Mais uma dica de site, que merece ser lida...
https://aestranhamente.com/5-exercicios-praticos-para-voce-escrever-melhor/
Livros que eu publiquei e também, livros que eu li. Com o passar do tempo, eu atualizarei este blog com informações. Mas como não tenho muita paciência para mexer na página e ter que inserir novos dados, talvez eu demore um pouco para atualizar... Também serão inseridas postagens relacionadas à escrita e à leitura, quando eu julgar que sejam relevantes, com os devidos créditos.
PAULO FLORES
1) Na apresentação do
seu blog, assim está escrito: “Flerta com as letras, brinca com as palavras e
nas entrelinhas vai deixando sua marca”. O que ou qual o traço mais marcante
que você deixa nas entrelinhas dos seus textos?
Paulo: Eu acho que um
traço ou característica mais marcante é um pouco de rebeldia naquilo que eu
escrevo, seja em um texto que fale de amor, comportamento, seja em um texto que
fale sobre questões indígenas, racismos, questões sociais. Na maioria dos meus
textos tem um pouco de rebeldia ali. Tem coisas que eu penso de fato e não são
simplesmente retratos de uma personagem, retratos de uma situação que eu vi.
Boa parte dos textos tem uma opinião minha e que e aproveito para extravasar.
Então, o traço mais marcante é a rebeldia.
2) “Ao final de tudo
meu legado terá sido poesia”. Você é o autor desta frase poética, mas será que
a poesia é suficientemente forte e importante para ter valor como algo a se
deixar como legado? A poesia não precisa de complementos?
Paulo: Boa pergunta...
Ali eu estou falando sobre um desejo meu. Apesar da frase ser afirmativa – que
meu legado terá sido poesia -, ali eu acho que é mais um desejo meu. Quando eu
não estiver mais por aqui, que as pessoas continuem lendo aquilo que eu deixei,
os textos que eu deixei. Os poemas que eu escrevi, os textos que eu escrevi
sejam publicados, sejam reverberados, retransmitidos e que passem por gerações,
fazendo sentido para as pessoas. Hoje eu me deparo com algumas publicações
minhas, que pessoas que eu nem conheço estão replicando por aí. Eu não lancei
um livro ainda, mas eu tenho poemas premiados e que foram publicados e que
estão por aí, em alguns livros espalhados. Creio que em algum momento, algumas
pessoas vão se deparar com coisas que eu escrevi e se isso fizer sentido para
elas, já vai ter sido bacana. |E acho que a poesia, o poema pode ser
suficientemente sim, não necessariamente teria que ter complemento. Eu vejo
Paulo Leminsky, Mario Quintana, Mario Prata, entre outros. Leminsky, por
exemplo, não está mais entre nós e a obra dele e as coisas que ele escreveu
estão aí, replicadas, reverberando, fazendo sentido para muita gente, fazendo
refletir e não tem complemento. É o poema, é a letra, pura e simples, cheia de
ideia.
3) Você jogou futebol
de salão, inclusive era um goleiro com muitas qualidades: arrojado, excelente
reflexo, seguro, ágil... Quais destas qualidades de atleta, daquela época em
que jogavas futebol de salão, que você tem como escritor e poeta?
Paulo: O futsal, o
futebol de salão surgiu para mim, para atuar como goleiro, meio que de
paraquedas, meio sem querer. Foi a convite de um amigo, para suprir uma
carência, uma falta que o time tinha e eu fui para uma situação, meio que de
emergência (RISOS), sem ter planejado e acabou acontecendo. Isso se assemelha
com o que eu vivi na escrita. Eu escrevi um poema falando de adoção, que é um
tema que eu sempre atuei, como causa, por ser filho por adoção. E em um momento
eu quis homenagear meus pais e falar de adoção. E não sei porque eu encaminhei
esse poema para um concurso de poesias e esse poema acabou premiado. Foi o
primeiro que escrevi e teve um resultado muito legal e é um poema que quando eu
publico ele, as pessoas gostam muito e dão um feedback muito positivo a
respeito dele. E a partir dali eu tomei coragem para começar a publicar as
coisas que eu ia escrevendo e fui experenciando isso, vivendo isso, vivendo um
mundo novo. Fazendo um paralelo com o futebol de salão foi mais ou menos a
mesma coisa, eu não estava preparado para aquilo, eu fui conhecendo,
explorando, vivenciando e gostando. Isso foi na minha adolescência, essa
experiência com o futebol de salão e trago até hoje grandes lembranças, fiz
grandes amigos naquela época que são amigos até hoje. A poesia, o poema, a
escrita me trouxeram novos amigos de um mundo totalmente diferente, em um mundo
que era totalmente desconhecido para mim e que eu estou adorando viver. Estou
curtindo bastante fazer parte.
4) O que é mais
difícil, treinar futsal e encarar os adversários ou encontrar inspiração e tempo
para escrever? Justifique.
Paulo: O futsal é
mais difícil, porque é um esporte coletivo e ali eu era goleiro. Quem estava na
quadra ali comigo, quem estava no banco de reserva, quem estava envolvido
comigo dependia da minha atuação para ter êxito. Éramos uma equipe. No poema é
mais tranquilo. Eu escrevo quando eu quero, eu escrevo quando aparece
inspiração, eu não sou pressionado a me inspirar, não tenho prazo para entregar
nada, não tenho compromisso com o resultado. Porque eu escrevo o que eu quero,
sobre o que eu quero e na hora que que vem a inspiração. E no futsal não; a
data do jogo está marcada e ninguém vai querer saber se você está inspirado ou
não para jogar. Você vai ter que jogar naquele horário pré-determinado, vai ter
que fazer uma boa atuação e se não fizer, você vai ser cobrado por isso.
5) Há uma frase que
diz: “Avó cria memórias que o coração guarda para sempre”. Que memórias
marcantes os seus avós criaram contigo ou para ti, que o teu coração guarda?
Paulo: Sobre os meus
avós eu tenho muito gosto de falar, porque foram muitas as memórias. Eu tive a
sorte de, durante muito tempo, poder conviver, até com a minha bisavó. Meu avô
paterno faleceu muito cedo infelizmente, eu não o curti. Eu adoraria curtir,
grande flamenguista, meu avô Paulo. Mas a avó Penha, lá do Rio, a memória que
eu tenho dela são as nossas conversas sobre espiritualidade. Eu era criança na
época e ela com muita habilidade me esclarecia, tirava minhas dúvidas com muita
paciência, com muita amorosidade. Minha avó materna, minha avó Valda faleceu
faz pouco tempo, mas foi uma segunda mãe para mim. A casa dela aqui em Floripa
foi o meu segundo lar. Eu passei muitas férias ali na casa dela brincando, os
vizinhos até hoje me conhecem, me chamam por Paulinho, meu apelido na vizinhança.
A comida da minha avó, as comidas dela, as brincadeiras dela, tudo isso são
memórias muito vivas. E o meu avô, que era um “vozão”, aquele cara que você
falava que estava com desejo de comer uma rosca de polvilho, podia ter certeza
que em um ou dois dias ia aparecer uma rosca de polvilho, porque ele não sabia
o que fazer para agradar. Meu avô me levava no desfile de sete de setembro, a
gente saía para passear no centro, comprar tainha no mercado, comprar churros...
