolve deixar de lado certas convenções sociais enquanto você escreve livros. Como consequência, é provável que você receba algumas críticas negativas em relação ao conteúdo dos seus livros. O próprio Stephen King já foi considerado até mesmo um psicopata por leitores insatisfeitos.

Depois de um tempo, ele percebeu que essas críticas eram inevitáveis e as aceitou. O conselho dele é simples: deixe suas preocupações para trás e, se alguém reclamar do que você escreveu, apenas deixe para lá.

O propósito da escrita, segundo Stephen King, é trazer felicidade e satisfação ao escritor. E é por esse motivo que King escreve, e é por isso que ele conseguiu escrever tantos livros por tantos anos.

4.     Escreva sobre aquilo que é difícil de falar em voz alta

Tudo o que realmente importa é difícil de ser dito em voz alta. São assuntos que deixam você envergonhado. É como se as palavras não fossem o suficiente. (Ou pelo menos é assim que Stephen King pensa).

Sob a perspectiva de Stephen King, a escrita é como um pensamento polido. E as melhoras obras da escrita abordam assuntos que exigem horas e horas de reflexão.

Ao escrever, você deve enxergar sua história como uma relíquia arqueológica, que precisa ser encontrada, escavada e interpretada. Cave as profundezas da sua mente, revire assuntos difíceis e você escreverá uma história memorável.

5.     Não seja pretensioso na sua escolha de palavras

Escrever e publicar livro sobre assuntos e temas difíceis não significa que você precisa usar palavras difíceis. Na verdade, isso apenas atrapalha a compreensão do leitor. Para Stephen King, essa é uma das piores atrocidades que um escritor pode cometer. E é basicamente brega.

Em nosso artigo Menos é mais: aprenda a reduzir seu texto ao necessário, nós ensinamos que tipo de palavras você deve evitar e como você pode se comunicar com o leitor de maneira simples e direta.

6.     Evite advérbios e escreva parágrafos curtos

Os advérbios podem parecer seus amigos, mas não são. Inclusive, Stephen King afirma que “a estrada para o inferno é pavimentada com advérbios”. Pesado, mas faz sentido. A maioria das vezes que um autor usa advérbios em textos narrativos, ele poderia ter transmitido a ideia com apenas um verbo ou adjetivo. Por exemplo, em vez de dizer “muito assustador”, você pode dizer “aterrorizante”.

É bom também prestar atenção no tamanho dos seus parágrafos, pois eles definem o ritmo da história e tem um papel crucial na fluência do texto. Afinal, parágrafos muito longos costumam desanimar os leitores. Segundo Stephen King, a estética dos parágrafos é quase tão importante quanto o seu conteúdo.

7.     Não dê tanta importância para a gramática

De acordo com Stephen King, a escrita se trata de sedução, não precisão. O objetivo de uma história de ficção é envolver o leitor e contar uma história, e isso não tem nada a ver com gramática.

Embora seja importante seguir a norma culta até certo nível, existem diversas estruturas gramaticais que são usadas popularmente. Às vezes, escrever “certo” significa escrever de um jeito que não vai agradar os leitores. O objetivo de uma narrativa é ser tão fluida que o leitor vai se esquecer que está lendo um livro.

8.     Não dê informações demais

Existe uma diferença entre dar uma aula sobre os assuntos que seu livro aborda e usar esse conhecimento para enriquecer sua narrativa. Segundo Stephen King, você só deve mencionar as informações que contribuem para o desenvolvimento do enredo e o engajamento do leitor.

É importante pesquisar antes de escrever um livro, mas essa pesquisa não deve ofuscar a história. Os detalhes que você aprendeu devem ficar lá no fundo, tão apagados quanto possível. Sim, é normal ficar fascinado quando você estuda um assunto, mas o que realmente interessa os leitores é a sua história. Se eles quisessem informações, eles leriam não ficção.

9.     Não tente copiar a voz de outro autor

Imitar o estilo de outro autor pode até ser uma boa técnica para treinar a escrita, mas não deve ir além disso. Quando você for escrever e publicar ebook, é hora de se levar a sério e usar a própria voz. Só assim você terá uma identidade única.

Lembre-se que não é possível reproduzir de maneira idêntica a vivência de outra pessoa. Portanto, você também não pode replicar sua voz e identidade. Faça isso e você será nada mais do que uma imitação barata, sem personalidade.

10.Escreva histórias autênticas

Não, isso não significa que você tem que escrever apenas sobre fatos reais, mas que suas histórias devem ser sinceras, verossímeis e reproduzir a verdade.

Segundo Stephen King, os livros ruins costuma ser escritos por autores que se recusam a contar histórias sobre personagens autênticas, que agem como pessoas de verdade. Por exemplo, um assassino pode ajudar uma velhinha a atravessar a rua.