Ele sabia as coisas que a gente gostava e trazia... As tardes na casa da minha
avó, com o meu avô assistindo futebol, a gente debatendo futebol, falando sobre
o Flamengo; ele cuidando dos passarinhos dele, ele fazendo caixa de madeira com
divisória para eu guardar meus jogadores de futebol de botão. Nossa! Inúmeras
memórias. Meus avós foram sensacionais para mim. Graças a Deus eu tive a
permissão e a alegria de poder conviver e compartilhar de muitas coisas boas.
6) Qual é o seu poema
mais antigo, que você escreveu e que guardou até os dias de hoje? Pode nos
repassar?
Paulo: Meu primeiro
poema, o mais remoto é O Caminho das Flores, de fato o primeiro poema, que foi
uma homenagem que eu prestei aos meus pais adotivos e que eu acabei
encaminhando ele para o concurso nacional dos novos poetas e ele foi premiado e
publicado. É um poema que eu guardo com muito carinho. E a partir daí que as
coisas começaram a acontecer
7) “Das gavetas da
vida, algumas não abro mais, outras até remexo, há as que esqueço”... esse é um
trecho de um poema seu. Quais as gavetas que você faz questão de esquecer, de
não abrir mais e porquê?
Paulo: Pode parecer
estranho, mas tem coisas que eu gostaria de não reviver, mas esquecer eu não
consigo. E lembrar dessas coisas nos dá o norte para não repeti-las e não
aceitar que elas aconteçam novamente. Não dá para esquecer, mas dá para não
repetir ou não permitir que elas aconteçam. Só o fato da gente pensar nisso nos
faz lembrar, então não tem como esquecer. Mas eu posso citar as situações de
racismo que eu passei na minha infância, preconceito. São coisas que eu
gostaria de não reviver, mas não tem como esquecer. E são coisas atuais, que a
gente carrega ao longo dos anos e são fatos tristes. Esquecer não dá, pelo
contrário, a gente acaba lembrando e lutando contra e fazendo um movimento
diferente, não aceitando mais coisas que a gente aceitava.
8) Você é pai de um
garoto, de nome Artur. Você escreveu o poema O Grande Encontro – o relato feliz
sobre meu filho, descrevendo um pouco da relação dele com a leitura. Você o
estimula a ler de que forma?
Paulo: Meu filho...
eu estimulo muito ele com a leitura. Ele tem oito anos agora, ele lê, ele lê
muito bem. Lê gibi, lê história, lê livros sobre tubarões, sobre bichos – ele
adora. Antes de acontecer a pandemia a gente frequentava muito os sebos que tem
ali na região do centro antigo de Floripa, Fernando Machado, João Pinto. Ali
tem muitos sebos, tinham, eu soube que alguns fecharam. A gente se divertia. Eu
ia para um lado, ele ia para outro. A gente tinha um acordo de, a cada ida lá,
trazer revistinhas, gibis que ele adora, mas em contra partida, trazer um livro
também. E assim a gente vai lendo, contando as histórias para ele, fazendo a
imaginação dele viajar e cultivando o hábito da leitura.
9) O seu filho além
de te inspirar, te dá opiniões sobre seus textos, ou ele desconhece ou não
compreende aquilo que você escreve?
Paulo: O Artur sabe
que eu escrevo mas ele ainda não tem entendimento sobre o que eu escrevo; mas
ele sabe. Tanto que, no dia dos pais ele me deu dois presentes, mas o que eu
mais gostei foi um poema. Ele escreveu um poema para mim (RISOS). Eu fiquei
feliz da vida, um poema com um desenho que eu guardo e em breve vai virar um
quadro.
10) Millôr Fernandes
disse: “Criança é esse ser infeliz que os pais põem para dormir quando ainda
está cheio de animação e arrancam da cama quando ainda está estremunhado de
sono”. Você age assim também com o seu filho ou você é um pai mais flexível?
Paulo: O Artur foi
condicionado desde cedo, a dormir cedo, Geralmente oito horas, oito e meia ele
já está dormindo. Eu e a mãe dele julgamos que isso seria bom e acostumamos
assim. Ele tem, geralmente, onze, doze horas de sono, pelo menos dez horas de
sono; ele dorme muito bem. Ele não troca o dia pela noite, o sono dele é no
horário noturno, de fato. Ele acorda cedo, faz a refeição cedo, É uma criança
saudável, é uma criança que se alimenta muito bem e está sendo legal, foi uma
boa escolha. Depois a gente sabe que não vai ter muita ingerência sobre isso,
mas enquanto a gente puder doutrinando ele desta maneira, a gente vai
continuar. Ele já está com oito anos nessa rotina de dormir bem.
11) A sua escrita é
de fácil compreensão ou você gosta de usar metáforas, duplo sentido,
“pegadinhas”?
Paulo: A minha
escrita é de fácil compreensão, sim; na maioria das vezes, na grande maioria
das vezes. Ela tem uma linguagem direta, creio que ela é de fácil entendimento,
a ponto de numa academia (literária) que eu fazia parte, ela era chamada de
vira lata. Por não ter aquele linguajar antigo, rebuscado, que alguns dos
escritores se utilizam. A minha é mais direta e ela foi chamada de vira lata
lá. Mas a devolutiva que eu tenho das pessoas que leem os textos são muito
boas, elas compreendem. Metáforas, às vezes eu utilizo sim, as pegadinhas... Eu
costumo dizer que o barato do escritor é a inquietude do leitor. Do mesmo texto
escritor podem interpretar de diversas formas, de acordo com o que ele está
sentindo ou vivendo. Isso é um barato, isso é bacana!
12) Francis Bacon
afirmou: “A leitura traz ao homem plenitude; o discurso, segurança; e a
escrita, precisão”. Comente esta afirmação...
Paulo: Para mim essa
afirmação faz todo sentido. Eu sempre li muito, eu sempre gostei muito de ler.
A faculdade na qual eu me formei foi direito, então, é uma academia que você
tem que ler muito e isso se refletia na minha retórica, no meu discurso, na
minha forma de me portar e conversar com as pessoas, na busca por um
vocabulário e uma boa escrita. Então para mim, faz muito sentido esta
afirmação. Tanto faz sentido que neste
viés, eu educo o Artur dessa maneira com muita leitura.
13) Eis um trecho do
seu poema Preto no Branco: “Beijo quente e amasso / Movimento e compasso /
Equilíbrio suave / Entre o carinho e o devasso”. Você pode detalhar ou
aprofundar um pouco, estes versos? Por exemplo, como pode haver um equilíbrio
entre o carinho e o devasso?
Paulo: Preto no
Branco é um poema interessante, legal que você tenha “puxado” ele e feito esta
pergunta. Quando eu escrevi ele, eu imaginei a situação de dois amantes, numa
situação de entrega, onde você tem um amor, nessa entrega, nessa troca, e tem a
coisa devassa da sacanagem ali na hora do sexo, alternando momentos de carinho
e leveza com momentos tórridos, quentes, de uma pegada mais firme, de uma
palavra mais ousada. Aquela coisa de dar o tesão na hora e depois do gozo da
catarse, se abraçarem, trocarem carinho, depois de ter vividos, instantes
atrás, essa devassidão, esse suor pelo corpo.
14) Você costuma ler?
Que tipo de leitura ou qual autor ou autora que te agrada?
Paulo: Eu leio
bastante, eu tenho sempre um livro a mão. Ultimamente eu tenho gostado de ler
biografias e autobiografias, principalmente a de astros do rock. Estou
terminando de ler a do Marky Ramone, que conta a história dos Ramones. Tem um
livro na fila, para começar a ler, do David Grohl, do Foo Fighters. Eu li a do
Keith Richards, dos Rolling Stones – é uma autobiografia. Eu li a do Bruce
Springteen, é sensacional. E são livros que tomam tempo, porque são livros
grossos que contam em detalhes a vida desses caras, a história deles no rock,
com as bandas e isso me fascina. Mas eu gosto também do Billy Reyes, que
escreveu O Expresso da Meia Noite. Gosto muito dos livros baseados em fatos
reais. De autores nacionais eu gosto do Mário Quintana – bastante; do Paulo
Leminski – curitibano Paulo Leminski, do Mário Prata, Ariano Suassuna. Tem uma
turma muito boa escrevendo. Eu estou fascinado. Se eu pudesse ganhar a vida
lendo livro seria sensacional, mas não dá. Mas (ler) é bom demais. É um vício
que eu peguei.
15) Você carioca e
mora há anos em Florianópolis. Estas duas cidades possuem belezas naturais que
inspiram músicos, compositores escritores, poetas, enfim, artistas de diversos
segmentos. É daí que vêm a sua inspiração ou é somente uma coincidência?
Paulo: Rio de Janeiro
e Florianópolis são duas cidades sensacionais. Floripa é quase que uma mini Rio
de Janeiro. São duas cidades que eu amo, não gosto que falem mal de nenhuma das
duas. Com cenários maravilhosos, mas por incrível que pareça, paisagem e
cenário não é o que me inspira. Às vezes, eu gosto de estar neles para
escrever, mas não que isso seja a inspiração, de ver uma praia, uma imagem, uma
montanha. O que me inspira é música. A música me inspira muito, não importa
onde eu esteja. Se eu estiver sentado em uma bela praia escutando uma
musiquinha, vai me inspirar pela música, não pela praia. Até escrevi um poema
sobre isso, sobre o que me inspira e para mim é a música.
16) Você mora na
Lagoa da Conceição, em Florianópolis. Qual a mágica, ou a magia que este lugar
tem que mais te fascina, encanta e inspira? E por quê?
Paulo: A Lagoa da
Conceição é um lugar fascinante, é um local onde tem cultura – cultura popular.
É um local onde você vê o artesão, as artesãs, onde você vê a turma das
antigas, os oleiros, as rendeiras, onde você vê o feirante. Onde você conversa
com todas estas pessoas e você troca excelentes ideias. Você vê músicos pela
lagoa, você vê músicos de fora, chilenos e peruanos, desfilando a arte deles na
Lagoa. Todo mundo vendendo sua arte, divulgando sua arte, nesse lugar tão
sensacional, de tão bonito que é. Isso tudo inspira; estar na Lagoa inspira.
Não que olhando a lagoa me cause inspiração, não. Morar na Lagoa, estar situado
na Lagoa eu acho sensacional. Parece que você quando sobe o morro da Lagoa, lá
em cima, quando você está naquela vista linda e começa a descer, parece que ali
tem um portal que te leva para um canto da cidade que é especial. Tenho muito
carinho por este canto, moro aqui e gosto muito dessa região: Lagoa, Rio
Tavares, Campeche. Se eu puder escolher, optar, eu não saio dessa região.
17) Existe alguma
coisa ou aspecto na poesia que você não goste ou que te incomode?
Paulo:
18) Na sua página de
Facebook, tem fotos suas praticando corrida. Correr é uma atividade que, muitas
vezes, dá a sensação de liberdade. Como você se sente mais livre: correndo ou
escrevendo poemas?
Paulo: Eu me sinto
mais livre correndo. São tipos de liberdades diferentes. Eu gosto muito de
correr em trilha e na trilha eu sinto o cheiro do mato, tem trilha que eu faço
e fica na beira do mar, tem a maresia junto. Isso me dá uma sensação de
liberdade muito grande, o vento na cara.... O vento na cara é uma coisa que eu
gosto demais, assim como eu sinto quando ando de moto. Quando me falas
liberdade entre essas duas opções, eu acho que a corrida me dá mais essa
liberdade, porque é uma sensação que vem naturalmente. É começar a correr e vem
o ventinho e se sentir livre.
19) Vamos falar sobre
livros: o que falta para que você publique o seu primeiro livro?
Paulo: Para eu publicar
o livro, faltam algumas coisas. Falta eu encontrar a editora, gráfica. A
produção vi ser independente, então falta verba. E acho que eu vou tentar um
financiamento coletivo, tentar não, realizar. Criar um projeto para realizar um
financiamento coletivo para viabilizar a publicação desse livro. Estava meio
morno e agora eu estou com uma vontade tremenda de concluir isso e lançar meu
primeiro livro. Eu quero fazer isso com muito cuidado, com muito carinho nessa
primeira publicação. Eu olho amigos que publicaram, acho um grande barato ter
uma obra constituída. Pois o livro, além da tua expressão que está exposta ali,
são palavras que não voltam mais e ficam aí, para que todo mundo veja, para que
todo mundo perceba tuas intensões, percebam teu pensamento e isso fica para o
mundo e não volta mais.
20) Tens alguma meta
como escritor, seja em remuneração, prêmios a conquistar, reconhecimento da
mídia, dos leitores?
Paulo: Minha meta
como escritor é seguir como escritor, lançar o primeiro livro e continuar tendo
inspiração para lançar o segundo, o terceiro... e não só de poemas, mas
entrando na parte de narrativas. Fazer disso não só um hobby, mas uma forma de
rentabilizar. Não tenho o objetivo de ficar rico, nem nada disso. Mas, dos
livros, dos produtos que eu penso em produzir com os escritos, eu penso em ser
sim, uma maneira de um complemento de sustento. Eu tenho a ideia de fazer uma
Kombi literária e levar a leitura, espalhar a leitura por aí. Agora,
reconhecimento de mídia, esse tipo de coisa, não. Não tenho isso; isso é uma
coisa que pode vir naturalmente, mas eu quero que muitas pessoas leiam o que eu
escrevo. Que aquilo que eu escrevo se espalhe por aí e que faça sentido para as
pessoas. Que as pessoas leiam aquilo e que possa tocá-las de alguma maneira,
como já me apontaram, que determinados textos tocam, servem de incentivo e de
reflexão. Esse é o meu barato.
21) O que te faz
escrever é um sentimento de angústia, dor, mágoa, ou de alegria, felicidade,
euforia, gratidão?
Paulo: O que me faz
escrever depende do momento; tem momento de mágoa, de extrema felicidade,
euforia, gratidão, é um misto, depende muito do momento. Já houve situação em
que eu quis me expressar sobre determinado assunto, algum assunto polêmico que
tenha me causado raiva, mas que naquele momento me faltou a palavra certa e não
me saiu nada. Porque eu venho de inspiração e tem momento de euforia, que bateu
uma música, uma inspiração que em cinco minutos já estava pronto o meu poema.
Mas o motivo em si, posso falar que não há nada muito específico. É muito do
momento e pode ter sim, alegria, euforia, tristeza, angústia, enfim, cada um
dos itens citados na pergunta.