4 MOTIVOS CIENTÍFICOS PARA COMEÇAR A ESCREVER MAIS

4 motivos científicos para começar a escrever mais:

.https://revistagalileu.globo.com/Life-Hacks/noticia/2017/02/4-motivos-cientificos-para-comecar-escrever-mais.html




1 - Escrever pode literalmente te curar

Em pesquisa conduzida pela Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, um grupo de pessoas entre os 64 e 97 anos escreveu sobre seus problemas pessoas durante três dias seguidos. Duas semanas depois, uma biópsia foi feita em seus braços e um acompanhamento foi feito durante 21 dias: 76% daqueles que escreveram sobre seus sentimentos já haviam se curado totalmente no 11º dia, em comparação com apenas 42% do grupo que não fez nada. Os pesquisadores acreditam que a prática ajuda a acalmar o indivíduo, reduzindo os hormônios ligados ao estresse no corpo, melhorando o sistema imunológico

2 - Escrever ajuda você a lidar melhor com seus problemas

Um estudo que acompanhou engenheiros em situação de desemprego mostrou que aqueles que escreviam sobre as dores do fracasso conseguiram achar um novo trabalho mais rapidamente. Após oito meses, em torno de 48% deles já estavam empregados em comparação com apenas 19% dos que não tinham esse hábito. Segundo a pesquisa, os profissionais relataram sentir menos raiva em relação ao chefe antigo, além de beberem muito menos.

3 - Usar sua letra cursiva te ajuda a reter melhor a informação

Em um experimento realizado na Noruega, um grupo de adultos precisou aprender um novo alfabeto. Aqueles que aprenderam a nova língua a partir de escrita manual se saíram muito melhor do que aqueles que utilizaram um teclado. Os especialistas acreditam que isso acontece por causa do tempo e esforço dispensados na escrita manual, o que facilita a fixação da memória.

4 -  Fazer uma lista de coisas pelas quais você é grato pode melhorar sua qualidade de vida

Cinco frases simples, uma vez por semana. Essa é a receita para dormir melhor, ser mais otimista, ter menos problemas de saúde e até mesmo ter mais vontade de fazer exercícios físicos. É o que indica um estudo na Universidade da California. Os resultados não foram só observados pelos participantes, mas também por suas esposas e maridos, que notaram grande melhora na qualidade de vida dos parceiros.


terça-feira, 2 de junho de 2020

SOCIEDADE PETALÓGICA

https://www.revistamuseu.com.br/site/br/noticias/nacionais/4898-15-06-2018-em-livro-professor-da-fafich-investiga-sociedade-do-seculo-19-que-mentia-aos-mentirosos.html

MINAS GERAIS, Belo Horizonte - Na segunda metade do século 19, o tipógrafo Francisco de Paula Brito era dono de uma livraria no bairro do Catete, no Rio de Janeiro.

Foto: divulgação/ Editora UFMG

O local foi o berço da polêmica Sociedade Petalógica que, sob o mote de ‘contrariar os mentirosos, mentindo-lhes’, semeou um debate público cético e jocoso de inédita liberdade.

Nas reuniões da Petalógica, personalidades que constituíam a elite intelectual e política da época – do Barão do Rio Branco ao jovem Machado de Assis –encontravam-se com uma massa de anônimos.

Esse contexto é retratado no livro Corpo sem cabeça: o tipográfo-editor e a Petalógica, do professor Bruno Guimarães Martins, do Departamento de Comunicação da Fafich. Na obra, publicada pela Editora UFMG, ele faz uma análise dos primórdios da inauguração do espaço letrado no Brasil Império, com base na trajetória do editor pioneiro Francisco de Paula Brito, que viveu de 1809 a 1861.

Corpo sem cabeça será lançado neste sábado, 16, às 11h, na Quixote Livraria e Café, que fica na Rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi. O livro tem apresentação de Karl Erik Shøllhammer, prefácio de Emílio Maciel e posfácio de Ana Utsch.

Editor da voz
Na obra, Paula Brito é apresentado como 'editor da voz', ao observar a curiosa sociedade que praticava uma espécie de performance ficcional. Para trazer ao leitor contemporâneo esse ambiente cômico e literário da Petalógica, o livro apresenta transcrições das reuniões e rico acervo iconográfico de impressos e imagens da época.

A partir de uma perspectiva de história material da mídia, Corpo sem cabeça também analisa a intersecção entre o sistema oral fortemente consolidado e as possibilidades de uma nova dinâmica gráfica que, alavancada pelo avanço da tipografia, demarcou o lugar e a particularidade da dimensão literária no desenvolvimento da imprensa no Brasil.

Bruno Guimarães Martins é doutor em Literatura pela PUC-Rio e professor do Departamento de Comunicação Social da UFMG. É autor de Tipografia popular: potências do ilegível na experiência do cotidiano (2007) e pesquisador em história dos meios de comunicação no Brasil, historiografia, memória, cultura gráfica, estética e processos criativos.

Livro: Corpo sem cabeça: o tipógrafo-editor e a Petalógica
Autor: Bruno Guimarães Martins
Área: História
Coleção: Origem
Preço: R$54

Fonte: UFMG e Editora UFMG

CASA DA LITERATURA CATARINENSE

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