22) Complete esta
afirmação: escrever faz bem porque...
Paulo: Escrever faz
bem porque faz com que eu expresse o que eu penso, na hora que eu penso, do
jeito que eu penso e de uma maneira que ninguém pode me conter. Eu escrevo o
que eu quero e sou responsável pelo o que eu escrevo, publico a hora que eu
quero, jogo para o mundo a hora que eu quero. E essa sensação de liberdade,
assim como a da corrida (RISOS), me faz muito bem. É libertador escrever!
23) Você é mais
apaixonado pelo Flamengo ou pela poesia?
Paulo: O Flamengo
está no meu DNA; está no meu sangue, corre nas minhas veias. E a poesia eu fui
desenvolvendo depois de grande, é uma coisa mais recente e que me apaixonei.
Hoje é uma paixão também. O Flamengo é uma poesia. Se você tirar o Flamengo só
do futebol, ele é uma poesia. Basta ir ao Maracanã para ver a sinergia da
torcida chegando no estádio, subindo a rampa, os cantos, as bandeiras das
torcidas chegando, o ritual antes do time entrar em campo, o frisson, a
batucada da torcida descendo a rampa no final do jogo, a multidão indo pegar o
metrô, o trem, o ambulante vendendo a sua cerveja, vendendo as faixas, seus
produtos, a alegria do torcedor, o sem dente junto do mais abastado... isso
tudo é poesia! O Flamengo é uma grande poesia. Observar o Flamengo em um
domingo no Maracanã é uma grande poesia. E entre p Flamengo e a poesia, se eu
tiver que comparar, o Flamengo dá uma goleada (RISOS).
PAULO FLORES
CLÁUDIA KALAFATÁS
1. Conte um pouco de cada um dos livros que você publicou...
Cláudia: Meu primeiro livro, chamado Dilemas,
Reticência – Poemas, eu publiquei em 2015, se não me engano. Quando eu mandei o
material para a revisão e para a gráfica, ainda tinha sobrado material para
quase que um segundo livro. Ele veio em um momento em que eu achei que tinha
uma doença grave e achei que, talvez, não me restasse muito tempo de vida. E
pensando nas coisas que já fiz, que coisa faltaria fazer, antes de eu
desencarnar, eu pensei nos meus poemas. Essa foi a mola propulsora. Graças à
Deus o diagnóstico de câncer na coluna, pelo jeito (RISOS) foi só para que a
clínica que fez o laudo do exame, não fosse posteriormente acusada de não ter
sequer suspeitado que poderia haver um câncer de coluna. No final, pelo jeito,
foi uma grande hérnia extrusa entre a L4 e a L5 e o câncer não se configurou. O
segundo livro nasceu pelo feedback que eu recebi do primeiro livro. O primeiro
livro eu não me preocupei com capa, com página de dedicatória, com nada. Não me
preocupei em pedir para alguém fazer uma crônica, colocar uma opinião no
prefácio, então todos estes cuidados eu tive no segundo livro chamado Harpa
Inerte. Com todas as poesias que não couberam no primeiro livro. E no segundo
livro eu me preocupo mais com rima, com estrutura dos poemas... É claro que também
houveram poemas que eu escrevi durante a concepção do segundo livro. Mas eu
posso arriscar que sessenta por cento do livro era dos manuscritos, dos
rabiscos, fragmentos de poesia, que datam desde os meus dezoito, dezenove anos
de idade, então eu tinha muita coisa para poder lançar o segundo. O segundo
livro, se não me engano, eu lancei em novembro de 2018. E muito embora meu
terceiro livro não tenha sido publicado ainda, oitenta por cento dele já está
no computador. Ele vai se chamar A Sala. E nesse livro eu me preocupo mais
ainda com a métrica.
2. As publicações foi você quem pagou ou foi
com alguma editora?
Cláudia: A primeira e a segunda fui em quem
pagou e pelo jeito, a terceira também vai ser.
3. Seus livros vendem bem?
Cláudia: Os meus livros vendem bem no
lançamento, na noite de autógrafos, depois não vendem bem. Depois a gente tem
que ir atrás de feira de artesanato... Agora eu vou deixar vinte exemplares do
Harpa Inerte em um bazar de natal, no Ribeirão da Ilha.
4. Onde seus livros podem ser encontrados?
Cláudia: O livro Dilemas, Reticências –
Poemas, até um tempo atrás, eu tinha deixado cinco exemplares na Livraria
Catarinense. O livro Harpa Inerte eu não me movimentei muito, porque eu o
lancei no final de 2018 e 2019 foi um ano muito conturbado para mim e, 2020 eu
não preciso falar nada (RISOS). Em relação à poesia eu não fui muito proativa
em relação ao meu trabalho.
5. Qual a pior parte: escrever, publicar ou
vender?
Cláudia: Escrever sempre é a melhor parte de
qualquer produção literária. Publicar dá um certo “trabalhinho” porque, na
minha segunda obra eu tive que mudar palavras por causa de concordância e essas
palavras eram importantes. Eu queria fazer um jogo, uma brincadeira com as
palavras, porém não era correto eu utilizar daquela forma. Eu não gostei, me
senti aprisionada até onde as regras gramaticais da língua portuguesa podem
interferir ou não. Nesse meu terceiro livro eu vou utilizar a licença poética e
não vou aceitar esse tipo de interferência no que eu escrevo. Mas mesmo assim,
publicar não foi ruim. Sem dúvida alguma, vender é sempre a atividade mais
desafiadora, complexa e ainda misteriosa.
6. As palavras a seguir foram retiradas de um
livro seu: “o tempo esclarece dúvidas, mas questiona minhas certezas”. Quais as
dúvidas que você tem e que o tempo ainda não esclareceu e que ainda te
incomodam?
Cláudia: Esse trecho, quando eu o concebi,
representa o quanto oscilam as nossas dúvidas. O que hoje, o que para mim é uma
dúvida, amanhã com a minha experiência, com a minha vivência, ou com um simples
insight com as coisas que acontecem
ao meu redor, eu tenho essas dúvidas esclarecidas. Quanto mais a gente domina
um assunto, quanto mais a gente mergulha na vida, nas emoções, quanto mais a
gente amadurece, nos seus mais diversos papéis, a Cláudia companheira, a
Cláudia mulher, a Cláudia amiga, a Cláudia irmã, a Cláudia filha, a Cláudia
profissional, quanto mais a gente evolui em cada um desses papéis, mais surgem
questões. Talvez a minha alma seja mais inquisidora mesmo, seja mais de ficar
questionando as coisas. Por isso que o tempo também questiona as minhas
certezas. O que hoje é uma certeza para mim, em função da minha experiência,
amanhã com uma outra experiência eu posso me enveredar por um outro caminho.
Porque aquela experiência que me serviu ontem para que eu tivesse algum tipo de
conceito, hoje a experiência é outra e está me afetando de uma outra forma,
então eu posso mudar. Um dúvida que o tempo ainda não esclareceu e que ainda me
incomoda é como é complexo um relacionamento entre as pessoas. Seja de ordem
afetiva, seja de ordem profissional, de ordem familiar; e nesse período de
pandemia, nesse período de guerras de narrativas, no que se refere ao nosso
cenário político, isso está cada vez mais sensível. Para mim, sem dúvida, essa
é a pergunta que ainda me incomoda muito.
7. Você tem algum ritual de preparação para
escrever?
Cláudia: Eu tenho vários rituais para
escrever, tenho uns pré-requisitos. O primeiro é o silêncio; se eu não tiver
silêncio, pode, no máximo, estar tocando uma musiquinha calma. De preferência
um Madredeus, Enya, pode ser Sara Mc Lachlan, enfim, músicas para
interiorização; nada de músicas de baladas para fazer faxina, isso não
funciona. Fora isso, eu tenho percebido que quando eu tomo uma cerveja ou um
vinho, esse estado que a gente fica, que é um estado de leveza, um estado em
que a tua observação fica mais aguçada, os teus sentidos também ficam mais
aguçados, isso ajuda bastante. Às vezes, assistir um filme que tem uma mensagem
bonita, daquelas que te tocam profundamente no âmago, isso é um start, um
pontapé inicial para eu criar uma frase e com base nessa frase e no filme que
assisti e naquilo que ele deixou em mim, latejando, e ali eu posso conseguir um
bom resultado de escrita. Acho que para mim o pior pré-requisito é quando a gente
está passando por um momento de dor – dor afetiva, dor emocional, dor na alma,
Eu descobri também que essa é uma forma de eu trabalhar esta tristeza é através
da escrita. Mas, infelizmente, essa é aquela de custo-benefício pior para mim.
De qualquer forma, acho que é uma maneira válida da gente trabalhar o que está
doendo dentro da gente, colocando no papel.
8. Você tem alguma meta de escrita, seja diária, semanal, ou escreve quando “bate” a inspiração?
Cláudia: Não. Não tenho. John Steinbeck é que
tinha; eu li a biografia dele e ele tinha meta diária. Eu não sou disciplinada,
eu prezo pela qualidade daquilo que eu estou escrevendo e não pela quantidade
de letas e palavras, enfim... Às vezes eu fico meses sem escrever uma linha e
aí em uma madrugada eu escrevo cinco, sete poemas; inacabados, sempre! É raro
escrever um poema que se fecha por si só, no momento da inspiração. Mas tem
momento em que muito material chega.
9. Quando você tem uma ideia, você a deixa incubando
ou escreve imediatamente?
Cláudia: Às vezes eu deixo a ideia matutando
na cabeça, para eu extrair dessa ideia uma frase, que seja o título ou o
coração do poema. Então eu fico remoendo aquela ideia até que ela se
materialize e eu possa escrever. E às vezes, dependendo do lugar que eu estou,
se eu estou em um local que eu não consiga escrever, aí eu baixo imediatamente
a ideia crua, a ideia que será fonte de inspiração. Tem momento para cada uma
das duas situações.
10. Você escreve seus rascunhos à mão ou no
computador? Justifique sua resposta...
Cláudia: Sempre escrevi meus rascunhos à mão;
sempre. Na minha bolsa, até no porta luvas do meu carro, tem sempre um caderno
pequeninho, no estilo moleskine; e caneta eu sempre carrego na bolsa. A
digitação é para quando eu vou colocar esses poemas no livro, no arquivo do
livro. Sempre escrevo o rascunho à mão.
11. De acordo com Fernando Pessoa: “Boa é a
vida, mas melhor é o vinho. O amor é bom, mas é melhor o sono.” E para você,
qual é a ordem de importância entre a vida, o vinho, o amor e o sono?
Justifique...
Cláudia: Eu coloco na ordem: a vida, o amor,
o sono e por último, o vinho. A vida porque sem ela não tem como amar. O amor,
para mim é o chão, é a sustentação de cada um de nós enquanto seres que se
relacionam com outros seres, sejam seres humanos, natureza, sejam os animais,
seja a espiritualidade, enfim... Então o amor é peça fundamental da nossa
existência. Sono, porque o sono restaura tudo: o sono restaura um dia ruim, o sono
restaura um rompimento afetivo, o sono restaura o corpo físico, o sono restaura
as dores da alma, o sono é tudo de bom. E o vinho porque ele tempera a vida,
tempera o amor, embala o sono... Nossa!
Falar sobre o vinho daria, no mínimo, uma poesia
12. O que você diria a si mesmo se pudesse
voltar aos seus primeiros escritos?
Cláudia: (RISOS) Em momentos intempestivos,
não jogue nada fora (RISOS). Eu joguei algumas coisas fora do que eu escrevi.
Hoje, talvez, eu tivesse maturidade para retrabalhar uma coisa que eu criei há
trinta anos atrás. Acho que era isso que eu diria para mim.
13. Na tua apresentação, você afirma que a
música colabora com a tua inspiração. Onde é possível perceber a influência de
Guilherme Arantes, RPM, Zizi Possi, Simone e de outros artistas, na tua poesia?
Cláudia: Guilherme Arantes cantou muito o
amor nas suas diversas manifestações, Guilherme Arantes colocou amor na melodia
das suas músicas. Zizi Possi também, Simone também. RPM, naquela música em
particular... (Cláudia começa a cantarolar): “Havia um tempo em que eu vivia um
sentimento quase infantil”... Não me lembro agora o nome da música, mas era uma
música que me aquietava muito, para que eu me interiorizasse e pudesse falar de
amor. O amor permeia a grande maioria das minhas escritas, então é nesse
sentido. Como eu respondi anteriormente, a música ajuda muito a me interiorizar
e chegar nesse estado de leveza, para que eu possa escrever. Explicitamente,
nenhum deles estão nas minhas palavras, mas sem dúvida eles foram pano de
fundo, mas eles tiveram o papel de conduzir a minha mente para um estado
amoroso, afetivo e talvez até, passional. E uma vez nesse estado, muita coisa
foi escrita aos embalos das melodias deles.
14. Rubem Alves disse em uma entrevista que:
“leitura é algo que se deve fazer por prazer, de forma vagabunda, sem nenhuma
obrigação”. E a escrita, também deve ser feita desta forma? Justifique....
Cláudia: Esta pergunta é um tanto quanto
intrigante. Os jornalistas são obrigados a escrever, eles tem editoriais em
jornais, em sites, então eles são obrigados a fazer, a produzir escrita. A
minha escrita, ela sempre foi feita de forma prazerosa, sem nenhuma obrigação,
de forma vagabunda (RISOS) – eu não gosto do adjetivo vagabunda, então eu vou
deixar este trecho, para o Rubem Alves depois se explicar... Eu acho que o
processo de escrita tem que ser prazeroso, tem que ser leve, a gente não pode
receber nenhum tipo de pressão.
15. Você acredita que os jovens, atualmente,
estão lendo muito, pouco ou quase nada?
Cláudia: Eu precisaria ter dados para poder
afirmar, não gosto de “chutômetro” e eu não tenho filho; tenho um afilhado que
está com quatorze anos. Do pouco que eu tenho observado, eu acho que eles estão
lendo muito pouco, mas muito pouco mesmo – o que é uma pena. Mas como eu te
disse, eu não tenho fundamentação, eu não tenho pesquisa, eu não tenho nada. É
só um certo senso de observação, em relação aquilo que está ao meu redor.
16. Você quando era adolescente, lia muito?
Cláudia: Quando eu era adolescente eu lia o
suficiente para passar de ano. A partir do livro do Visconde de Tanay –
Inocência, e de um outro – Cinco Minutos, do José de Alencar, que eu gostei
muito de ler. Eu comecei a ler medianamente, mas nada se compara a partir dos
meus vinte e cinco, trinta anos de idade, quando eu comecei a ler bastante.
17. “Escrevo na urgente necessidade de
compartilhar o que sinto, escrevo minhas verdades, meias verdades, minto”.
Essas são palavras suas retiradas do livro Dilemas, Reticências: Poemas”, de
sua autoria. Você escreve mais mentiras, verdades ou meia-verdades?
Cláudia: Eu escrevo muito mais verdades e
meias verdades. Já aconteceu de eu ter que mentir numa situação para achar uma
palavra que rimasse (RISOS), é um absurdo isso. Mas hoje eu tiro isso como uma
licença poética. Eu já menti, mas graças a Deus, isso não é nem três por cento
do que eu escrevo. Todos os meus livros são autobiográficos. As meia verdades
eu colocaria como aquelas situações confusas que eu precisei resolver
internamente, mas que eu nunca tive certeza se procederam desta forma para
outra pessoa, ou não; são só inferências minhas. Graças a Deus, a mentira eu
precisei usar para rimar, vê se pode... (RISOS). Tem poema que a narrativa é de
um homem e não de uma mulher, então isso não deixa de ser uma mentira. Tem mais
do que um poema em que eu tive que incorporar um narrador masculino, mas é que
dessa forma eu tinha riqueza nas rimas, na história. Foi dessa forma que eu
consegui as minhas rimas, então esse é um tipo de mentira. Hoje eu colocaria
como uma licença poética e não como uma mentira, porque se o imaginário não tem
limites, então porque que o autor tem que ser mulher, porque que ele não pode
ser um homem. Por que que a gente não pode vestir a ótica do outro gênero?
Qualquer tentativa, qualquer troca, qualquer experiência na hora de produzir
poesia, que possa chegar em um resultado bacana eu acho que é válida.
18. É possível escrever bem, sem que a pessoa
leia muito? Justifique...
Cláudia: Eu acho que sim. Ela pode escrever
muito bem, se ler muito. Mas isso no âmbito da poesia, por exemplo. Eu não leio
muita poesia, porque se é que eu tenho algum estilo de escrita, ele é meu.
Quando se lê muito, outros autores, você acaba absorvendo o estilo dele, porque
gostou; a métrica da poesia porque achou bacana, divertida e quer fazer isso
também... Então a gente recebe influência e acaba replicando as influências no
nosso trabalho. Eu já não gosto... Eu gosto de... sei lá, eu gosto de explorar
as diversas formas de criação e a partir disso, tentar estabelecer um estilo de
escrita que seja meu. Acho que eu ainda não tenho um estilo de escrita, porque
a minha preocupação é escrever e de vez em quando, brincar com as palavras, com
o formato... A poesia Quarenta e Dois S, do meu primeiro livro, ela foi assim:
eu acordei um dia, tinha uma grande amiga minha que estava fazendo quarenta e
dois anos de idade e eu pensei: “vou tentar fazer uma poesia com quarenta e
duas palavras, daí eu percebi que as palavras com “s” são mais fáceis da gente
conseguir um fluxo, uma leitura em fluxo coerente, discernível, compreensível.
E o grande desafio é que a poesia, ao se ler, faça sentido, desde o primeiro
“s” até o último.
19. Você se sente realizada, frustrada ou
está parcialmente satisfeita sendo uma escritora?
Cláudia: Eu me sinto parcialmente realizada.
Estou realizada porque tem trabalho meu publicado; se amanhã eu vier a falecer,
no meu computador está lá o terceiro livro, com título e tudo mais. Então nesse
sentido eu estou bastante satisfeita. A questão é: espaço para a gente
conversar sobre poesia, espaço para a gente declamar poesia, espaço para a
gente vender as nossas obras. Ainda está faltando muito para que eu me sinta
realizada. Mas, talvez, o que esteja faltando para mim tenha mais a ver com
auto estima, vaidade e questões financeiras. Eu até devesse olhar para essa
questão de uma forma mais literária e não comercial, não sei. Mas sendo
bastante sincera, eu me sinto parcialmente realizada hoje.
20. As palavras a seguir são suas: “escrevo
para proclamar um desejo. Escrevo para dar vazão a uma inquietude interna. Pelo
visto, os motivos que te levam a escrever são vários... Quais os mais
recorrentes?
Cláudia: O desejo que eu falo ali era o
desejo de me posicionar afetivamente, reclamar uma paixão escondida – reclamar
no sentido de manifestar. Escrevo para dar vasão a uma inquietude interna. Não
é só uma inquietude, nós temos muitas, principalmente quando tem uma segunda
pessoa envolvida. Então eu diria que os motivos mais recorrentes que
impulsionam a minha escrita seriam o equilíbrio afetivo e amoroso entre duas
pessoas, assim como, de que forma manter esse equilíbrio no decorrer dos meses,
dos anos, das décadas. De que forma você faz parte do casal, tentando preservar
a tua individualidade enquanto pessoa. Como é que a gente elabora esta equação,
como a gente coloca em prática esta equação. Isso é possível ou isso é utópico?
Mas as inquietudes são mais nesse sentido afetivo, sem dúvida.
21. “É tão difícil as pessoas razoáveis se
tornarem poetas, quanto os poetas se tornarem razoáveis”, Essa frase é de Pablo
Neruda; você, por ser uma poetisa, é uma pessoa que não é razoável?
Justifique...
Cláudia: Eu não sei qual foi o intuito que o
Pablo Neruda utilizou a palavra razoável, nem de que forma foi feita esta
tradução. Mas, ao ler, eu imagino que o razoável que ele esteja se referindo
seja no sentido de mediano, normal, razoável no sentido ne normal. Pessoas
normais, na minha leitura, dificilmente se tornam poetas e os poetas jamais
serão pessoas normais. Porque o olhar é diferente, a sensibilidade é diferente,
a compreensão e o entendimento das coisas que estão ao nosso redor é diferente.
Não que nós estejamos em algum pedestal literário ou cognitivo, de inteligência...
De forma alguma, não é isso. A lente que enxerga as coisas, o mundo, é
diferente. Nesse sentido nós jamais seremos normais, razoáveis. Nós estamos
fora da curva. E respondendo a pergunta, eu não sou uma pessoa normal, não sou
uma pessoa mediana. De novo, não é no sentido de se autoproclamar, de se auto-vangloriar,
de forma alguma. É em relação a lente, que pode estar no olho, que pode estar
nas coisas que a gente ouve, pode estar na pele, na sensibilidade, pode estar
na alma. A lente não é normal.
22. Há na literatura, um livro ou um poema
que você gostaria de ter escrito? Se sim, qual seria?
Cláudia: Tem. É um poema maravilhoso. Acho que é do Carlos Drummond de Andrade. É
inclusive, uma forma de escrita, metrada, que eu pretendo ainda produzir alguma
coisa, nos moldes dessa estrutura.
23. Quando alguém te indica uma obra, autor
ou autora que você não conhece, você procura informações sobre ele/ela, ou isso
não te interessa?
Cláudia: Sempre que alguém me indica uma
obra, um autor ou uma autora, o que vai definir se eu vou atrás, para pesquisar
e depois adquirir a obra é, sem dúvida, a pessoa que está me indicando. Eu
tenho inúmeros amigos poetas e dependendo de quem me indica, eu nem vou
pesquisar. Agora, por outro lado, se é uma pessoa na qual eu tenho afinidade,
em termos de gosto literário, aí sim. Pode ser que eu nem pesquise, pode ser
que eu anote o título da obra, o nome do autor/autora e vá direto para a
aquisição. Tem essas coisas que a gente precisa considerar.
24. Quem ou o que é que te inspira e te
motiva a escrever? Onde você busca a sua fonte de inspiração?
Cláudia: As questões humanas são o que me
inspiram e me motivam a escrever. Eu imagino que meu anjo da guarda é coautor
da grande maioria das coisas que eu escrevo. Tem inspiração extra-física, sem
dúvida. E eu acho que aquele momento em que a gente se recolhe em silêncio, de
nós mesmos e que a gente analisa com bastante lucidez, aquilo que nos aconteceu
e de forma mexeu conosco, de que forma a gente reagiu; como nos encontramos em
função do que houve. A tentativa em explicar todas essas situações é o grande
desafio da minha escrita.
25. Você já está preparando o próximo livro,
ou ainda é cedo para pensar sobre isso?
Cláudia: Sim. Já tenho oitenta por cento do
terceiro livro - que se chamará A Sala – pronto. A capa do livro será uma foto
da sala da minha casa, que foi palco de muita – (Nossa Senhora) – de muita
escrita. E ali na sala tem as coisas que eu te falei, tem silêncio, tem a
televisão com aparelho de som conectado. Ali eu coloco as minhas músicas. É uma
sala próxima da cozinha e eu consigo pegar minha cerveja, meu vinho, enquanto
eu estou ouvindo música, no meu silêncio. Às vezes acendo uma velinha ou um
incenso, às vezes não precisa...
CLÁUDIA FERRO KALAFATÁS
Nasceu em maio de
1966. Florianopolitana, é descendente de gregos e italianos. Concluiu mestrado
em Administração e Gerência em 2008.
Escreve poemas desde
1991 e recebeu muita influência das obras de Ida Katzap, Neimar de Barros,
Fernando Pessoa e Pablo Neruda. Atualmente lê André Ramos, Pablo Casals, Alice
Ruiz e Cláudio Schuster, dentre vários outros.
A música em muito
colaborou para a inspiração da poetisa. Assim, desde Genesis, Vangelis,
Supertramp, passando por Fleetwood Mac, Eurythmics e Madredeus, até os mais
recentes como Sarah Brightmann e The Corrs. As inspirações nacionais transitam
entre Guilherme Arantes, Simone, RPM, passando por Zizi Possi, Oswaldo
Montenegro, Renato Russo, Adriana Calcanhotto e Tribalistas.
Publicou seu primeiro
livro em setembro de 2015 intitulado Dilemas, reticências: poemas. A segunda
edição foi lançada em dezembro de 2015.
Co-editou Garimpo de
palavras em 2007, Narrativas e Poéticas II em 2008, Elos & Anelos volume I
em 2008, Microcosmos em 2009, Literatum & Poeticum volume II em 2009 e
Labirintos e Palavras em 2010, todos através da Editora Guemanisse (RJ).
Em 2007 recebeu de
seu poema intitulado 42 ésses, menção honrosa no Concurso de Contos e Poesia
Guemanisse (RJ).
Em novembro de 2018
lançou seu segundo livro intitulado Harpa Inerte.
Em 2018 foi convidada
a integrar a Antologia Poetas da Ilha, lançada em novembro daquele ano.
A autora é membro da
Confraria do Pessoas, nome alusivo aos inúmeros heterônimos de Fernando Pessoa.
Em março de 2019
publicou poemas na revista eletrônica Escritores do Brasil.
Atualmente vem
publicando poemas na revista literária eletrônica, de triagem trimestral,
chamada A Ilha.
Sua terceira obra
poética, provisoriamente intitulada A Sala, encontra-se em fase de criação. A autora
pretende publicá-la em 2020.
RENATO MÜLLER
1.
Fale
um pouco dos livros que você publicou...
RENATO: Meu primeiro livro foi lançado em
2014, com o título Não Sou Escritor, com poemas e um conto. Foi um livro que eu
publiquei e ao mostra-lo para minha mãe, lembro que ela ficou emocionada, pois
este era um sonho que ela tinha e não conseguiu realizar. Sem saber disso e por
acaso, eu acabei realizando o sonho dela.
No ano seguinte, em 2015, publiquei o livro
infantil A História de Lí, direcionado às crianças em fase de alfabetização,
com direito a ilustrações para ser pintado/colorido. Mas que eu recomendo que a
pessoa adulta também deve ler, pois ele tem uma mensagem direcionada aos
leitores que são pais, mães, tios, tias, avós....
Em 2016, empolgado pela arte da escrita, eu publiquei
dois livros, que foram lançados de forma simultânea: Um Vale de Versos Diversos
e também, Poucas Palavras. Ambos com poemas e contos.
No ano de 2017 publiquei um livro coletivo,
onde além de ser o organizador, fui um dos autores. Esta experiência foi
interessante e o aprendizado foi grande, pois tive que lidar com o ego, desejo,
vontade das pessoas envolvidas, além de ter paciência com uma situação
desagradável que ocorreu com um dos autores, após a publicação e o lançamento
do livro. O título do livro foi Eu Conto! Tu poemas! A escolha deste título se
deve a dois motivos: o primeiro é que cada autor/autora deveria escrever pelo
menos um conto e um poema. O segundo motivo é uma brincadeira com as palavras:
conto e poema. Lembrei de Mário Quintana que escreveu Poeminha do Contra e resolvi
brincar com as palavras, assim como o poeta Quintana. Sei que foi atrevimento
meu, mas considero o título que escolhi como uma singela homenagem.
Em 2018 voltei a publicar de maneira
individual e o título foi: Lembranças Que Trago Comigo; novamente com poemas e contos.
2.
As publicações foi você quem pagou ou foi com alguma editora?
RENATO: Eu sempre arquei com a publicação e
com as demais despesas do livro e de seus lançamentos.
3.
Seus
livros vendem bem?
RENATO: Não, não, não, não, não e não (cada não representa um livro publicado). Estou longe de ser um
sucesso de vendas.
4.
Onde
seus livros podem ser encontrados?
RENATO: Diretamente comigo.
5.
Qual
a pior parte: escrever, publicar ou vender?
RENATO: Vender, sem a menor dúvida!
6.
O
que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longos destes anos em que
você publica livros?
RENATO: Inicialmente eu escrevia poemas e
sempre tentava encontrar rimas perfeitas. Ao longo do tempo comecei a escrever
com rimas cruzadas, imperfeitas, sem ter muita preocupação em buscar a perfeição.
Outra mudança foi o fato de eu começar a
escrever contos, o que para mim foi, inicialmente, difícil, pois eu tinha que
criar uma história, sequência de fatos, diálogos.... Foi uma tarefa diferente,
porém, de certa forma, interessante e surpreendentemente aprazível.
7.
Você
acha que a escrita fica mais fácil à medida que envelhece ou a idade nada tem a
ver com a escrita?
RENATO: Não acredito que a facilidade para
escrever tenha relação com a idade. Tem relação sim, com a questão da prática,
da leitura e do conhecimento de técnicas que existem e que são possíveis de
aprender em oficinas e mini cursos literários, como foi o meu caso.
8.
Qual
dos seus textos deu mais trabalho para escrever?
RENATO: Foi o poema que escrevi para meu
irmão – Roberto. Quando tive a ideia de escrever o poema para ele, tentei
muitas vezes, mas não conseguia escrever algo que me agradasse. Começava e
desistia, sempre sem sucesso. Foram várias tentativas frustradas e uns cinco ou
seis meses nessa situação. Sempre que eu tentava e me concentrava para escrever
para e sobre meu irmão, eu fracassava. Eis que, uma certa noite, ao tentar mais
uma vez, o poema saiu de uma maneira fácil e suave, sem que fosse necessário
realizar muitos ajustes, como normalmente eu faço.
9.
Quando
inicia um texto, você sabe exatamente como ele vai terminar?
RENATO: Não. Já comecei um texto pelo fim,
pela última frase.... Também teve situações em que eu pensava em terminar de
uma maneira e o fim foi escrito de forma totalmente diferente. As coisas podem
ter uma ideia ao começar a escrever, mas é no ato de escrever e de criar que
vou direcionando o texto do jeito que eu achar melhor. Não fico engessado com o
que penso inicialmente. Mudo constantemente.
10. O seu primeiro livro
tem como título: “Não sou escritor”. Você tem seis livros publicados; você já
se considera um escritor?
RENATO: Não! Sou apenas o autor daquilo que
escrevo. No primeiro poema, do meu primeiro livro, eu explico o motivo pelo
qual eu não me considero um escritor.
11. O grande escritor
Carlos Drummond de Andrade disse uma vez “Minha poesia é cheia de imperfeições.
Se eu fosse crítico, apontaria muitos defeitos. Não vou apontar. Deixo para os
outros.” Quais são as imperfeições na tua poesia?
RENATO: Muitas! Várias! Assim como Drummond,
eu deixo para outras pessoas a tarefa de apontar minhas imperfeições. Aliás, o
ser humano tem por hábito a facilidade de criticar os outros, então, que as
pessoas me critiquem e apontem os meus defeitos e falhas.
12. Existe algum assunto
ou tema que você não escreveria ou não escreve?
RENATO: Não tenho o hábito de utilizar “palavrões”,
ofensas ou qualquer tipo de crítica naquilo que eu escrevo. Prefiro escrever de
um jeito leve, descontraído e alegre.
13. Há uma frase
atribuída ao poeta cubano José Martí que diz o seguinte: "Há uma coisa que
um homem deve fazer na sua vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um
livro." Você já fez essas três coisas?
RENATO: Sim! Então, partindo deste
raciocínio, minha vida está completa e eu já posso morrer... Mas, sinceramente, quando penso na minha morte, espero que ela demore um pouco mais para chegar, pois ainda quero escrever e
publicar um pouco mais.
14. E a morte, te
assusta? Como você gostaria de morrer?
RENATO: A morte é uma certeza para qualquer
pessoa. O que me preocupa um pouco é a forma que eu morrerei. Que seja rápida e que venha
quando eu não tiver mais lucidez e começar a dar trabalho para outras pessoas.
15. Sei que você gosta do
escritor JG de Araujo Jorge... Ele escreveu: “Talvez seja o tempo...a vida...a
idade... mas a gente vai aprendendo a renunciar a tanto que se quis...” Quais
as coisas que você renunciou ao longo dos anos, no que diz respeito à escrita?
RENATO: Não considero uma renúncia, mas um
adiamento..... Quando meus textos estão prontos para publicar e por “detalhes
financeiros” e tenho que adiar a publicação e o lançamento de um livro.
16. Qual a influência da
tua família no teu gosto pela leitura e pela escrita?
RENATO: Direta e imensa. Mesmo tendo sido um aluno
sofrível, nos meus tempos de colégio, eu gostava de ler. Iniciei com gibis e
posteriormente livros infanto-juvenis. Minha mãe e meu pai, sempre que
possível, compravam para mim, meu irmão e minha irmã, gibis que foram fundamentais
para incentivar o hábito pela leitura. Passei a gostar de escrever somente
depois dos trinta e tantos anos de idade e ao mostrar meus textos para meus
pais, eles sempre me incentivaram.
17. Dentre os livros que
você publicou, um deles foi coletivo, onde além de ser um dos autores, você foi
o organizador. Um livro coletivo é mais fácil de publicar do que um livro
individual, pelo fato de não seja necessário escrever todo o conteúdo?
RENATO: Não, pelo menos, na experiência que tive. Pois alguns
problemas ocorreram e me ensinaram muita coisa. Organizar um livro coletivo, apesar
de não ter o trabalho e a necessidade de escrever todo o conteúdo, na minha
opinião, é mais difícil e desgastante.
18. Você tem intensão de
organizar e publicar outro livro coletivo, ou descarta esta possibilidade?
RENATO: Apesar dos perrengues que passei no
livro coletivo que organizei e que me trouxeram incomodação e dor de cabeça, eu
pretendo sim, organizar novamente, outro livro coletivo, pois a alegria em
reunir várias pessoas e compartilhar a emoção de publicar um livro, com certeza
é maior que a chateação que possa existir.
19. Quem mais na sua
família escreve e tem livro publicado?
RENATO: Meu avô materno escrevia muito e
escrevia bem: cartas e outros textos, pelo menos é o que dizem... Mas,
infelizmente, não se guardou nada do que ele escreveu.... Minha mãe, por ser
professora, bibliotecária e ler muito, escreve bem, mas não publicou livro. De
meu pai eu tenho a lembrança, da minha infância, quando ele pedia a nossa ajuda
para datilografar cartas e ofícios, quando ele foi Diretor de Relações
Públicas, do Clube Náutico Riachuelo. Ele ditava o texto e eu ou meu irmão que
datilografávamos. Na época eu achava aquilo chato, mas hoje eu consigo lembrar
de alguns detalhes que utilizo nos dias de hoje.
20. Você já está
preparando o próximo livro, ou ainda é cedo para pensar sobre isso?
RENATO: Tenho um livro individual que está
pronto para ser publicado, mas esperando eu ter dinheiro e finalmente,
publicá-lo. Além disso, há um projeto de outro livro coletivo, cujo trabalho
inicial de contato com alguns autores e autoras para fazer parte da obra, já
começou e teve algumas confirmações. Por enquanto, é isso!
RENATO LISBÔA MÜLLER
Nasceu em
Florianópolis em 1968. Em 2001 foi morar na cidade de Rio do Sul.
Possui formação
acadêmica na área do turismo: é guia regional, bacharel, tem especialização e
mestrado.
Publicou seis livros
e apesar disso, continua a afirmar que não é escritor.
Gosta de escrever poemas para cidades, exaltando as características que julga que
sejam positivas para o turismo.
Seus textos também
partem do imaginário beirando o impossível, como Briga na Feira, Futebol de
Bichos e Briga de Insetos.
No mais, seus textos
possuem a leveza de quem escreve sem a obrigação de agradar os críticos
literários de plantão.
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